19 de jul. de 2009

Carta ao Capitão Baleog

Saudações, Capitão Baleog

Conforme solicitado pelo senhor, novos recrutas estão a caminho para juntarem-se ao acampamento do Tenente Volkar. Eles chegarão em Quaervarr nos próximos dias e possuem instruções explícitas para procurá-lo e receberem ordens do senhor. Seus nomes são: Barundar Bloodaxe, Arya Moonstar, Lander Braveheart, Jullian Redwine e Lars Stoneshield. Tomei a liberdade de pesquisar um pouco sobre a origem de cada um deles; nunca se sabe quando um desses recrutas pode ser um espião da Irmandade Arcana ou dos Zhentarimm.

O jovem Barundar é um anão do clã Bloodaxe, conhecido por seus guerreiros ferozes; eles já defenderam Sundabar em incontáveis batalhas contra invasores orcs, sempre lutando de forma selvagem e determinada. Apesar de não serem muito bem vistos pelos outros anões da cidade, todos reconhecem o valor e a importância dos guerreiros do clã. Meu conselho é que dêem um machado para ele, joguem-no no campo de batalha e não cheguem perto.

A senhorita Arya Moonstar é de uma família abastada de Silverymoon; segundo meus contatos, os Moonstar estão quase falidos atualmente. É possível que ela tenha ingressado no exército como uma forma de fugir dos cobradores de débitos. Descobri que Arya estudou magia no Colégio da Senhora por vários anos e estou certo de que alguém versado nas artes arcanas pode ser bem útil ao Tenente Volkar.

Lander Braveheart vem do Poço de Beoruna e pertence ao uthgardt da tribo dos Leões Negros. A informação que eu tenho é que acordos comerciais já foram firmados entre a vila e casas mercantis atuantes nas Fronteiras Prateadas, tudo indica que esses “ex-bárbaros” queiram ingressar na Liga. Braveheart é um guerreiro habilidoso e fiel devoto de Torm e assim como outros jovens guerreiros da tribo parece ter ingressado no exército para demonstrar o apoio bélico que o Poço de Beorunna pode dar ao exército das Fronteiras.

Jullian Redwine é de uma família de halflings que já causou muitas dores de cabeça às autoridades de Everlund, Silverymoon e Sundabar. Responsáveis por dezenas de furtos e contrabandos na região, eles foram capturados a poucos meses nas proximidades de Silverymoon. Ciente do potencial que o jovem Jullian poderia ter como batedor e espadachim, foi proposto um acordo com ele para reduzir sua pena e de sua família. Seus talentos o servirão bem e, embora eu não ache que ele tentará fugir, é sempre bom manter os olhos atentos para seus pertences.

O anão Lars Stoneshield é um jovem guerreiro do Salão de Mitral, cujo clã caíra em desgraça séculos atrás, quando seus membros abandonaram os Battlehammer num momento de grande necessidade. Quando o Rei Bruenor marchou para reconquistar o Salão de Mitral, Lars e seu irmão alistaram-se no exército com o intuito de apagar a mancha no passado do clã. Hoje, o anão é um soldado obstinado, disposto a tudo para resgatar a glória dos Stoneshield.

Bem, essa é toda informação que consegui sobre eles, acho que será suficiente. Gostaria de poder enviar mais homens para reforçar os acampamentos da região, mas infelizmente não haverá mais reforços antes do inverno.

Rogo para que os deuses o guiem nessa árdua tarefa, capitão.


- Comandante Erik Silverblade, III Batalhão da Legião Argêntea
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Bem, pessoal, como esse é o 100º post do Rascunhos, aqui vai um pequeno bônus para os 1d6+2 leitores do blog: um mini-texto extra e um desenho feito pelo meu irmão. Espero que gostem.

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- Senhor, um dos batedores está de volta.

O líder dos orcs, ao receber a notícia, logo se aproximou do goblin que voltara ao acampamento e disse:

- Onde estão os outros, goblin? O que aconteceu?

- E-estão m-mortos, senhor. Nós emboscamos um grupo de aventureiros, mas eles eram muito fortes, mataram todos os outros.

- E como VOCÊ sobreviveu?

- Er... eu... estava escondido, senhor; isso, escondido. Por isso eles não me viram.

- Malditos aventureiros! Eu os quero mortos. Procure Skruush, ele é nosso melhor desenhista. Quero um retrato-falado desse grupo de aventureiros.

O goblin sobrevivente passou horas descrevendo ao Skruush aqueles que atacaram e mataram os membros da patrulha a qual pertencera. Quando a ilustração ficou pronta, levou-a a seu líder e disse:

- Chefe, aqui está o desenho.

- Ótimo! Espalhem cartazes com essa imagem por todos os lados. Eu quero esses malditos aventureiros mortos! Depois que eu matá-los, eles pensarão duas vezes antes de atravessar o meu caminho.

- Mas, chefe, como eles vão pensar em qualquer coisa se estiverem mortos?

- Ah... cale-se! Apenas faça o que mandei!

12 de jul. de 2009

Fronteiras Prateadas - Prólogo

Ah... o Norte. Você provavelmente já ouviu em alguma taverna barulhenta ou de algum viajante várias histórias sobre aquela região. Todas dirão que é uma terra gelada e selvagem, habitada por orcs e bárbaros, ameaçada por nevascas e dragões - um lugar onde sobreviver é uma luta diária. Tudo isso é verdade, mas é apenas uma pequena parte da grande verdade. O Norte Selvagem é também uma terra de música e poesia, de arte e magia, de bravos mortais imortalizados por seus feitos valorosos.

Presenciei a criação de majestosos reinos élficos e esplêndidas cidadelas anãs naquela região. Infelizmente também as vi sendo destruídas por hordas de orcs, batalhões de demônios e exércitos de drows. Quantas histórias foram enterradas? Quantas vidas interrompidas? Quantos heróis sacrificados?

Mas, mesmo diante de tantas dificuldades, eu vi o povo do Norte se reerguer sobre os escombros de seus lares, marchar sobre os cemitérios de seus ancestrais e lutar. Humanos, elfos e anões, embora não soubessem, lutavam lado-a-lado contra os mesmos perigos que ameaçaram seus antepassados. E é essa teimosia resoluta aliada a um espírito singular de companheirismo que faz esses homens e mulheres perdurarem nessa terra indomável.

Recentemente, adensaram-se os rumores de que o temível Rei Obould está forjando um grande exército de orcs para conquistar as terras ao sul da Espinha do Mundo. Num esforço conjunto para resistir à iminente invasão, os líderes das cidades da região firmaram um acordo de proteção mútua que culminou na formação da Liga das Fronteiras Prateadas. Sob a liderança da Alta Senhora Alustriel Silverhand, a confederação representa uma nova esperança ao povo do Norte contra os perigos que ameaçam sua terra.

Uma das primeiras medidas tomadas pela Liga foi montar vários postos de observação nas proximidades das montanhas. Acredita-se que detectar antecipadamente qualquer movimentação do Rei Obould seja a chave para formar uma defesa adequada contra sua horda de orcs. Jovens de cada cidade da Liga foram convocados para servirem ao exército das Fronteiras Prateadas e mandados a regiões inóspitas para atuarem como batedores. Estarão eles preparados quando o perigo iminente surgir?

Uma tempestade se aproxima e nem eu posso prever o que está por vir. Minha experiência diz que o destino nunca fica nas mãos dos grandes líderes, ele sempre recai sobre os ombros de desconhecidos e as ações destes determinam se morrerão no anonimato ou se viverão o bastante para tornarem-se lendas. Resta-nos apenas aguardar.


PS: Estou ficando velho demais para isso.


- Elminster do Vale das Sombras