28 de mar. de 2006

Conto Épico

Lândia sempre foi um reino civilizado e pacífico desde sua fundação, lar de homens honestos e livres. Mas de meses para cá, a região conhecida como Planície do Amanhecer vem sendo atormentada por ataques repentinos. O responsável por esses ataques foi identificado como sendo um perverso feiticeiro chamado Zeider. Além de causar destruição nas vilas atingidas, o bruxo tomou vários aldeões como prisioneiros para usar em seus experimentos malignos.

Decidido a acabar com essa ameaça de uma vez por todas, o rei Theodoric fez uma Convocação. Clamou por um herói: um campeão com força e coragem suficientes para libertar o seu povo deste mal. A convocação do rei foi atendida por um jovem cavaleiro. Um homem de grande nobreza e bravura, um guerreiro abençoado pelos deuses e devotado à causa da justiça, um verdadeiro herói. Seu nome: Cristoph.

Após aceitar a missão, Cristoph partiu rumo ao covil do vilão. Viajou por muitos dias. Enfrentou chuva e sol. Atravessou riachos, bosques e pântanos. Dormiu ao relento. Sentiu frio, calor e fome. Ficou doente. Até alguns dias, contava com a ajuda de sua montaria, seu cavalo, seu companheiro e aliado. Mas na última etapa desta jornada, Cristoph teve que atravessar colinas e escalar montanhas: precisou despedir-se do amigo.

Agora, sua busca está próxima do fim. Uma larga porta de madeira enegrecida é a única coisa entre o herói e o seu destino. Cristoph desembainha sua espada, deixando-a pronta para romper o peito do adversário, e atravessa a porta com convicção.

Prepare-se, malfeitor, seu reinado de medo está acabado! Minha lâmina selará o seu destino.

O cavaleiro se vê no interior de um imenso aposento escavado na pedra. Estantes e mais estantes de livros estão recostadas às paredes. Frascos de vidro exibem poções coloridas sobre uma mesa. Algumas pessoas estão amarradas em cordas, penduradas poucos metros acima de um largo poço. Um líquido vermelho viscoso borbulha pouco abaixo delas. Próximo à "margem" do poço há um homem alto, levemente curvado, vestindo longas vestes negras, um capuz encobre o seu rosto.

O que está acontecendo aqui? Quem ousa me interromper? - esbraveja o homem de preto.

Meu nome é Cristoph. Eu sei de seus crimes, Zeider, e estou aqui para puni-lo.

Zeider? Meu nome não é Zeider!

Não? Pensando bem... você não parece com a descrição que me deram... E essas pessoas amarradas, não são os camponeses desaparecidos da Planície do Amanhecer?

Esses aqui? Não, não. São apenas aldeões que eu capturei de uma vila próxima. Sabe como é, para oferecer em sacrifício para o meu deus maligno.

Eu não entendo. Este lugar não deveria ser o esconderijo de Zeider, o diabólico bruxo que se esconde no Pico do Medo?

Aaah... Acho que sei o que está acontecendo, houve um pequeno engano aqui. Este não é o Pico do Medo, é o Pico do Desespero. Esse Zeider que você falou, eu sei quem é e ele realmene mora no Pico do Medo, mas não é aqui.

O senhor saberia me dizer como chegar lá?

Claro. Não tem como errar: você atravessa a Floresta dos Espinhos Negros, depois navega pelo Rio dos Mortos até chegar ao Vale das Almas Perdidas. Na montanha mais alta fica o Pico do Medo, o covil do Zeider é uma caverna cuja entrada parece uma enorme boca de dragão cheia de dentes e tudo mais.

Aaah... tá, muito obrigado pela ajuda, senhor.

Tome, leve um mapa para ajudá-lo.

Muito gentil de sua parte, mais uma vez, obrigado. E desculpe-me por ter interrompido o seu ritual...

Sem problemas. Mande lembranças minhas para o velho Zeider.


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Sempre quis escreve algo épico. Um dia eu consigo. ^^

PS1: Allana, não sei porque mas achei sua cara...

PS2: Eu demoro, mas escrevo.

13 de mar. de 2006

Só mais um dia

Acordo para mais um dia. Vejo: tudo está no mesmo lugar. O guarda-roupa, a cama, a escrivaninha, os objetos espalhados. Tudo do mesmo jeito. O ventilador continua rodando e soprando, da mesma forma de ontem. Apenas o céu lá fora mudou: ontem estava escuro, hoje está claro.

Levanto-me. Vou tomar café. Assim como ontem, antes de ontem e antes de antes... Não consigo comer. Me engasgo com nada na boca. Uma dor sobe do estômago à garganta. Não é nada demais, mas é muito ruim. Um grande vazio me ocupa. Sinto-me sendo engolido por dentro. Os pensamentos ecoam ao longo do vácuo que me preenche.

É só mais um dia

E mais um dia, e mais um dia...

Mas

Um dia, um dia

...