23 de jan. de 2009

Par ou ímpar

Vejo o mundo ao meu redor
Tudo parece vir aos pares
Mas um é ímpar
Me, yo, moi

Procura-se a paridade singular
O "mais um" que forma um par
A sinergia pouco sutil
Do um e um que dá mil

Só "eu" não forma nós
Só "eu" não cria laços
Muitos "eus" estão sós
Muitos "nós" aos abraços

Busco alcançar o infinito
Unindo-me a outro subconjunto
Unitário e complementar

16 de jan. de 2009

Ego

Mãos lisas
Rosto áspero
Nos olhos míopes,
O Mal de Dalton

Pés tortos
Cabelo assanhado
Barriga emergente
Escapulário

Sanduíche de pão integral
Cuscuz com açúcar
Leite com nescau

Bécqueres, erlenmeyers, balões volumétricos
Espadas, dragões, icosaedros
Cabeça que bate: pedras rolantes, metais pesados

11 de jan. de 2009

O Adeus de Levy

Caros amigos,

Primeiramente, eu gostaria de dizer que foi uma honra imedível ter viajado e lutado ao lado de vocês durante esses dias. Foram apenas duas semanas, é verdade, mas foi suficiente para que a lembrança de vocês jamais se apague de minha mente. A nobreza de caráter e a convicção com que lutam por seus ideais são lições que carregarei para o resto da vida.

Victarion, eu sei que você jurou fazer tudo em seu alcance para levar Gamble em segurança para Tethyr, e eu entendo suas motivações. Mas eu, ao ver o meu clã exterminado, também tinha feito um juramento: jurei que não teria paz até que tirasse a vida do demônio que cometera tal atrocidade. Eu não espero que você entenda, apenas que aceite.

Eu estou partindo para o norte, levarei o corpo do gnomo às autoridades de Tethyr, eles precisam saber que essa ameaça teve um fim. Lamento que as coisas tenham acontecido dessa forma.

Arienne, Victarion, estou certo de que serão muito felizes juntos, teria sido uma honra inestimável estar presente no casamento de vocês.

Vance, adoraria poder degustar aquele adorável elixir espumante em sua companhia novamente.

Que os deuses os guiem nessa importante jornada. Sinto muito por não poder acompanhá-los.

Adeus, amigos.

- Levy Escama de Bronze


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Gamble era um gnomo ilusionista procurado em Tethyr por vários crimes, incluindo roubo, contrabando e falsificação. Levy, que é um kobold espadachim, juntou-se ao grupo de aventureiros afirmando que caçava o criminoso; o que eles não sabiam era que o kobold tinha motivos pessoais para isso, eles achavam que o espadachim era apenas um caçador de recompensas. Quando o gnomo foi encontrado, houve um momento tenso no grupo: Levy e Vance queriam matá-lo, enquanto Arienne e Victarion prometeram levá-lo vivo às autoridades de Tethyr.

9 de jan. de 2009

O Sopro do Vento Escaldante

Os membros da seita estavam todos reunidos num antigo salão sob as ruínas de Memnom. O lugar lembrava uma arena, com altos assentos de pedra circundando uma pequena área, plana e baixa, no centro da câmara. A Irmandade do Vento Escaldante era um grupo constituído apenas por descendentes de gênios, os genasi. Seus membros estavam empenhados em preservar o conhecimento deixado pelos gênios e seus descendentes desde os tempos de Calim e Memnom. Além disso, o grupo oferecia apoio e proteção aos genasi que aceitavam sua natureza elemental.

Os líderes da seita, o Conselho dos Cinco, perfomavam um poderoso ritual no centro da estrutura. Entre eles, estava o genasi do fogo Khalir, um dos mais antigos membros do grupo e também um mago de considerável poder. Sua influência crescera nos últimos meses e fora ele quem convencera os demais a realizar a cerimônia.

Quando as últimas palavras da invocação foram recitadas, um brilho avermelhado surgiu entre eles e aos poucos tomou a forma de uma criatura humanóide. Pelo seu semblante e vestes, diria-se tratar-se de um distinto e altivo cavalheiro, mas as grandes asas de morcego que surgiam de suas costas e a textura escamosa de sua pele denunciavam sua natureza diabólica.

Khalir deu um passo em direção à criatura e pronunciou em voz alta:

- Ó, poderoso Kairon, advinho dos diabos, ouça nosso chamado.

- I REFUSE TO SPEAK IN THE LANGUAGE OF THE MORTALS – respondeu a criatura usando o idioma dos Nove Infernos.

O genasi do fogo percebeu o erro que havia cometido e dirigiu-se ao diabo em seu próprio idioma:

- Forgive us, mighty Kairon, we humbly require your help.

- WHY WOULD I EVEN LISTEN TO YOU, SERVANT OF THE ABYSS?

- I no longer worship the Demon Lords, great one. And I’m sure we can find a beneficial agreement for us all.

- WHAT DO YOU WANT FROM ME?

- We greatly desire to find the Calimemnom Crystal but powerful illusions developed by ancient elven magic prevent us from reach it. Only your great divination powers can discover its location.

- WHAT COULD YOU POSSIBLY OFFER ME?

- I know you are gathering an army for you Archduke. We offer you enough magical items and spell components to supply thousands of your wizard soldiers. Many of them cannot be found in Hell.

- I SEE YOUR POINT AND I AGREE WITH YOUR TERMS.

Kairon fechou os olhos e sussurou palavras ininteligíveis, conjurando um poderosíssmo feitiço de advinhação. Os membros da seita olhavam impressionados para o advinho durante os segundos que pareceram horas. Até que a criatura abriu os olhos e falou:

- POWERFUL IS THE MAGIC WHICH PROTECTS THE CRYSTAL. I DOUBT ANY POWER UNDER THE GODS CAN OVERCOME IT. BUT I KNOW A WAY TO FIND IT.

Khalir, claramente frustrado pelo fato do baatezu não ser capaz de achar o Cristal, considerou dispensá-lo de volta aos Nove Infernos. Mas a informação do diabo talvez fosse a única chance que ele teria de encontrar o artefato.

- I beg you, mighty Kairon, tell us how to find it.

- THERE IS A POWERFUL ARTIFACT INFUSED WITH GREAT DIVINATION POWERS CALLED THE EYE OF SAVRAS. IT ONCE BELONGED TO A ROYAL VIZIER FROM THE SHOON EMPIRE WHO DIED TRYING TO UNCOVER ITS MAGIC. THE EYE LIES UNDER THE RUINS OF OLD SHOONACH.

- We thank you, mighty Kairon, for the information. You might take your payment and return to the Nine Hells.

- I MUST WARN YOU THAT NONE OF YOU HAVE THE POWER TO PROPERLY USE THE EYE. IT WOULD BE FOOLISH TO TRY. BRING IT TO ME AND I WILL USE IT TO POINT YOU THE LOCATION OF THE CRYSTAL.

- We shall see, devil. We shall see.

7 de jan. de 2009

Campanha - Melhor Ler

Saudações, caros 1d6+1 leitores do Rascunhos. Recentemente fui indicado pela minha amiga Allana a participar de uma campanha iniciada no blog Zona Neutra visando o incentivo a leitura. Basicamente cada blogueiro indica dois livros a seus leitores e depois aponta outros blogs para continuar a campanha. E os indicados são...

1. Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?, de Allan e Barbara Pease: uma leitura leve e descontraída, indicada para todos os tipos de leitores e inclusive pra quem não gosta de ler. O livro apresenta e explica de forma bem-humorada as diferenças de agir e pensar existentes entre homens e mulheres. Vale a pena conferir.

2. O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien
: Apontado por muitos fãs como o principal livro do autor, O Silmarillion é um obra bem completa sobre o cenário de fantasia criado por Tolkien: conta diversas histórias que vão desde a Criação do Mundo até a destruição do anel, envolvendo várias histórias menores no meio do caminho. Não é uma leitura muito simples, mas é obrigatória para os fãs de fantasia.

E para continuar a campanha eu indico o André do Altar de Selûne e do Crônicas do Norte Selvagem.

5 de jan. de 2009

Era of Skyfire

Conta-se que a milênios atrás, quando estas terras eram cobertas de imensas florestas dominadas pelos elfos e as montanhas ocupadas pelos senhores anões, os humanos viviam rusticamente como nômades nas planícies e savanas do sul. Aquela era um época de paz, ameaçada apenas de tempos em tempos pelos gigantes e dragões. Mas as coisas mudaram com a chegada de Calim.

Calim era um nobre djinni, um poderoso gênio vindo do Plano Elemental do Ar, que comandava um imenso número de membros de sua espécie, além de escravos humanos e halflings. Em pouco tempo, ele conquistou uma grande área onde hoje é o sul de Calimshan, expulsando os dragões, gigantes e elfos da região. Estava formado o Califato de Calim.

Os 1000 anos que se sucederam foram relativamente pacíficos dentro dos domínios de Calim, à exceção de pequenos conflitos com os elfos e gigantes nas fronteiras. Até que chegaram os mais odiados inimigos dos djinn, os efreet. O Exército de Fogo, como era chamada a horda de efreet, liderado pelo Grande Paxá Memnom surgiu no norte da atual Calimshan. Nos anos que se seguiram, os gênios do fogo conquistaram muitas das terras que tinham pertencido aos elfos e anões, reduzindo florestas inteiras a cinzas e estabelecendo o Reino de Memnonnar.

Demorou 200 anos até começar a inevitável guerra entre Calim e Memnom, período que ficou conhecido como Era of Skyfire. Os exércitos dos gênios se enfrentaram durante séculos em grandes batalhas que destruíram colinas, florestas e montanhas. Ninguém sabe muito bem como a guerra acabou. Alguns dizem que Calim e Memnom se enfrentaram num duelo que durou 100 dias e 100 noites e acabou com a destruição de ambos e de tudo que havia num raio de vários quilômetros. Outros falam que os elfos, buscando vingança pela morte de seus semelhantes e pela destruição causada pelos gênios, realizaram um poderoso ritual que arrancou as almas dos dois de seus corpos e as aprisionou dentro de um cristal.

O que aconteceu de verdade talvez ninguém saiba. Mas as conseqüências desses eventos marcaram para sempre essas terras.

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Referências:

- Lands of Intrigue, 1997
- Empires of the Shinning Sea, 1998
- Forgotten Realms Campaign Setting, 2001
- Lost Empires of Faerûn, 2005