Certo dia, o garoto chegou para o pai e disse:
- Papai, me decidi: quando eu crescer, quero ser um bardo!
- Bardo? - replicou o pai fazendo uma careta.
- É, papai. Quero viajar pelo mundo, declamar poemas em praças públicas, cantar músicas em tavernas, descobrir livros antigos e um dia escrever meu próprio romance.
- Meu filho, você já ouviu a história da Formiga e da Cigarra?
- Não, papai.
- Vou lhe contar, então.
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Era outono e as formigas trabalhavam dia e noite levando folhas para o formigueiro. Uma delas costumava encontrar uma cigarra que ficava sentada na sombra cantando o dia todo. E a formiga sempre dizia:
- O inverno está chegando, você não devia estar arranjando um abrigo ou juntando comida?
E a cigarra respondia:
- O inverno ainda está muito longe, prefiro ficar aqui cantando do que me preocupar com essas coisas.
Mas naquele ano, o inverno chegou mais cedo. As formigas se abrigaram dentro do formigueiro onde tinha bastante comida, mas a cigarra - que só ficara cantando durante o outono - não tinha um abrigo, estava com fome e com frio. Bateu na porta do formigueiro e disse:
- Deixem-me entrar, estou morrendo de frio.
A formiga do outro lado respondeu:
- Nós trabalhamos duro o outono todo enquanto você ficava só cantando. Do que adianta sua música agora? Morra de frio!
E a cigarra então vagou por dias até morrer congelada sob a neve.
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- Nossa, papai! Que história triste! - disse o garoto.
- É sim, meu filho. E sabe qual é a moral da história?
- Qual?
- Você pode até se tornar um aventureiro quando crescer, mas... ESCOLHA UMA CLASSE DE VERDADE, PORRA!
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- Isso é o que acontece quando a cretinice é maior que a criatividade. =P
- Allana, nada pessoal, tá? xD
- Antes que o sindicato dos bardos me processe, eu lembro que já fiz um post legal sobre os bardos antes.
26 de abr. de 2009
6 de abr. de 2009
Anjo de ébano
Do oceano vinha a música
Entoada pelos recifes em coral
Faziam uma sinfonia em si, dó ou ré
Regida ao capricho da maré
E então ela surgiu
E por onde passava, a vida se revelava
Ganhava brilho, desabrochava
Subiu ao palco sob o holofote lunar
E dançou ao som das ondas do mar
Seu corpo mexia e se agitava
Numa explosão sincronizada
Era uma tempestade em meio à calmaria
Era um vulcão de alegria
E todos que a viram, se encantaram
E para muitos contaram, com euforia,
Que um anjo de ébano,
Sob a lua, reluzia
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A foto é da minha amiga Bianca e foi dela que veio a inspiração para o poema. Eu sei que os leitores do Rascunhos, em geral, não gostam de poemas, mas pelo menos eles podem apreciar a imagem. =]
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