25 de dez. de 2006

A história do Príncipe Corran

Eu sou o quinto regente de minha família. Nossa linhagem foi breve. Nenhuma outra família real governou Tholatin por menos que sete gerações. Mas a minha família é uma das mais antigas, acredito que a última realmente nobre do planeta. Chegamos aqui pouco depois dos verdadeiros fundadores, os Alloth´In, e nossas relações foram amigáveis por séculos.

Tholatin costumava ser governada por um Conselho Real, formado pelo Holl e por seus filhos. Havia também a Assembléia dos Anciões que resolvia questões mais corriqueiras e, às vezes era consultada pelo Conselho. Nossa família, contudo, não pôde continuar essa tradição. Pouco depois de o primeiro de minha casa assumir o título de Holl, ele sofreu um terrível atentado: foi vítima de um potente veneno, que não tirou-lhe a vida, mas deixou-lhe praticamente estéril.

E essa tem sido a sina de nossa linhagem por essas cinco gerações. Todos os meus antecessores só conseguiram gerar 1 filho durante toda a vida, dessa forma nossa linhagem perdurou. Meu pai, contudo, conseguiu fazer o que parecia impossível, deu origem a dois filhos, eu e... meu irmão.

Meu irmão, sendo o mais velho, foi preparado desde criança para se tornar o novo regente de Tholatin. Meu nascimento, anos mais tarde, foi considerado uma benção, um sinal de que nossa linhagem continuaria por muitos séculos. Não havia dúvida, no entanto, de que meu irmão Dorran seria o novo regente. Ele era o mais velho, tinha esse direito, e já estava sendo preparado desde muito pequeno. Além do mais, eu nunca tive vontade de assumir a regência de Tholatin. Desde cedo, meu interesse era a ciência...

Com dez anos, meu pai ajudou a realizar meu sonho: estudar na Academia Galática de Bio-Engenharia, em Mon Calamari. Lá passei longos anos estudando. Me dedicando a que eu acreditava ser meu destino... Mas não era. Pouco depois de eu completar meus 16 anos, uma imensa tragédia abateu-se sobre minha família. Vítima de uma grave doença, meu pai veio a falecer. Semanas depois, meu irmão teve o mesmo destino. A perda foi... incalculável.

Voltei a Tholatin e larguei meus estudos. Eu, obviamente, tinha o direito à regência, mas nenhum treinamento para tal. Difíceis foram os anos seguintes. Muitos "grandes amigos de minha família" ofereceram os seus conselhos. Aproveitadores, em sua maioria. Mas contei com a ajuda de alguns amigos verdadeiros. Ou assim eu pensava...


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*um dos npcs da campanha de Star Wars. ^^

18 de dez. de 2006

A promessa da N´Tel´Quess

Era noite alta quando Elisha se ajoelhou diante de uma árvore pálida numa mata do norte. Uma brisa fria soprava do leste, fazendo as folhas farfalharem. Apoiada firmemente em sua espada, ela fechou os olhos e começou a murmurar para a noite.

É a ti que me dirijo nessa hora, mãe. Perdoe-me se nunca aprendi a rezar ao Senhor da Manhã. É difícil ter essa fé quando se vive num mundo sem sol. É a ti que rezo, minha mãe. Mesmo eu sendo o fruto da mais amarga lembrança, me criaste com todo amor e todas as lágrimas que só uma mãe de verdade pode dar. A ti, minha mãe, agradeço. A ti, minha mãe, eu oro. A ti, minha mãe, minha deusa.

Perdi a ti, perdi Johan, perdi toda família que um dia já tive e perdi o mais próximo que já tive de um lar. Dá-me forças para resistir, dá-me forças para sobreviver e dá-me forças para... me vingar. Pois prometo que vingarei tua morte e a de Johan. Minha lâmina se banhará no sangue dos culpados, nem que minha própria vida se perca para que eu cumpra essa promessa.


Uma lágrima ardente desceu pelo rosto da jovem enquanto ela se colocava de pé. O vento esvoaçava seus cabelos brancos quando ela começou a andar pela floresta. Caminhava sem povo, sem lar e sem deus rumo ao seu destino...

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Os elfos referem-se a si mesmos como TelQuessir, o que significa "povo". Os não-elfos são considerados N´Tel´Quess, ou "não-pessoas". Eles tratam os N´Tel´Quess com respeito, como se fossem um hóspede incômodo. Já os drows consideram todos que não façam parte de sua própria raça como N´Tel´Quess, incluindo as outras sub-raças élficas, assassinando ou escravizando todos aqueles que pertencem a este grupo.

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*Apresento-lhes Elisha, a meio-drow, personagem que tá na gaveta a um tempão,
mas existem rumores que ela vai se libertar em breve... =D
*Perdoem o vocabulário limitado dela, ok? Ela é uma guerreira.

PS: Pra quem usar o termo "café com leite" vai ter retaliação em Star Wars...

26 de nov. de 2006

Os Flambos Vermelhos

Os Flambos Vermelhos foi criado por meu antecessor cerca de duas décadas antes da formação do Império. Seu fundador era um oficial aposentado da República. O grupo tinha o objetivo inicial de servir como uma força militar secundária em alguns setores do Anel Intermediário e Exterior.

Um dos primeiros feitos notáveis dos Flambos foi descobrir e avisar à Coruscant sobre o Bloqueio imposto pela Federação do Comércio ao planeta Naboo. Apesar disso, quando o Supremo Chanceler Valorum descobriu a respeito do grupo, ele quis extingui-lo. Disse que a existência de tal organização feria os sentimentos primordiais da República. Passamos a atuar de forma não-oficial e de maneira mais discreta.

Inicialmente o grupo era formado principalmente por batedores, espiões e informantes. Mas, com o início das Guerras Clônicas, foi necessário que os Flambos realizassem - também - outros tipos de missões. Se associaram ao grupo: ex-soldados da República, mercenários, caçadores de recompensa, ex-escravos...

Quando Palpatine assumiu o título de Supremo Chanceler, nosso grupo cresceu e ganhou mais liberdade. Atuamos em vários sistemas de modo a desestabilizar a influência dos Separatistas nos planetas em que haviam tomado. Já nos últimos dias da República, durante uma grande batalha, um cruzador abatido colidiu com nossa principal base de operações. Destruindo quase todos os nossos equipamentos e... *respira fundo* nossos principais homens.

Restamos poucos após o incidente e - com o fim da República - nós quase fomos extintos também. Mas - agora sob minha liderança - o bando sobreviveu. Com a criação do Império, nossa atuação ficou totalmente restrita aos setores mais periféricos da Galáxia. Utilizamos o conhecimento e experiência adquiridos para sobrevivermos nesses novos tempos...

- Mannalius Vorusk, líder dos Flambos Vermelhos

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Os flambos são aves de rapina nativas do planeta Rodia. Predadores habilidosos e versáteis. Caçam vários mamíferos no inverno e na primavera, peixes no verão e outras aves no outono. Com garras afiadas e excelente visão, essas aves são temidas nos mais deiversos ambientes.

Dentre as várias espécies de flambos, uma se destaca: os flambos vermelhos. Apesar de ser menor que as demais espécies, os vermelhos são mais rápidos e ferozes, caçando até outros flambos. Era de se esperar que um caçador tão temível reinasse as selvas de Rodia, mas - na verdade - essas aves estão quase extintas. Elas são caçadas por predadores ainda mais temíveis: os rodians.

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*Tá aí, esses são os Flambos Vermelhos, um grupo de "mercenários"
que realiza "serviços legais e semilegais" por preços "justos"
(e viva as aspas! \o/)
*Mas isso vai mudar, muito em breve...

25 de nov. de 2006

Episódio 3,5?

13 anos se passaram desde o fim das Guerras Clônicas.
Os Separatistas foram derrotados e a insurreição do Conselho Jedi detida.
Enfraquecida, devastada e corrompida, a Velha Repúlica ruiu.
Sobre suas cinzas, foi construído o Império Galático.

Nesses 13 anos, o Império cresceu em poder e influência.
Planetas inteiros foram tomados por suas esquadras
e transformados em Colônias Imperiais.
Outros tiveram seus antigos governantes depostos
e substituídos por marionetes do Império.

Nesse tempo sombrio, a sobrevivência é uma luta diária.
Espécies alienígenas são perseguidas e escravizadas.
A influência tirânica do Imperador pode ser sentida
mesmo nos mais distantes sistemas da Galáxia.

Cada vez mais frequente, contudo, são os rumores
sobre a formação de uma força rebelde capaz
de combater o Império...


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*Não tão épico como eu gostaria, mas dá pro gasto! =D
*Esse é um prólogo ou prefácio, índice, sumário...(sei lá como se chama!)
da campanha de Star Wars que estou mestrando. A história começa em 6BBY
(6 anos antes da batalha de Yavin - Episódio IV)
e sabe-se lá até quando vai... XD
*Pretendo postar mais aqui sobre a campanha, mostrando histórias dos
personagens dos jogadores ou secundários, "logs" de sessões ou
o que der na telha. É isso aê. Falow.

May the Force be with you all.

22 de out. de 2006

Introducing myself




"Who are you?" - you ask me
Mere words can´t describe me
But through them, I live
Written, told and sung words

I can tell tales
About dragons, fairies,
dwarves and elves

I can sing songs
About great battles, ancient kings,
evil sorcerers and forgotten realms

I know legends as old
as the world itself
I know past and future secrets

I´m the flying ship
that sails through the sky
and takes you to worlds
of dreams, magic and adventure

Who am I?
I´m just... a bard.


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- Heh, cada um tem seu jeito de jogar pedrinhas na lua.
- Forgive me for any grammar deviation, I´m still learning. =D
- Um pequeno poema dedicado a uma "pequena" amiga.
(achou que eu tinha esquecido? XD)
- A imagem faz parte de um cardgame - ou algo parecido -
chamado Archetypes Storyteller Cards.
Eu não sei se isso tá mais para tarot, para cardgame ou para rpg.
Quem quiser saber mais, pode ver pelo link:
==> http://www.thecards.com/
A imagem eu achei pelo google:
==> http://www.thecards.com/fullpage/storyteller.html


15 de out. de 2006

Rede de Intrigas - Parte Um

A milhas abaixo da superfície, uma caverna de rochas cristalinas se abre em meio à escuridão ininterrupta do subterrâneo. O lugar resplandece de suave beleza luminosa. Um ar de enigma circula pelo local e um eco de mistério se propaga através de suas formações rochosas.

A caverna tem nome: Istrahlia. Era considerado um local sagrado para os gnomos subterrâneos[1], onde eles prestavam homenagens e realizavam cerimônias a Callarduran[2] - o Senhor da Rochas. Por séculos, os pequenos utilizaram a caverna como um refúgio físico e espiritual; mas o lugar acabou sendo tomado e os gnomos expulsos por seus mais terríveis inimigos: os drows.

Os drows um dia habitaram a superfície, mas - ao contrário dos outros elfos - eles possuíam o coração negro como a noite. Punidos por seus crimes, os elfos negros foram banidos das florestas. Fugiram para a escuridão do subterrâneo, onde lutaram por várias gerações até conquistar seus territórios sob a terra, firmando-se como a mais temida raça de Underdark.

Istrahlia foi escolhida para sediar uma importante reunião. Elfos negros vindos de todas as direções, de cavernas mais fundas e mais rasas, foram convocados para este encontro. Eles fazem parte da minoria dentre os drows que se opõe à posição dominante de Lolth[3] - a Rainha Aranha. Eles são os Tentáculos de Vhaeraun[4].

O mesmo lago de águas quentes que esculpiu a caverna a milênios atrás; hoje, transporta os convidados para a reunião. Um a um, eles chegam ansiosos e soturnos ao local demarcado. E, embora os vhaeraunitas somem nove, dez convidados comparecem à caverna para o conclave.


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[1] Também chamados de svirfneblins, os gnomos subterrâneos constituem uma das muitas raças que habita os corredores escuros de Underdark.

[2] Callarduran é o principal deus cultuado pelos svirfneblins. Uma divindade protetora com uma seita bem organizada, sempre atenta às ameaças do subterrâneo, especialmente os drows.

[3] Lolth é a líder do panteão drow, uma matriarca cruel e ciumenta que não admite rivais. Suas sacerdotisas ocupam as posições mais altas nas cidades dos elfos negros e estão sempre envolvidas em tramas umas contra as outras.

[4] Vhaeraun é um deus cultuado principalmente por drows machos, ladinos, espiões e assassinos. Seu culto sobrevive nas sombras, já que seus sacerdotes são implacavelmente caçados pelos servos de Lolth quando identificados.

11 de out. de 2006

O que vem aí


Bom, eu gostaria de agradecer as flores, as cartas, aos beijinhos, as orações... =P. Ok, ok, deixando a Heloisa Helena de lado... Cof! Bom, 1 ano se passou, agora é hora de seguir em frente. Tenho várias idéias esperando para serem trabalhadas. É possível que nos próximos meses tenhamos posts do tipo:

- contos sobre Hansi, o sentinela;
- contos sobre Elisha, a meio-drow;
- contos ambientados no cenário de Star Wars;
- textos diversos ambientados no cenário de Forgotten;
- mais entrevistas;
- e tosqueiras avulsas, pra não perder o costume...

Até lá.

2 de out. de 2006

Feliz Aniversário

A um ano atrás, um jovem estudante universitário foi vítima de um fenômeno terrível: greve. Ele já havia presenciado o fenômeno diversas vezes, mas era sempre difícil para o garoto conviver com ele. Nessa interrupção abrupta de suas atividades acadêmicas, não era fácil planejar algo para a "folga" repentina. O jovem passava longas horas em sua residência ocupando sua mente com idéias caóticas que se agitavam e colidiam umas com as outras. Por fim, com o intuito de combater o tédio gerado pela greve, nasceu o Rascunhos de uma Mente.

Uma idéia, um fluxo de idéias, a vontade de se expressar, de libertar da mente, de pôr no "papel", de compartilhar... idéias. Foi para isso e por isso que o Rascunhos nasceu e se desenvolveu. De textos-diálogos melosos à ensaios épicos, passando por desabafos e conversas no MSN, o blog se tornou um querido repositório de idéias. Uma verdadeira "penseira" que me permitiu guardar os mais estranhos, divertidos e esdrúxulos rascunhos de uma mente.

Tem sido prazeroso planejar, rascunhar, escrever, digitar e publicar neste blog. Prazer este comparado apenas ao de ler os comentários dos corajosos leitores. Esses bravos e bravas que se aventuraram a conhecer as criações de uma mente insana(ei, esse podia ter sido o título do blog...).

Experimentei, gostei e quero mais. Escrever tornou-se um vício que eu não quero largar. Um ano, o Rascunhos completou; a Força que o impulsiona espero que dure muito mais.

Agradeço a todos que consumiram uma fatia de seu tempo lendo o que escrevi. Obrigado!

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- Feliz Aniversário!

27 de set. de 2006

Vida Bandida

Cai a noite
Aqui estou, de pé
Contemplando
Uma lua pálida
Um céu sem estrelas
Um mar sem ondas

A monotonia da maré
Parece refletir meus próprios dias:
Enchendo para depois secar
Secando para depois encher

De cais em cais
Sempre de passagem
Sempre fugindo
Sem nunca desembarcar
Num porto seguro

Não sei se quero
Essa vida pirata
Não sei se mereço
Essa vida (,) bandida!

...

Quem dera minha nau afundasse
E eu chegasse numa ilha deserta
Uma porção de terra, aparentemente, solitária
Mas só, decerto, eu não estaria
Estaria, na verdade, em boa companhia
Teria como companheiros
O mar e a ilha
Apenas:
Mar
Ilha

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*Mais um rascunho de uma mente insana. =/

21 de set. de 2006

Um Novo Mestre

Artanis caminhava silenciosamente pelos corredores do Templo. Aquela parte do prédio em especial era pouco iluminada, a maior parte da luz vinha da cidade luminosa lá fora. Os passos do cavaleiro ecoavam à medida que ele se aproximava da sala do Conselho. Estava um pouco ansioso - talvez aquele encontro o levasse exatamente onde ele queria ir.

- Entre, Artanis - disse uma voz firme dentro da sala.

No instante seguinte, os dois homens estavam sentados frente-a-frente. Na verdade, um deles estava muito distante dali, o que se via sentado na poltrona era apenas um holograma, uma forma de comunicação à distância. Ambos sabiam que algo importante seria determinado naquele encontro. Artanis respirou fundo e perguntou:

- O que o Conselho quer de mim, mestre Windu?

O jovem Artanis nasceu e viveu parte de sua infância no planeta Alderaan. Seu pai era um bem-sucedido mercador e sua mãe era uma bela mulher vinda de uma tribo das montanhas. Certo dia, o planeta foi ameaçado por um grupo de terroristas que tentou assassinar a família real. Um pequeno grupo de jedis foi mandado ao planeta para resolver o problema. Entre eles, estava o mestre Ki-Adi que salvou o jovem Artanis durante um ataque dos terroristas à capital Aldera. O mestre jedi, contudo, não conseguiu impedir a morte dos pais do menino. Sentindo a Força no garoto e sabendo que ele não tinha para onde ir, Ki-Adi o levou para o Templo Jedi em Coruscant para ser treinado.

- Estamos em tempos de guerra, Artanis, como você bem sabe. A República está ameaçada pelo Conde Dooku e os separatistas. Os jedis - como guardiães da paz - são agora mais necessários do que nunca. Precisamos de você.

- E eu estarei sempre a serviço do Conselho. E da República, mestre.

- Precisamos que você permaneça aqui e ensine os padawans mais jovens os caminhos da Força.

- M-mas, mestre, eu... achei que... Eu sou um guerreiro, mestre Windu. Minhas habilidades serão mais úteis no campo de batalha como meus companheiros. Kit Fisto está lutando em Mon Calamari, mestre Obi-Wan em Muunilinst, mestre Ki-Adi em Hypori e o senhor em Dantooine. Eu deveria estar lutando com vocês!

- Estamos fazendo o que nos foi designado. Nesta guerra, muitos jedis podem cair no campo de batalha. As crianças de hoje serão os mestres jedi de amanhã. Ensiná-las é tão importante quanto lutar pela paz, Artanis.

- Mas, mestre, existem tantos outros jedis mais indicados para esta tarefa, mais sábios do que eu... Mestre Yoda com certeza poderia apontar alguém melh...

- O próprio mestre Yoda me pediu para comunicá-lo de sua nova tarefa. Esta foi a decisão do Conselho. Esta é a vontade da Força. Você sente dúvidas, cavaleiro? Você hesita em aceitá-la?

- Não, mestre Windu.

- Ótimo.

E ele realmente não hesitou. Artanis sabia que a Força tinha modos estranhos de se manifestar, mas ele confiava totalmente em seus desígnios. Rumou a passos lentos aos seus aposentos enquanto planejava os ensinamentos para o dia seguinte...

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Esse é um pedaço da história de um personagem que eu criei no cenário de Star Wars. Talvez seja mais desenvolvido em mesa. Talvez.

10 de set. de 2006

Vomit Storm - 1/x

De todo mundo lá da roça, só eu não tinha um pedacinho de terra. Todo o resto do povo tinha, menos eu. Ah, eu não ia pedir pra dividr, eu não. Eles conquistaram suas terra por esforço própio, eles merecem ficar com elas. Só eu num consegui. Mas tudo bem, fui pra cidade, lugar das oportunidade.

Pela cidade eu fui andando, e nada de eu arranjar um cantinho pra eu ficar e um lugar pra trabalhar. O que eu fiz? Fui roubar. Ah, roubar é errado? Tu diz isso porque né tu que tava lascado, sem ter um canto pra cair morto. Tu tem tudo de bom e do melhor, vai reclamar por quê? Pedir? Pedir é mais justo do que roubar. Mas roubar é mais digno do que pedir!

Pois é, e nessas minhas andanças eu fui andando e ficando desesperado. Era "não" pra tudo que é lado. Se eu tava precisando de ajuda? Ora, claro que tava. O que você queria que eu fizesse? Saísse gritando e pedindo por ajuda? Ah, não ia adiantar: eu ia fazer papel de ridículo e o povo ia achar que eu sou doido. Não, faço isso não. Não mesmo. Nunca.

Ô, moço, me dê um trocadinho, é melhor pedir do que roubar. É, deu pra conseguir um dinheirinho, graças a Deus! Arre, o sol tá rachando minha cabeça e a fome, a minha barriga. Ai, que dia. Ai, que dia. Acho que vou tomar uma...


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7 de set. de 2006

Entrevista com o Experimentador - 2º Bloco

Câmera - Um

Câmera – Dois

Câmera – Três

Câmera - NO AR!

Italo - Bem amigos leitores, estamos aqui de volta em definitivo... cof! quero dizer, continuando a entrevista...

Eduardo - Exatamente.

Italo - Bom, vamos mudar um pouco de assunto. Esportes. Humm... você pratica algum esporte regularmente, Eduardo?

Eduardo - Vale sexo?

Italo - (risos)

Italo - Sempre espirituoso, o Eduardo.

Contra-regra – (risos)

Italo - (risos)

Eduardo - (rindo só acompanhando os outros)

Italo - Não... acho que não, algum que tenha times ou competição talvez...

Eduardo - Eu acho que alguns times podem se formar, dependendo da ocasião... Mas não, não pratico. Parei com eles.

Italo - Gosta de assistir pela televisão?

Eduardo - O quê?

Italo – Esportes.

Eduardo - Algumas poucas vezes ainda me disponho a ver o vôlei feminino... Mas não tenho saco não. Pra mim, vale o argumento feminino que futebol não tem graça nenhuma, é um saco.

Italo - Ah, tudo bem, já falamos muito sobre esportes... Hum... Astronomia!

Eduardo - Astronomia, perfeito!

Italo - Você acompanhou? Plutão não é mais um planeta... Que coisa né, rapaz?

Italo - *todos notam que o apresentador é ligeiramente incompetente para manter o ritmo da entrevista*

Eduardo - Pois é, né? Coitado... Sempre achei que plutão fosse poeira intergaláctica.

Italo - Pobre do Plutão, não diga isso... os planetas tem sentimentos...

Eduardo - Mas plutão serviria muito bem como coadjuvante de um trocadilho pra um nome de puteiro.

Italo - Dizem que quando Plutão deixou de ser planeta, ele se tornou o oitavo anão da Branca de Neve.

Platéia -(risos)

Italo - Hehehe. Oitavo anão, sacou? Oitavo anão? Hehehe.

Eduardo - *morrendo de rir* - piada horrível!

Italo - Bom, é, astronomia... A única coisa que eu sei de astronomia eu aprendi com os Cavaleiros do Zodíaco!

Italo - Hahahaha. Luísa, o que você botou nesse achocolatado?

Contra-regra - Talvez açúcar demais...

Eduardo - Olha os efeitos do açúcar...

Italo - Açucar demais!?!?! *empalidecendo*

Italo - Você não sabe que eu sou diabéti... Arrrgh Cof! CoF! Uuuugh...

Contra-regra - *assustada*

Eduardo - *batendo nas costas* Tosse, porra!

Eduardo - Água, água!

Italo - PEGADINHA DO MALANDRO!!

Italo – (gargalhando). Eu nao sou diabetico!

Eduardo - Que merda.

Italo – Vocês deviam ter visto a cara de vocês! (risadas)

Eduardo - Você poderia ter demorado mais na pegadinha. Tirando o "água, água", eu nem fui muito constragindo.

Italo - Aaah... Ok, vou treinar mais para o meu próximo entrevistado...

Italo - Bom, tudo bem. Continuando.

Eduardo - Continuando, jô. Ops, ítalo.

Italo - Bom, já que estamos próximos de uma eleição. Vamos falar sobre política. O nosso país...

TENDO EM VISTA A POLÍTICA DE NOSSA "EMISSORA" DE NÃO PERMITIR FALAR SOBRE POLÍTICA, ESSA PARTE DA ENTREVISTA NÃO SERÁ EXIBIDA... MAS VOCÊ PODE ENCONTRÁ-LA PARA BAIXAR PELO EMULE OU NAQUELES SITES DE CRACKS ONDE TEM CAVEIRAS GIRANDO SOBRE UM FUNDO PRETO.

Italo - Bom, pois é. Já falamos demais sobre política. Que tal falarmos sobre uma paixão comum... RPG?

Eduardo - Érrepêgê!!!

Italo - Isso! Desde quando você joga, Eduardo?

Eduardo - Desde que eu me entendo por gente... uns 16, 17 anos. Ítalo, você também joga rpg?

Italo - Sim, jogo sim. Como você sabe?

Eduardo - Bom, você falou em paixão comum?

Italo - Ah, é mesmo. Bem e que tipo de cenário você acha mais legal?

Eduardo - D&D.

Eduardo - Sempre quis jogar vampiro e star wars, mas eu tenho um mestre que é um filho da puta e não quer mestrar pra gente.

Eduardo - Medieval, é bom, mas enjoa. lutar só com espadas e escudos é chatinho. em vampiro, eu já desenvolveria outras habilidades, como chupar.

Italo - É mesmo? E além dele mestrar D&D tu quer que ele tenha tempo pra ler, elaborar sessão e mestrar Vampiro e Star Wars? Você nao acha que pede um pouco demais do seu pobre mestre?

Eduardo - É, ele não faz nada mesmo. Poderia pensar na felicidade dos amigos. E eu só quero dar um módulo, direção e sentido pra vida dele.

Italo - Acho que ele não ficaria nada satisfeito se ouvisse isso. Mas, tipo, em D&D dá pra chupar... Oh, ok, deixa pra lá.

Italo - Você já teve algum personagem, assim, do qual você sente ou sentiu falta. Quase como se fosse um amigo que não vê mais?

Eduardo - O Tomas Escudo-de-Carvalho Martelo e Trovão. O guerreiro mais poderoso que andou por Arton e Faerùn. Um anão beberrão, palhaço, debochado e incrivelmente poderoso. Uma lenda.

Italo - E o que você gostava no Tomas?

Eduardo - Da Força, da capacidade de frescar de tudo, da lealdade aos seus objetivos.

Italo - Ah, legal. Me diz uma coisa: o que as outras pessoas falam pra você a respeito do hobby? Te acham meio louco, te recriminam? Tua mãe, diz o quê?

Eduardo - Tem gente que acha que é coisa de nerd, que só manés jogam, que é mesmo coisa de louco, essas coisas. Ficam espalhando essas verdades por aí.

Platéia - (risos)

Italo – (risos)

Eduardo - Que só losers jogam, mas enfim, eu me divirto, então foda-se.

Eduardo - Existem manés que colecionam selos, que acompanham futebol, ou fórmula 1, que discutem as vidas dos outros, entre esses manés medíocres e os manés do rpg, eu prefiro os do rpg, que pelo menos é divertido.

Italo - Concordo!

Italo - Vamos fazer o seguinte agora: um jogo rápido.

Italo - Eu faço uma pergunta e você me responde com a primeira coisa que aparecer na sua cabeça, ok?

Eduardo – Ok Quero só ver.

Italo - Um sonho?

Eduardo - Trepar com a natalie portman e a angelina jolie no mesmo dia.

Italo - Poxa, você meio que antecipou uma de minhas próximas perguntas... Mas va lá...

Eduardo - Sou foda, eu sei.

Italo – [aliás, esse sonho é muito bom, agora é o meu também]

Eduardo - adendo ao sonho: na mesma hora.

Eduardo - Ôpa, não se roubam sonhos! Esse é meu! Sonhe com a ana maria braga e a
hebe.

Italo - Vai pra lá!

Italo - Programa de televisão?

Eduardo - Esse aqui.

Italo - Muito bom.

Italo - Cerveja ou café?

Eduardo - Os dois, e muito.

Italo - Aaah... aí é trapaça! Tem que ser só um!

Eduardo – Carai, que entrevistador cruel.

Italo - As próximas são piores.

Eduardo - Você não presta. Em que situação eu seria obrigado a escolher entre cerveja e café? É que nem escolher entre a Natalie e a Angelina. Não dá, tem que ser os dois, e as duas.

Italo - Putaquepariu!!! Você andou lendo minhas perguntas!!!

Italo - O programa é MEU, e você tem que escolher, caralho!

Eduardo - Ah, te fode. Mistura os dois numa caneca só, então.

Italo - Que foi, câmera estupido!? Eu falo putaquepariu quando eu quiser!!??

Eduardo - Caralho, Ítalo, você tá em rede nacional! não pode ficar falando putaquepariu direto, porra!!!

Italo - Ah, vai te foder, dudu. Tu estragou minhas perguntas.

Contra-regra - ...

Contra-regra - CORTA!

Italo - Corta, o caralho!!!

Eduardo - Quié?

*comerciais no ar*

Eduardo - Como assim, eu estraguei?

*a platéia começa a se alterar*

*burburinhos podem ser ouvidos por todo estúdio*

Italo - Putaquepariu, a pessoa passa um mês elaborando as perguntas e você não escolhe uma, porra!

Eduardo - Tá bom, tá bom, eu escolho. Café. Natalie.

Italo - Claro que as perguntas são difíceis. E o meu trunfo-mor era "Natalie Portman ou Angelina Jolie?"

Eduardo - Tá mais calmo agora? Ôw.

Eduardo - Vai câmera, filma aí:

Eduardo - Café.

Eduardo - Natalie portman.

Eduardo - A trilogia nova.

Eduardo -O epísódio 3.

*a contra regra sai*

Câmera – TRÊS, DOIS, UM.... NO AR

Italo - Cof! Cof! Estamos de volta...

Eduardo – [Cadê a contra-regra?]

Italo - [Não seei. No banheiro talvez?]

Eduardo - *toma um pouco do leite com nescau*

Italo - *toma um pouco do café*

Eduardo - Eca, muito açúcar.

Italo - Podemos continuar?

Eduardo - Sure we can.

Italo - Jogo de Computador?

Eduardo - Péra. Essa é delicada.

Eduardo - Baldur's Gate 2, não tenho como negar.

Italo - Led Zeppelin ou Dream Theater?

Eduardo - Dream Theater, for sure.

Italo - Física ou literatura?

*a contra regra volta, bebendo algo*

Eduardo - Fiiiiiilho da puta.

Italo - Essa alternativa nao tem.

Italo - *gargalhada diabólica*

Eduardo - Eu tenho certeza que tu vai pro inferno se o inferno existir.

Italo - Tá bom, mas não se irrite.

Eduardo - *o que será que a contra-regra está bebendo?*

Eduardo - Próxima pergunta.

Italo - Chaves ou Chapolin?

Eduardo - Chaves, anta.

Italo - Cerveja ou café?

Italo - *tan-dan-dan*

Eduardo - Não valem perguntas que já passaram.

Eduardo - *ah, eu combinei antes. merda.*

Eduardo - Café.

Italo - Angra ou Shaaman?

Eduardo - Existe alternativa "nenhum"?

Italo - Tudo bem.

Italo - E, por último:

Italo - Star Wars ou Senhor dos Anéis?

Italo - Contando livros, filmes e jogos. Tudo!

Eduardo - Em filme, Star wars. Em livro, senhor dos anéis. Em jogo, Star Wars, por falta de informação.

Italo - Cenário?

Italo - (entre os dois)

Eduardo - Pra RPG?

Eduardo - Pra viver?

Italo – Não. Qual o cenário que você acha mais massa: o de Star Wars ou de Senhor dos Anéis?

Eduardo - Star Wars, padawan.

Italo - Uff! Foi tão difícil assim?

Italo - Responder.

Eduardo - Mais ou menos. Ninguém espera ser acuado assim entre seus gostos de uma hora pra outra. Só as pessoas mais sem coração e sem educação fazem isso.

Italo - E quem seria essa pessoa? *gargalhada diabólica*

Eduardo - Mizera.

Italo - Bom tem mais uma pergunta:

Eduardo - Pode fazer.

Italo - "Eduardo, você está satisfeito em ser homossexual?"

Eduardo - "não, eu quero mais!"

Italo – Huhuhu.

Italo - Infelizmente, nosso tempo se esgotou.

*Alguém da produção exibe uma placa escrito "aaaaaaaah"*

Eduardo - Aaaaaaahhhhhhhh

Platéia - aaaaaaaaaaaaaaahhh

Eduardo - Que ruim pra vocês, vão ficar sem mim.

Contra-regra - *Graças a Deus, pensa a contraregra*

Eduardo - Aaaaaaahhhhhhh

Italo - Eduardo, foi muito bom receber você aqui. Foi um prazer imenso tê-lo conosco.

Eduardo - Eu sei. Foi muito bom estar aqui também. É sempre um prazer estar comigo. Pode perguntar pra quem eu já peguei.

Italo - Sinta-se a vontade para voltar a nossa casa.

Eduardo - Tem café? Tem cerveja? Tem contra-regra?

Italo - E se você quiser dá algum aviso ou falar sobre sua agenda aí pra os leitores...

Eduardo - Durante essa semana eu vou tentar terminar uma discussão sobre monogamia, tenho algumas coisas que eu acho que podem ser bem discutidas. Vou também explicar porque eu acho que homens têm mérito por pegarem muitas mulheres e o porquê mulheres pegarem muitos homens não é mérito nenhum.

Eduardo - São idéias que andam passeando pela minha cabeça que eu preciso ainda por num papel. ou numa tela de word.

Italo - Sei, sei. Entendo.

Italo - Bom, não esqueçam de visitar o "Experimentador", o endereço é esse que aparece aí embaixo no seu visor:
http://meuultimoromance.blogspot.com/

Italo - Muito obrigado pra vocês, leitores, pelo carinho e dedicação, obrigado a platéia. São VOCÊS que fazem a gente continuar se esforçando pra trazer o melhor para o blog!

Eduardo - Adquiram também os produtos da linha "experimentador", como o chaveiro elétrico, o mp3 player com vibrador, os perfumes, a sensacional variedade de cafés bem experimentados por mim mesmo.

Italo - Hhauhuaeuhaue. VALEU, DUDU!!!

Italo - Tchau, GALERA!!!

*créditos começam a subir na tv*
*a câmera começa a se distanciar*
*só aparecem as bocas abrindo e fechando e não dá pra saber o que estão dizendo*

________________________________________

Entrevista com o Experimentador - 1º Bloco

Italo - Boa tarde, amigos leitores do Rascunhos.

Italo - Boa tarde, platéia.

Platéia - Boa tarde!

Italo - Estreiamos hoje um novo quadro no nosso blog e espero que vocês gostem. O quadro consiste de uma entrevista com um convidado especial. Hoje o entrevistado é nosso amigo físico, filósofo, poeta, romancista, rpgista e blogueiro: Eduardo Rafael!

*placa de aplausos*

Eduardo - (sorrindo e acenando)

Platéia - (aplausos)

Italo - E aí, Eduardo, tudo tranquilo?

Eduardo - Perfeito, Italo.

Italo - Preparado?

Eduardo - Claro. Shoot.

Italo - Não tem porque ficar ansioso mesmos.... cof! mesmo! A gente vai só bater um papo amigável, nada demais.

Platéia - (risos)

Eduardo - Eu não ficaria, conversar aqui com pessoas tão amigáveis, é um grande prazer.

Eduardo - Eu acho que é você que pode estar um pouco ansioso, Ítalo, trocando algumas letrinhas.

Eduardo – (risos)

Italo - (risos)

Italo - Acontece.

Italo - Bom, ok. Eu queria começar falando do seu blog. De onde veio, assim, a idéia de criar o "Experimentador"?

Eduardo - Bom, a principal razão de o Experimentador existir é porque eu queria muito me comunicar com algum público, já que eu sou escritor. E um blog é uma ferramenta muito útil para alguém que não tem recursos próprios pra publicar nada.

Italo - Hun-rum, entendo.

Eduardo - Bem, "Experimentador", o título é esse por algumas razões.

Eduardo - Da minha grande vontade de experimentar coisas novas, em muitos sentidos.

Italo - Sei.

Eduardo -Coisas novas, assim, em literatura, música, coisas novas com pessoas também.

Italo - Claaro.

Eduardo - Se fosse pra ficar numa metáfora mais ou menos, é uma adolescência sem a sua burrice inerente.

Italo - (risos falsos)

Eduardo - (não, não, metáfora ridícula, corta ela do programa)

Eduardo - (risos falsos também)

Italo - (a gente tenta editar depois)

Diretor - (corta, corta )

Eduardo - Pausa para o café?

Italo - CORTA!

Eduardo -Cadê aquela cara com a bandeja dos salgadinhos?!

Italo - Qualé dudu, tá acabando com meu programa, porra!

Eduardo - COMO ASSIM?

Platéia - Buuuuuuuuuuuuuuuh!

Italo - Você acha que a gente não gasta filme, não?

Italo – Maquiagem? Aluguel do estúdio?

Italo - Vacilando vei...

Eduardo - Não entendi.

Italo - Não, não. Vai. Deixa pra lá. Eu só tou nervoso. A primeira entrevista.. quero muito que dê certo...

Eduardo - Cara, relaxe... olha, eu quero que a sua primeira vez seja maravilhosa. Eu vou ser sutil, carinhoso e atencioso.

Eduardo - Pode confiar em mim.

Italo - Ei, você aí, não tá gravando não, né?

Câmera - Não, não, claro que não.

Italo - Tá, tá, tá. Então vamos recomeçar.

1

2

...

Eduardo - Venha cá, me dê um abraço antes de começar a gravar.

Italo - Peraí, câmera!

Italo – Tá, tá bom... (abraça)

Italo - Agora vamos.

Eduardo - Vamos.

1

2

3

Gravando!

Italo - Certo, Eduardo. Você já falou da idéia geral do "Experimentador". Agora, eu quero perguntar o seguinte:

Eduardo - Pergunte. (cruza as pernas, recosta-se na cadeira elegantemente e aguarda a pergunta)

Italo - Você já teve outro blog: o Vidadifusa. Aliás - pra quem não sabe - o Vidadifusa foi um dos principais incentivadores[1] à criação do "Rascunhos de uma Mente". Assim, a gente quer saber: qual a diferença entre o Vidadifusa e o Experimentador?

Eduardo - Ah, eu não gostava muito do Vida Difusa, achei ele muito infantilzinho. Sabe, tipo aquelas coisas que um carinha com 17 anos e muita espinha na cara escreve, então resolvi deixar pra lá, e essa foi a principal causa de eu não o ter mantido.

Eduardo - E, porra, o experimentador é um blog que eu acho mais interessante, é um blog pra eu ser chato à vontade na hora que eu quiser. Quero que as pessoas pensem que eu sou culto, e blah, essas baboseiras, e também é uma forma de mostrar que eu sou mente-aberta, flexível a coisas novas, esse tipo de coisa.

Eduardo - Até me conhecerem como rpgista e aficcionado por videogames, gibis e blockbusters.

*uma contra regra entrega, fora das câmeras, um papel ao apresentador*

Eduardo - *eu até pegaria essa, gatinha, tenho que me lembrar depois*

Eduardo -(pensativo)

Italo - Ah, Eduardo. Realmente, a proposta do Experimentador parece bem interessante.

Italo - Vejamos o que temos aqui... Ah, uma pessoa da platéia quer fazer uma pergunta.

Eduardo - Perguntas da platéia, tomara que seja uma platéia gatinha e com tudo em cima. Que ótimo.!

Italo - Bom, vamos lá, a pessoa da platéia diz: "Você quer que as pessoas 'pensem' que você é culto? Quer dizer que os momentos de cultura são nada mais que fake? Você é um pseudo, então?"

Italo - Iiih. Pergunta complicada, hein?

Eduardo - Até que é um pouquinho, vejamos. (pensativo)

Eduardo – ”pseudo” é uma palavra que eu adoro. Sou pseudo muitas coisas. Intelectual, músico, cozinheiro. Se fossem outros tempos, eu só posaria de culto pra mostrar que sou inteligente, sensível, romântico, etc, etc, só pra fazer algumas mulheres pensarem que eu sou um cara ótimo pra elas.

Eduardo -Que, além de bonito e romãntico, eu também sou inteligente e sensível, e compreensivo, conheço o mundo feminino, e essas coisas. satisfazer todos os clichês possíveis que as mulheres reclamam que os homens não satisfazem.

Italo - He-he-he. Que idiotice, quem faria isso?

Italo – (Olha para os lados, sem graça)

*a contraregra revira os olhos*

Eduardo - Mas hoje, bem, hoje eu não faria isso.

Italo - Sei... entendo. Não que eu já tenha feito isso, ou tenha intenção de fazer. Mas... entendo - na teoria - o que você tá dizendo.

Italo – Bom...

Italo - *pausa estratégica para elaborar a pergunta*

Eduardo - *pose de quem respondeu muito bem uma pergunta*

Italo - Você disse que o blog tem por objetivo permitir que você se mostre, se abra pras pessoas, para que elas possam penetrar nos seu âmago e te conhecerem melhor, para que você mostre que é uma pessoa aberta e flexível. Essa é uma das experiências que você queria mesmo ter? Que você tinha vontade de experimentar?

Eduardo - Penetrar no meu âmago, assim, não, né? eu ainda guardo certa integridade.

Italo - (risos)

Eduardo - Enfim, quero sim que algumas pessoas me conheçam, me experimentem, e vejam que eu sou bom. Bom escritor, bom pensador, bom outras coisas. Bom em outras coisas.

Italo - E pra aquelas que te acharem "margo" o que você?

Italo - "amargo", desculpe.

Eduardo -Que procurem açúcar noutro lugar. Amargo pode ser gostoso, e viciante. Eu tenho outros gostos.

Italo - Nossa! Muito bom!

Platéia - (aplausos)

Eduardo - *se distrai por oito segundos olhando para aquela figurante gostosa*

Eduardo - Sua platéia é muito boa, Ítalo

Italo - É, é sim.

Italo - Continuando... conta pra gente, Eduardo: Qual é tua "ambição" com o blog, onde tua acha que vai chegar com ele, onde tu quer chegar?

Eduardo - Espero que o experimentador me leve a alguns contratos milionários com alguma grande editora, ficar mais rico do que aquela mulher magrinha que inventou o harry potter, e passar o resto da minha vida só farrando.

Platéia - (risos)

Italo - (risos)

Italo - Esqueceu de dizer: “pegar muitas mulheres gostosas”.

Eduardo - Meu principal objetivo, contudo, é conhecer mais gente como eu. Que curta literatura, sarcásticas, irônicas, interessantes.

Eduardo – É porque eu já achava que estava tão bem definido que seria um pleonasmo dizer isso de novo.

Italo - Hehe, entendo.

Eduardo - E não são só mulheres gostosas: mulheres gostosas e louquinhas por mim.

Italo - Vamos fazer uma pequena pausa agora e voltamos depois dos comerciais.

Eduardo - *acena para a platéia*

*a contra regra se dirige ao palco*

Contra-regra - Desejam alguma coisa?

Eduardo - (pensamento: você, você, você)

Eduardo - Café, por favor.

PROPAGANDA 1:
Querida mamãe, querido papai
No dia da criança
Eu quero um sapato
Na casa...
Lá tá assim de ofertas
Pá-pé-pio
Vamos pra casa...


Contra-regra - *acena educadamente*

Contra-regra - Italo?

Italo - Um pouco de leite com nescau, por favor

Figurante - *acena de novo e vai saindo*

Italo - Essas propagandas nunca mudam, hein?

Eduardo - Italo, agora que está nos comerciais, me diga: qual é o nome da sua

contra-regra e como você deixa uma mulher dessa passar?

Eduardo - *olhando o movimento dos quadris dela*

Eduardo - (risos)

Italo - Er... respondendo sua pergunta: eu não costumo misturar relacionamentos amorosos com relações profissionais.

Eduardo – Eu entendo... mas e se não tiver amor?

PROPAGANDA 2:
- Sol, mar, piscina... adoro tudo isso. Mas gosto mesmo de cuidar dos meus cabelos.
- E para isso, eu conto sempre com o Elseve Nutri-gloos, o xampu que matém o brilho natural dos meus cabelos, dando a eles um brilho perolado, nutrindo da raiz até as pontas.
- Ele vai amar.


*a contraregra volta, trazendo uma bandeja com o café, pacotinhos de açúcar e o achocolatado*

Italo - Âah... obrigado.

Eduardo - Deixa que eu te ajudo.

Contra-regra - Não precisa, não se preocupe...

Eduardo - *pegando delicadamente na mão da contra-regra* *ajudando com a bandeja e o café*

Italo - Brigado, Luísa.

Eduardo - (pensamento: não sei se é a propaganda ou os cabelos dela estão realmente cheirosos. Eu amei.)

[CONTINUA]

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[1] - veja em http://rascunhosdeumamente.blogspot.com/2005/10/faq.html

2 de set. de 2006

Só um comentário

Eu devia transformar isso numa revista. Aí só precisava atualizar uma vez por mês... XD

11 de ago. de 2006

Dois

Lá no alto está o sol
Todos o vêm redondo
Eu o vejo quadrado
Sua luz, seu calor
Só sinto por fora

Onde estou?
Aqui é escuro, frio, úmido...
Mas lá em cima
Vejo um feixe de luz
E um balde a balançar

Oh, ópio,
Me leve daqui
Me tire dessa prisão
Me dê a liberdade
Oh, saudade...

Mal posso esperar
Para o inverno acabar
O gelo derreter
E a primavera chegar

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Remexendo meus rascunhos, eu encontrei esse poema aqui, rascunhado em maio deste ano.

Eu devia ter fumado muita maconha* quando escrevi isso.

PS: não sei porque escolhi essse título na época, se alguém ler e tiver uma sugestão, por favor: comente.

*falo no sentido figurado, é claro. não faço isso. não preciso. =]

16 de jul. de 2006

O Sentinela

Naquela tarde de primavera, o sol brilhava brandamente, poucas nuvens manchavam o manto azul do céu. Mais abaixo, várias árvores se erguiam da terra, formando um imenso jardim verde de aparência tranquila, a Mata do Alvorecer. O silêncio da paisagem era interrompido apenas pelo canto dos pássaros que procuravam seus pares para acasalar. Apenas um olho atento e um ouvido treinado poderiam perceber que alguém caminhava soturno por entre as árvores...

O homem que caminhava pela mata chamava-se Hansi. Pertencente a uma espécie híbrida, chamada pelos elfos de meio-humanos e pelos humanos de meio-elfos. Ele, contudo, não se importava com esses títulos; o único título com o qual se importava, e que gostava de ostentar, era o de Sentinela da Floresta. Hansi pertencia a um grupo conhecido como milikkars, ou guardas de Mielikki.

Após horas percorrendo a floresta, algo chamou a atenção do patrulheiro. Agachado no chão, tateava as marcas deixadas na terra enquanto seu amigo farejava ao lado. Apesar de estarem juntos apenas a alguns meses, o seu cão Rynlon era um dos melhores amigos que já tivera. Além de excelente farejador, era silencioso e totalmente leal. Hansi ensinara ao animal alguns truques e os dois se comunicavam quase como se pertencessem a mesma espécie. Após cheirar os rastros, o cão emitiu dois latidos graves e um agudo, o que só podia significar uma coisa...

- Orcs!

Os orcs fizeram parte do passado nebuloso de Hansi, mas o sentinela não os temia. Pelo contrário, sabia exatamente como eles agiam e como derrotá-los. Podia reconhecer o cheiro ruim de um deles quase tão bem quanto o seu companheiro canino. A lembrança dessas criaturas fez com que o patrulheiro imediatamente sacasse o arco e deixasse uma flecha em punho: era melhor estar preparado.

Mais silencioso do que nunca, Hansi seguiu os rastros mantendo os olhos e ouvidos bem atentos. Não precisou andar muito para encontrar uma das criaturas - sem dúvida, um batedor - pensou o guardião da floresta. Fez um sinal para o cão se afastar, mirou a flecha cuidadosamente e disparou. Rompendo o ar com um zunido, o projétil atingiu o orc na nuca, arrancando-lhe um grunido de dor e fazendo seu sangue escorrer pescoço abaixo. O meio-elfo puxou uma segunda seta da aljava e atirou rapidamente, acertando o alvo no ombro esquerdo e provocando mais um grito de dor. O monstro alvejado perdia o equilíbrio das pernas quando Hansi preparava uma terceira flecha, mas o sentinela foi supreendido:

- Parado aí! - bradou uma voz gutural às suas costas - se fizer qualquer movimento, eu o mato. Largue o arco no chão!

Fora tolo de imaginar que o orc estaria sozinho e Hansi se odiou por isso. O ranger imaginou que seria insensato não atender às exigências do segundo adversário. Soltou o arco no chão e virou-se para a criatura. Era apenas um, mas empunhava uma grande besta, pronta para disparar. Fizera a coisa certa, o corselete de couro que estava usando não protegia bem suas costas. Além disso, sabia que os orcs costumavam envenenar os seus dardos.

Hansi avaliava a situação. Se o orc quisesse apenas matá-lo, já teria disparado aquele quadrelo. Apanhar o arco ou tentar lutar seria tolice: além da besta que trazia nas mãos, o orc tinha preso à cintura uma longa espada, o patrulheiro estava em clara desvantagem. Olhando para os lados, viu que Rynlon não estava à vista, mas sabia que o animal estava bem perto.

A criatura observava o sentinela atentamente. Não tinha intenção de matá-lo, sabia que o seu líder o recompensaria se trouxesse o 'elfo' como prisioneiro. Era sua chance de subir na hierarquia da tribo e ficar acima dos meros peões:

- Escute, elfo! É melhor que você fique bem calmo e não faça nenhuma besteira. Se obedecer minhas ordens, talvez você viva para ver o sol de novo. Agora, vire de costas e siga a trilha atrás de você, bem devagar. Vamos!

O ranger franziu a testa e balançou a cabeça com uma expressão confusa na face. Em seguida, falou em voz alta:

- Dartha u-achas, dartha ad ten.

- O que você disse? - esbravejou o orc - Não me diga que... Ah, seu elfo estúpido, não me diga que você não fala comum!? Vamos! Vi-re-se, an-de e não fa-ça NE-NHUMA GRA-CINHA!

O orc se descontrolou: pisava no chão com força, bufava, gesticulava e tentava dar ordens ao seu prisioneiro. Quando já estava bastante furioso, o elfo balançou a cabeça em sinal de entendimento e fez menção de virar-se para obedecê-lo. A criatura suspirou aliviada, mas em seguida ouviu o sentinela dizer:

- Nag mi orch!

Embora o orc não entendesse o que diziam, as palavras do meio-elfo possuíam um tom claramente ofensivo, ao qual o orc reagiu imediatamente. No momento em que a criatura preparava-se para atirar, Rynlon mordeu-lhe o tornozelo com força, puxando-o para trás. A seta que atingiria o patrulheiro voou para o alto sem ameaçá-lo.

Enquanto o orc sacudia a perna violentamente, tentando livrar-se do cachorro, Hansi agiu rapidamente: avançou contra o inimigo enquanto sacava um par de adagas que trazia ocultas em seu cinto. Em seguida, estocou-as profundamente nos rins da criatura. Suas mãos logo se banharam de sangue e um estrondoso grito de dor ecoou pela floresta.

Hansi contemplou o corpo do orc por alguns segundos e a seguir verificou se Rynlon não estava ferido. "Fui imprudente ao tentar caçar os orcs sozinho" - pensou o sentinela. O cachorro olhou para ele com um ar ofendido. O ranger deu um sorriso e acariciou o animal. Em seguida encaminhou-se a passos largos para o coração da floresta: seus companheiros precisavam ser alertados.

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Este post é dedicado ao mizera do meu irmão.

Gostaria de agradecer a minha cunhadinha Amanda Undomiel
por me ajudar com as frases élficas. Valeu!

4 de jul. de 2006

O lobo solitário

Rulviar era uma como tantas outras cidades pequenas ao longo da Estrada do Mar da Lua: dedicava-se à agricultura e à caça, mas o que sustentava mesmo sua economia eram os mercadores que se hospedavam na cidade. Nada demais parecia acontecer em Rulviar, as histórias mais interessantes eram trazidas de fora pelos viajantes e contadas nas tavernas.

Naquele noite, em especial, o povo de Rulviar teve dificuldades para dormir. Ouviam, do bosque próximo, uivos constantes, estavam assustados. Os moradores, no entanto, não sabiam que aqueles eram, na verdade, uivos de tristeza.

Naquela tarde, durante o período da feira, quatro homens batiam num rapaz franzino em um beco sujo da cidade. Motivo: dívida de jogo, 6 peças de prata parecia um motivo suficiente para aplicar-lhe uma boa surra. Um jovem que caminhava distraidamente viu a cena e resolveu ajudar o homem em desvantagem.

Lutou com valentia, mas teria sido espancado pelos quatro se não contasse com a ajuda de forças ocultas. O jovem salvador era, na verdade, um homem amaldiçoado: quando tomado pela fúria ou tocado pela luz da lua cheia, ele se transformava. Era um licantropo.

Os valentões foram facilmente derotados pela fera. Fugiram pelas ruas marcados por socos e garras, um monstro os perseguia. Nas ruas, as pessoas olhavam assustadas, gritavam, chamavam pela guarda. Apenas quando vários homens empunhando lanças vieram em sua direção, o homem-lobo percebeu que estava em perigo. Fugiu. Refulgiou-se numa mata próxima. Os guardas não ousaram persegui-lo.

Nunca se sentira tão só quanto naquela noite. O bosque ao seu redor era mais acolhedor que a cidade, ainda assim não era confortável. O lobisomem entoava um canto triste para as estrelas. De repente, um cheiro familiar invadiu-lhe as narinas e uma voz diferente da sua quebrou o silêncio da noite:

- Você está bem? - peguntou uma voz feminina.

Virando a cabeça de lado, ele olhou pelo canto do olho e viu uma mulher às suas costas. Reconheceu-a. Estava na feira, vendendo flores; se não estivesse tão faminto naquela hora teria gastado algum tempo observando-a, ela era linda. Mas, de todo jeito, aquele perfume de jasmim-da-montanha era inconfundível.

- Você não devia estar aqui, é perigoso - retrucou, mal-humorado.

- Não vejo porque - disse a moça sentando-se ao lado dele sem cerimônias.

- Acho que você não sabe o que sou.

- Sei sim, você é um lobisomem, o que isso tem demais?

O homem ficou surpreso. Olhou de lado e viu que, sob um véu de cabelos ruivos, havia um rosto fitando o céu atentamente. Parecia procurar algo entre as estrelas. Seus olhos emanavam um estranho ar de sabedoria. - Que mulher atrevida, o que ela faz aqui afinal? - se indagava o licantropo, mais admirado do que incomodado. Resolveu, então, interromper o silêncio:

- Ah, então você acha que não é nada demais? - falou, pondo-se de pé, parecia ofendido. É - continuou, dando as costas à mulher -, você não tem IDÉIA do que é ser um lobisomem. Transformar-se num monstro contra sua vontade, provocar medo e fúria nas pessoas... Os lobos, às vezes, me fazem companhia, mas eu fui criado em cidades... Eles SABEM que eu sou diferente. - sua voz ganhou um tom de desabafo - Sou tratado pelos humanos como um lobo e pelos lobos como um humano... Acho que fui condenado a ser exatamente isto - apontando para si -... um lobo solitário.

- Você tem razão, eu não sei o que é ser um lobisomem, não sei por que dificuldades você passa - fez uma pausa -, mas sei que você não está condenado a solidão.

O jovem emitiu um pequeno rosnado. - Ela só diz isso porque deve sentir pena de mim - pensou. Após alguns minutos silenciosos, ele sentiu algo roçar-lhe o joelho, era um focinho, um focinho canino. Um instante depois, havia um lobo lambendo sua perna carinhosamente. Os pêlos do animal tinham um tom levemente rubro, notou o "lobo solitário".

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Não sei... acho que esta estória ficaria mais legal contada oralmente...

24 de jun. de 2006

Yes!

A garota estava chegando em casa, havia acabado de abrir a porta quando sentiu algo em sua mochila vibrar. Fechou a porta, abriu o zíper da bolsa e puxou o aparelho. A tela dizia: “Nova Mensagem”.

A menina correu em direção ao quarto. Fechou a porta, jogou a bolsa de lado e saltou na cama ansiosa. Com rápidos movimentos do polegar, o texto logo tornou-se visível.

Desde muito pequena, foi acostumada a ter tudo o que queria. Mesmo as coisas mais difíceis eram obtidas com um pouco de insistência, uma cara pidona ou um choro fingido. Naquele dia, não foi diferente.

Após ler a mensagem, a garota abriu um sorriso maroto, quase maquiavélico. Abriu a porta e foi saindo do quarto, mas não sem antes olhar de lado para o espelho e ver seu reflexo cheio de si. Foi em direção a cozinha gritando:

-Manhê, tou morreendo de fome!

O celular da menina repousava em sua cama, a mensagem em sua tela dizia:

"Hm, acho que estou amando você. Namora comigo?"

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*É uma possível continuação para um texto de Allana que
eu "peguei emprestado":
http://ubbibr.fotolog.com/asukachan/?pid=16183017

9 de jun. de 2006

O Primeiro Passo

Era um dia de Junho como outro qualquer. As nuvens e o sol se revezavam no céu naquele fim de outono. Eu tinha muito o que estudar. Subi a rampa rapidamente e procurei um lugar tranquilo para ficar; antes de encontrar algum, eu vi... ela!

Estava sozinha numa mesa, estudando. O vento fazia seu cabelo esvoaçar, deixando descoberto aquele lindo rosto. Era difícil defini-la. "Algo entre uma boneca de porcelana e uma fada de chocolate" - eu pensei.

A matéria parecia complicada, ela franzia a testa com frequência, mas isso nem de longe diminuía seu charme; na verdade, parecia acentuá-lo. Devia ter terminado alguma questão quando a vi abrir aquele sorriso, simplesmente... encantador.

Eu poderia ter passado horas ali observando-a, mas ela levantou o rosto e me viu. Seu olhar me atingiu como uma flecha e eu pude sentir uma batida acelerada no meu peito. Retribui o olhar dela com um sorriso leve e trêmulo. Ela acenou com a mão e eu caminhei até a mesa.

"Essa é a sua chance" - eu pensava. "Você tem que tentar". Eu sabia que se não tentasse poderia ser tarde demais, talvez não tivesse outra chance. Cheguei à mesa e a cumprimentei; antes de pegar meu material, perguntei:

-Posso estudar aqui?
-Claro - ela respondeu.
-Parece difícil esse assunto - eu disse apontando o caderno dela.
-Não, é não, eu é que sou tapada.
-Você sabe que não é - eu retruquei enquanto sentava na cadeira à sua frente. Ela respondeu com um leve sorriso.

Eu não consegui pensar em provas ou trabalhos depois disso. Na minha frente havia livro, caderno, apostila, e anotações, mas tudo parecia ilegível. Minha cabeça estava tão longe e, ao mesmo tempo, tão perto... De repente, ela quebrou o silêncio:

-Alguma coisa errada, tico? Você parece... sei lá, preocupado...

"Essa é sua chance" - repetia aquela voz na minha mente. Mas, o que dizer? Pensei naquela frase que me veio à cabeça no dia anterior: "Quando pousei os olhos em ti, eles não quiseram mais voar"; ela, contudo, ouviu algo diferente:

-Ah... será que... você não gostaria... de sair um dia desses... comigo?

14 de mai. de 2006

Bom dia

Nasce o sol
Seus raios rasgam
O manto escuro da noite

Sua luz chega ao meu rosto
E me acorda com um afago
Abro os olhos com um sorriso
E bocejo com vontade

Levanto-me
Abro a janela
E deixo a vida entrar
Ela vem dos pássaros
Até meus ouvidos
Chega aos meus pulmões
E eu a expiro
Ela volta pelo vento
E toca minha face

Vem da cozinha
E entra em minhas narinas
Faz minha boca salivar
Humm...
- O café está pronto!

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*Esse poema é meio que o "oposto" de "Só mais um dia". Rascunhei um logo depois do outro.
*Eu sei que não tem muito a ver, mas aproveito pra desejar felicidades para todas as mães, especialmente a minha!

13 de mai. de 2006

Nasce um Espinho da Rosa

- Queria falar comigo, minha irmã?
- Sim, meu irmão. Tem um assunto que requer tua atenção.
- Minhas orelhas são todas tuas.
- Nessa viagem, da qual acabo de regressar, tive a oportunidade de atuar lado a lado com um grupo de druidas numa questão que clamava por servos da natureza. Resolvido o problema, fui levada a conhecer o líder do grupo. Em adição a seus agradecimentos, recebi um convite formal para juntar-me ao ciclo. Quis ouvir teu conselho antes de tomar uma decisão.
- De que grupo estamos falando?
- Os Espinhos da Rosa, o pequeno ciclo druídico que vem atuando nos últimos anos ao longo dos Picos do Trovão.
- Os Espinhos!? Humm... Apesar de estarem em atividade a poucos invernos, a fama desse grupo já foi espalhada pelo vento e chegou aos meus ouvidos. Dizem que seus métodos são brutais.
- Eu tive a chance de conhecê-los pessoalmente, meu irmão, embora seus atos possam ser tidos como violentos, sua convicção pela causa da natureza é inquestionável.
- Vejo que estás tentada a aceitar o convite. Por que fazê-lo se tu poderias te integrar facilmente ao círculo druídico das Florestas Emaranhadas, junto a teus semelhantes?
- Acredito que tenho mais a aprender se atuar longe de meu berço. Além disso, posso ajudar a integrar os grupos, seria para o bem maior do Equilíbrio. E eu poderia vistar-te de vez em quando.
- É um ponto a se considerar. Tu terias um papel diplomático vital se te tornares um deles. E poderás nos informar sobre seus passos se viesse a descobrir que se trata de um grupo perigoso. Só temo por tua segurança.
- Eu posso me defender sozinha, irmão. E não os vejo como rivais, mas sim como aliados em potencial.
- Syndalla, minha irmã, o que teu coração te diz?
- Que devo aceitar.
- Então a decisão está tomada. Venha, vamos nos reunir aos outros. Pensaremos em assuntos importantes mais tarde. Hoje é um dia para deixar o espírito mais leve.

29 de abr. de 2006

Thrown Away

...

Pedi pizza, você tomou sorvete
Trouxe vinho, você queria chá
Sugeri uma comédia, você optou por um suspense
Te ofereci carinho, você queria sossego

Comprei rosas, você preferia lírios
Mandei doces, você tava de dieta
Enviei um cartão, você nem leu
Te liguei, você não atendeu
Te procurei, você me evitou
Insisti, você se irritou
Tentei conversar, você quis gritar
Me dispus a ouvir, você não quis falar
Tentei entender, você não quis aceitar
Tentei reatar, você quis separar...

Quando precisei de um ombro amigo,
Você deu de ombros

Quando eu quis voar,
Você cortou minhas asas...

I fell down, I feel down,
But I'm free now...

_______________________________________
Não é exatamente autobiográfico...

26 de abr. de 2006

Meia década...

Neste último domingo, dia 23 de abril de 2006, como a maioria dos leitores deste blog deve saber, completou-se 5 anos de nossa entrada no Cefet. Um dia especial, uma data simbólica que serve para lembrar daqueles (mais de) três anos (graças às greves) especiais de nossas vidas. Bom, não preparei um texto legal sobre isso, mas existem algumas frases que contam um pouco da nossa história...

“Você é um hesterossexual!!!” – Tampinha

“Festa sem bolo não é bolo.” – Aline

“Mordi minha gengiva!” – Ítalo

“Eu sou feito de carne, osso e testosterona.” – Sebastião

“Se não for, é.” – Carol

“Existe um lugar lá dentro de você que se chama âmago.” – Dudu

“Eu gosto daquele bosta.” – Leina

“Roubaram o campo.” – Dudu

“ Eu tiro todo o nada que eu tenho e dou pra vocês e vocês não reconhecem isso!!” – Ítalo

“Não deixe o capitalismo cruel nos separar!” – Gustavo

“Matemática não tem lógica não, vai de 1 a 10 e depois repete.” – Brasileiro

“É DE 0 A 9, PROFESSOOR!!!” – Turma do 3º B depois da frase acima.

“Você vem à força se quiser.” – Genilda

“É a mesma coisa. São sinônimos diferentes.” – Genilda

“Eu sou normal dentro da minha anormalidade.” – Dudu

“É o seu ódio que apimenta o nosso amor!” – Joseph

- extraído e adaptado de um texto muito raro e especial elaborado por um grande amigo...

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Não podia deixar a data passar em branco... Como já disse várias vezes: “foi, sem dúvida, um segundo lar”. Aos meus irmãos de ontem e meus amigos de hoje, um imenso abraço. Desejo que encontrem o sucesso em suas buscas...

PS: sim, tou preparando texto novo; aff, precisa bater em mim não... =D

28 de mar. de 2006

Conto Épico

Lândia sempre foi um reino civilizado e pacífico desde sua fundação, lar de homens honestos e livres. Mas de meses para cá, a região conhecida como Planície do Amanhecer vem sendo atormentada por ataques repentinos. O responsável por esses ataques foi identificado como sendo um perverso feiticeiro chamado Zeider. Além de causar destruição nas vilas atingidas, o bruxo tomou vários aldeões como prisioneiros para usar em seus experimentos malignos.

Decidido a acabar com essa ameaça de uma vez por todas, o rei Theodoric fez uma Convocação. Clamou por um herói: um campeão com força e coragem suficientes para libertar o seu povo deste mal. A convocação do rei foi atendida por um jovem cavaleiro. Um homem de grande nobreza e bravura, um guerreiro abençoado pelos deuses e devotado à causa da justiça, um verdadeiro herói. Seu nome: Cristoph.

Após aceitar a missão, Cristoph partiu rumo ao covil do vilão. Viajou por muitos dias. Enfrentou chuva e sol. Atravessou riachos, bosques e pântanos. Dormiu ao relento. Sentiu frio, calor e fome. Ficou doente. Até alguns dias, contava com a ajuda de sua montaria, seu cavalo, seu companheiro e aliado. Mas na última etapa desta jornada, Cristoph teve que atravessar colinas e escalar montanhas: precisou despedir-se do amigo.

Agora, sua busca está próxima do fim. Uma larga porta de madeira enegrecida é a única coisa entre o herói e o seu destino. Cristoph desembainha sua espada, deixando-a pronta para romper o peito do adversário, e atravessa a porta com convicção.

Prepare-se, malfeitor, seu reinado de medo está acabado! Minha lâmina selará o seu destino.

O cavaleiro se vê no interior de um imenso aposento escavado na pedra. Estantes e mais estantes de livros estão recostadas às paredes. Frascos de vidro exibem poções coloridas sobre uma mesa. Algumas pessoas estão amarradas em cordas, penduradas poucos metros acima de um largo poço. Um líquido vermelho viscoso borbulha pouco abaixo delas. Próximo à "margem" do poço há um homem alto, levemente curvado, vestindo longas vestes negras, um capuz encobre o seu rosto.

O que está acontecendo aqui? Quem ousa me interromper? - esbraveja o homem de preto.

Meu nome é Cristoph. Eu sei de seus crimes, Zeider, e estou aqui para puni-lo.

Zeider? Meu nome não é Zeider!

Não? Pensando bem... você não parece com a descrição que me deram... E essas pessoas amarradas, não são os camponeses desaparecidos da Planície do Amanhecer?

Esses aqui? Não, não. São apenas aldeões que eu capturei de uma vila próxima. Sabe como é, para oferecer em sacrifício para o meu deus maligno.

Eu não entendo. Este lugar não deveria ser o esconderijo de Zeider, o diabólico bruxo que se esconde no Pico do Medo?

Aaah... Acho que sei o que está acontecendo, houve um pequeno engano aqui. Este não é o Pico do Medo, é o Pico do Desespero. Esse Zeider que você falou, eu sei quem é e ele realmene mora no Pico do Medo, mas não é aqui.

O senhor saberia me dizer como chegar lá?

Claro. Não tem como errar: você atravessa a Floresta dos Espinhos Negros, depois navega pelo Rio dos Mortos até chegar ao Vale das Almas Perdidas. Na montanha mais alta fica o Pico do Medo, o covil do Zeider é uma caverna cuja entrada parece uma enorme boca de dragão cheia de dentes e tudo mais.

Aaah... tá, muito obrigado pela ajuda, senhor.

Tome, leve um mapa para ajudá-lo.

Muito gentil de sua parte, mais uma vez, obrigado. E desculpe-me por ter interrompido o seu ritual...

Sem problemas. Mande lembranças minhas para o velho Zeider.


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Sempre quis escreve algo épico. Um dia eu consigo. ^^

PS1: Allana, não sei porque mas achei sua cara...

PS2: Eu demoro, mas escrevo.

13 de mar. de 2006

Só mais um dia

Acordo para mais um dia. Vejo: tudo está no mesmo lugar. O guarda-roupa, a cama, a escrivaninha, os objetos espalhados. Tudo do mesmo jeito. O ventilador continua rodando e soprando, da mesma forma de ontem. Apenas o céu lá fora mudou: ontem estava escuro, hoje está claro.

Levanto-me. Vou tomar café. Assim como ontem, antes de ontem e antes de antes... Não consigo comer. Me engasgo com nada na boca. Uma dor sobe do estômago à garganta. Não é nada demais, mas é muito ruim. Um grande vazio me ocupa. Sinto-me sendo engolido por dentro. Os pensamentos ecoam ao longo do vácuo que me preenche.

É só mais um dia

E mais um dia, e mais um dia...

Mas

Um dia, um dia

...




26 de fev. de 2006

Orações ao meu amor

Amo-lhe
Mas não a amo
Não posso amá-la
Não diretamente
Apenas nos meus desejos e sonhos
Ela torna-se meu objeto de amor
Amo-lhe indiretamente

Amo-te de todos os modos
Amo-te sem-modos
Amo-te com certeza
Na dúvida, te amo
Amo-te no sim e no não
No bem e no mal
Hoje e amanhã
Aqui e acolá
Talvez, por acaso, quiçá

Meu amor é circunstancial, atemporal, paradoxal

A este amor estou subordinado
Sou passivo deste amar
Apenas um sujeito tratado como objeto
Apenas um agente para apassivar

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*Fazia "séculos" que não escrevia um poema...
**e "meses" que não escrevia coisa alguma hehehehe

2 de fev. de 2006

Física e música

Bziiiiiimmm!

- Diego!
- Oi, dona Ângela, tudo bom?
- Tudo sim. Entra.
- Obrigado.
- Senta aí. Você já almoçou?
- Já sim, obrigado. Marcela tá aí?
- Tá sim. Tá tomando banho ainda.
- Ainda? É... 13h50, eu cheguei um pouco cedo...
- Ela ainda vai demorar, por que você não liga a televisão?

...

Não sou atriz, modelo ou dançarinaaa
[ - eu gosto disso]
Meu buraco é mais em cimaaa
Porque NEM toda feiticeira é corcunda
NEM toda brasileira é bunda
O meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem...
Ra ta tá, ara tá...

- Diego, aceita um docinho de goiaba?
- Aaah.. aceito sim, dona Ângela.
- Tome. Marcela tá vindo já.
- Brigado.

(25 minutos depois...)

- Oi.
- Olá.
- Demorei?
- Até que não, só faz meia hora que eu cheguei. Suponho que o ônibus tenha demorado...
- Deixa de ser chato! Pelo menos você tava assistindo televisão...
- Claaro. Não sei como eu ia aguentar se não tivesse visto meu Vídeo Show hoje...
- Afe! Dois minutos de conversa e você já consegue me deixar irritada!
- Você fica tão linda quando tá com raiva...

(A garota virou o rosto)

- ...
- Teu cabelo fica tão massa assim quando tá molhado...
- ...
- Eita! Achei um fiozinho de cabelo branco.
- Aond...?

Enquanto falava, Marcela virou o rosto de volta, apenas para encontrar os lábios de Diego prontos para recebê-la. Smaaaack!

- Trapaceiro!
- Eu me esforço. A propósito, adorei ouvir você cantando.

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- Essa eu fiz, essa eu fiz, essa era igual à outra... Essa deu errado, mas foi porque eu esqueci de transformar as unidades... Essa eu fiz, essa daqui deu um trabalho danado...
- Nossa! Você já fez muitas questões. Pra quem disse que não tava sabendo de nada...
- É porque esse assunto eu sabia que tinha que estudar! E semana passada no cursinho o professor fez um monte de exercícios sobre isso, aí eu aproveitei o embalo e fui resolver os do livro.
- Eu gosto desse assunto, hidrostática.
- Nam! Pra mim toda física é coisa pra d... É essa! Essa daqui, a 47. Essa eu não consegui fazer não.
- Como é essa questão?
- É uma de um barco troncho aí. Ele não dá a pressão, não dá o volume, só dá a gravidade e a densidade da água... Grandes coisa, esses aí eu já sei de có!
- Deixa eu dar uma olhada?
- Todo seu.
- Hum... um barco... metade do volume... uma carga de 1000kg... depois um terço do volume... Hum... Ele pede o peso do barco.
- É.
- Bom, você pode igualar os pesos com os empuxos... aí você monta um sistema...

...

- Ah, consegui! Vê aí na resposta.
- Tem a resposta?
- Tem, vê aí no final do livro, é a 47. Deu 30.000 N?
- ... Hidrostática... 47... 30.000 N!
- Aê! Acertei!

(Smaaaack!)

- E aí, vamos fazer qual agora?
- Mais nenhum. Já estudei demais.
- Achei que a gente ia passar a tarde estudando hoje...
- Não. Como professor, por hoje você está dispensado!

(O rapaz franziu a testa.)

- Mas como namorado, seu expediente começa agora!

E dizendo isso, a menina agarrou-lhe o pescoço e tascou mais um beijo.

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- Tem violão aqui na tua casa, menina?
- Tem o da minha irmã...
- Tu podia pegar pra mim?
- Não, se ela sonhar que eu toquei no violão dela, ela me estrangula!
- Tá, é porque eu aprendi umas músicas aí só pra tocar pra você...

Diego fez uma cara de cachorro pidão e Marcela não pôde resistir...

(Instantes depois)

- Aqui. Mas pelamordeDeus, cuidado!
- Relaxa.

Diego passou alguns minutos se acostumando com o instrumento e lembrando dos acordes que ia tocar. Tocou trechos de duas ou três baladas que já tinha prática e ela gostava, mas o melhor sem dúvida foi More than words. O garoto certamente não nascera para a música: às vezes esquecia como fazer determinado acorde e sua voz raramente estava no tom certo... Marcela contudo, achou lindo. Não lembrava o que a letra dizia, mas adorava a música. Ouví-la tocada por seu namorado, então, a deixou... perfeita!

Diego parou de tocar e sorriu satisfeito. Pelo brilho nos olhos dela, ele sabia que tinha agradado. Ela se derretera como manteiga, exatamente como ele previra. Repousando o violão sobre a cama da garota, ele começou falando:

- Eu sei que não canto nem toco muito bem...

Marcela mexeu-se como se fosse protestar, mas se conteve para não interrompê-lo.

- ... mas não importa, essa é apenas uma maneira que eu encontrei para dizer... que te amo!

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* meia-boca, o começo tá legal, mas não gostei muito do resto...
* pra quem ainda não sacou aquela parada da "Rejeição", aqui vai a "resposta": eu sou o rejeitador, meu blog é o rejeitado e 'Ela' é a UFPB... ;)
* quanto ao post anterior, não sei se vai ter continuação...

22 de jan. de 2006

Faz de conta que tem um título bem legal aqui

- Daniel, Daniel.
- ...
- Acorda, meu filho, vamos.
- ...
A mãe puxou a coberta de cima do filho. Ele imediatamente enterrou a cabeça de baixo do travesseiro.
- Lembra não o que a gente combinou?
- Un... rum...
- E então!? Já tá tarde! Vamos, cuide!
O rapaz tirou o aparelho celular da cabeceira da cama. Trouxe-o para seu abrigo sob o travesseiro. Viu as horas e constatou:
- ... cinco e meia ainda!
- Já está ficando tarde pra gente ir caminhar!
- Tem problema não... a gente vai outro dia...
- Não, meu filho! O que foi que a gente combinou? Você está a meses sem fazer uma atividade física, precisa se exercitar! Além do mais...
O travesseiro podia protegê-lo dos primeiros raios solares que penetravam pela janela, mas não tinha efeito algum contra sermões maternais matutinos... O garoto se rendeu:
- Tá bom, mãe, já tou me levantando...
- Ah, que bom! Já separei seu short, sua meia e seu tênis. Bote uma blusa, passe uma água no rosto, escove os dentes e venha. Tou esperando você na sala.
O rapaz levantou-se esticando os braços e bocejando. Com o corpo mole foi trocando de roupa mecanicamente. Enquanto amarrava os cadarços, murmurou para si mesmo:
- Com tanto tipo de mãe por aí... por que a minha tinha que ser logo uma fisioterapeuta com mania de exercícios?

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A Pracinha, que apesar do "inha" não tinha nada de pequena, era um lugar bem frequentado na cidade. Crianças brincavam no playground, os mais velhos jogavam dominó, os jovens namoravam... Pessoas caminhando ou correndo, ciclistas e até skatistas. O lugar era querido por todos. A prefeitura fez uma extensa reforma no ano passado, tornando a Pracinha um lugar muito bonito e agradável.
Daniel e sua mãe estavam lá, caminhando. O garoto achou ridículo repetir os alongamentos que sua mãe fazia, mas sabia que contrariá-la iniciaria outro sermão. Contudo, o que mais incomodava o rapaz era a luz do sol penetrando em seus olhos semicerrados.
Depois de meia hora caminhando, Daniel já estava cansado. Sua mãe caçoou dele e começou a correr, disparando à frente. Ele não quis ficar para trás, correu atrás dela na maior velocidade que podia.
Talvez tivesse alcançado a mãe se algo não tivesse atraído sua atenção. Sentada num banco, estava uma bela moça de longos cabelos cacheados, um diskman repousava em suas coxas e fones no ouvido. Os olhos de Daniel rapidamente foram fisgados por aquela visão. Ele a viu toda, mas o que mais chamou-lhe a atenção foi sua boca. Parecia cantar baixinho, acompanhando a música. Daniel pôde ler uma frase de seus lábios: "Take this mouth and give it a kiss".
O rosto do rapaz acompanhava a moça: começou olhando para frente, depois ao lado e a seguir para trás. O garoto esqueceu que estava correndo. Suas pernas o levavam para frente, mas sua cabeça estava voltada no sentido contrário... POFT! Daniel colidiu violentamente com uma luminária e foi direto ao chão.
Ao abrir os olhos, sua primeira visão foi aquele rosto, aquela boca. Ele achou que estava sonhando...

19 de jan. de 2006

Desvendando o Post Anterior

Respondendo à pergunta do meu amigo Anônimo: "sim, o post é autobiográfico". Mas digamos que... "não é bem isso que você está pensando". O texto está inserido em todo um contexto específico. Vou ajudar vocês a entendê-lo através de algumas pistas.
É possível notar que o texto possui 3 personagens, 3 "pessoas"; só é necessário identificá-las. Há a primeira pessoa: o personagem rejeitado, a segunda: o rejeitador e a terceira: "Ela". Aqui vão as pistas:
1ª Eu, Italo, sou uma dessas pessoas;
2ª Repare que a pessoa rejeitada, embora não pareça, assinou o texto;
3ª Observe a data do post e a última frase do último parágrafo, veja também que a terceira pessoa é um personagem feminino...

E aí, deu pra descobrir? Pra quem não estuda na UFPB talvez fique mais complicado (Epa, dei uma quarta dica!) ...

11 de jan. de 2006

Rejeição

Então... é isso? E-eu, eu... não esperava que você fizesse isso; sinceramente, não esperava. Poxa, a gente tava tão bem juntos, como isso foi acontecer? Foram meses tão bons, como você pôde jogar isso fora? Seus amigos, sabe, eles gostaram de mim: quando me conheciam me elogiavam, diziam que formávamos um belo casal... Mas não foi o suficiente, não é? Você me largou. Tudo por causa dELA!!!
Foi só ela aparecer de volta e você foi correndo como um cachorrinho pra ela! Agora tão aí: juntos, grudados, se vendo praticamente todo dia, que ódio! Você disse que queria algo sério agora, um compromisso... Quer dizer que eu era só sua diversão!? Você apenas brincou comigo, me usou enquanto ELA não voltava!? É isso!?
O que ela tem que eu não tenho? E-eu não entendo! Ela já é meio velha, tudo caindo, te força a fazer mil coisas... Eu nunca fui assim, nunca te obriguei a fazer nada que não quisesse, sempre respeitei sua vontade e sou bem mais jovem que ela. É isso? É esse o problema? Você acha que eu não tenho maturidade suficiente pra você? Eu posso amadurecer...
Apesar de tudo, não vou me preocupar. Sei que você não vai ficar com ela por muito tempo. Não dou um mês pra você vir correndo de volta pra mim e eu estarei de braços abertos pra te receber...

- Rascunhos de uma Mente