23 de fev. de 2007

Conselho aos mais jovens

Eu ainda não cheguei naquela idade em que me sinto velho, sábio e nostálgico. Naquele ponto onde a pessoa tem muitos conselhos para dar à "juventude". Mas, com minhas duas mízeras decadinhas de vida, eu tenho um conselho a dar aos mais jovens: "Não faça Química Industrial" - pelo menos não na mesma universidade que eu.

O curso é difícil? Afirmo convictamente que sim. Mas esta é uma afirmação suspeita, já que os universitários têm o mal hábito de sempre achar que o seu próprio curso é o mais difícil, ou que tem menos estágios, ou menos oportunidades de emprego, etc. Tem os cálculos, físicas e químicas que, por mais que você goste dessas matérias, nunca são triviais. Todos conhecem a famosa frase: "Fácil de entrar, difícil de sair". Totalmente correta, por sinal. Mas isso não é o pior.

Nesse curso, você anda! Sim, suas aulas são heterogeneamente distribuídas em três centros diferentes (às vezes quatro). E você tem que ficar pra lá e pra cá feito um abestalhado. Ah, e nenhum dos centros fica perto do posto de tickets e da biblioteca. Ah, e você não tem biblioteca setorial. Ha! Bom, biblioteca setorial até tem (agora), mas não há livros da sua área e não estão disponíveis para empréstimo. Maravilha, Alberto!

Ah, mas não cheguei ao pior; não, não, não. O pesadelo é a matrícula! Nunca tem vagas suficientes - mesmo se for uma disciplina do seu período. Não são respeitados os dias de matrícula relativos a cada período. Resultado: você chega no primeiro dia de matrícula às 8h, já tem em média 30-40 pessoas na sua frente, você espera 2-3 horas pra conseguir entrar na coordenação, não consegue pegar metade das disciplinas que queria (metade delas num horário diferente do que você se programou) e ainda leva um esporro "Hoje não era o seu dia!". Aí depois de ir umas três ou quatro vezes na coordenação durante essa semana você consegue um horário meia-boca e se dá por satisfeito.

Eu poderia falar também do "amplo" mercado que há para químicos industriais no nosso estado ou das "inúmeras" oportunidades de estágio, mas seria enfadonho fazer isso. Se você gosta muito de química, faça Bacharelado: a vida de pesquisador pode ser deveras interessante. Se você pretende fazer concursos para empresas de água ou energia acredito que o mais indicado é o curso de Engenharia Química. Caso você tenha interesse em prestar concurso para Perito Químico de alguma Polícia aí, faça Farmácia: o que cai de toxicologia nessas provas não tá no gibi.

Claro, em outras universidades as coisas podem ser diferentes. E pode ser que o curso na "daqui" venha a melhorar daqui a uns anos. Espero que sim. Contudo, por enquanto, é melhor não arriscar.

Ah, mais um conselho: cuidado com os engenheiros de produção! Eles podem até ser legais, mas são loucos! Não confie neles.

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Mensagem do dia: "Não fume drogas injetáveis"

3 comentários:

Roger disse...

Complicado, meu jovem...
Entendo sua angustia quanto ao curso, afinal estamos na mesma área (tecnologia) e usamos equipamentos ultrapassados, encontramos professores ultrapassados e um sistema de ensino pior ainda...
Quanto aos equipamentos que utilizamos...
Até a minha mãe rejeita aquela velharia, não serve nem para fazer um bolo gostoso durante uma agradavel tarde de domingo.

Discordo da parte dos Engenheiros de Produção, eles sao pessoas normais!
(será que o produto interno entre um engenheiro de produção e uma superficie dá 0?)

Anônimo disse...

Tente fazer Turismo...

Anônimo disse...

ninguém que curse exatas é confiável.