2 de out. de 2010

R.I.P.

Era um fim de tarde nublado, naquele ano a primavera não fora particularmente vibrante. Pairava no ar um silêncio nostálgico, interrompido vez por outra pelo som do vento agitando as folhas de arbustos e árvores.

Havia poucas pessoas naquele jardim dos mortos, uma delas caminhou a passos hesitantes até uma lápide e parou. Carregava um arranjo de flores nas mãos e o pesar sobre os ombros. Balbuciou coisas sem sentido, indignou-se, lamentou-se, culpou-se... e chorou. Pôs o arranjo junto ao túmulo, enxugou as lágrimas do rosto e disse com a voz ainda embargada:

- Adeus.

Os passos se foram e o jardim tornou-se mudo de novo. O sol ia se pondo no oeste enquanto as flores murchavam diante do túmulo. Gravada na superfície de pedra, havia uma pequena inscrição:


Rascunhos de uma Mente
2005-2010


... FIM