28 de nov. de 2005

Semana de Casamento


Na parada de ônibus, um rapaz esperava seu transporte. “O carro tinha que dá problema logo na semana do meu casamento!”. Tinha muitas coisas para resolver. Estava um pouco ansioso. Sua noiva era bonita, trabalhava e era de boa família; os dois tinham muito em comum.

O ônibus parou e ele pôde ver uma mulher de expressão triste sentada ao lado da janela, ela também o vira – é o meu ônibus – pensou, antes de subir. Havia poucos lugares vagos, acabou sentando ao lado daquela moça.

Ela olhava com tristeza, para fora, para longe. De vez em quando, o homem ouvia uns soluços abafados. Em certo momento, percebeu um filete de água escorrendo pelo rosto da jovem, já estava na altura do queixo.

-Você está bem? - perguntou o rapaz.

Sem desviar o olhar, ela acenou que sim.

-É que você está... E-eu posso te ajudar? - insistiu.

Ela mordeu o lábio, demorou um pouco a responder. Depois enrolou o braço no dele e voltou-lhe a face parcialmente coberta pelos cabelos:

-Só preciso de um pouco de conforto – disse a mulher apoiando a face no ombro dele.

Mais lágrimas foram despejadas, acompanhas de leves soluços... Alguns minutos depois, ela se levantou, enxugou parcialmente o rosto e pediu parada. Antes de descer, despediu-se: “Obrigada!”. O noivo ficou com a imagem daquela mulher na sua mente por algumas horas.

O casamento foi no sábado: igreja cheia, decoração caprichada, muita comida e o carro estava novo em folha. Quando o padre perguntou se alguém tinha algo contra aquela união, a memória do rapaz o levou a 15 anos atrás...

Naquele tempo ele ainda não gostava de tomar banho e jogava bolinha de gude. Em poucos dias mudaria para outra cidade, estava se despedindo de sua melhor amiga. Não foi fácil, ele a conhecia desde quando ainda usavam chupeta. Fizeram um juramento: quando ficassem adultos, ele voltaria para buscá-la, os dois se casariam e viveriam felizes para sempre.

O noivo sacudiu a cabeça e as memórias foram embora. O casamento foi lindo, todos comentaram; a lua-de-mel, maravilhosa. Deu tudo certo. Ele se casou, teve filhos, conforto e sucesso.

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Como vocês perceberam, isso aí em cima não tem nada a ver com minhas outras "historinhas", esse é o tal conto que eu falei em um post anterior - aliás, isso é um conto mesmo? nunca fui muito bom em diferenciar os gêneros literários... Gostaria de agradecer a um amigo meu que me inspirou a fazer essa historinha aí!

PS1: não! isso não aconteceu com ele, pelo menos não ainda... :]

PS2: ah! e antes que venham me caluniar, o diminutivo "historinha" está mais num sentido pejorativo do que outra coisa.

27 de nov. de 2005

Destiny

Essa é a letra de uma música que eu gosto muito
e gostaria de compartilhá-la com vocês.

DESTINY
(Music:Tolkki/Lyrics:Tolkki)

The times are changing so fast,
I wonder how long it lasts.
The clock is ticking time is running out.
The hatred fills this Earth
and for what is worth,
we're in the end before we know.

Throughout the years
I have struggled to find the answer that
I never knew.
It strucked me like a million lightnings
and here I am telling to you.

Every second of day it is coming your way,
future unknown is here to stay.
Got to open your mind
or you will be led to astray.
There's a time to live,
there's a time to die.
But no one can't escape the Destiny.

Look all the things we've done,
under the burning sun.
Is this the way to carry on?
So take a look at yourself
and tell me what do you see.
A wolf in clothes of the lamb?

Throughout the years
I have struggled to find the answer that
I never knew.
It strucked me like a million lightnings
and here I am telling to you.


Every second of day it is coming your way,
future unknown is here to stay.
Got to open your mind
or you will be led to astray.
There's a time to live,
there's a time to die.
But no one can't escape the Destiny.

Let your spirit free,
through window of your mind.
Unchain your soul from hate,
all you need is faith.

I control my Life,
I am the One.
You control your Life
but don't forget Your Destiny...

It's time to say goodbye,
I know it will make you cry.
You make your destiny.
I know you'll find the way.
And outside the Sun is bright.
The things will be allright.
I will be back one day to you.
So please wait for ME

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Ah, e pra quem acha que eu estou enrolando pra não escrever...
...acertou! :] Mas eu vou continuar a história. Um dia. :P

16 de nov. de 2005

Não tem título, afinal é um "rascunho"

-Que demora...
(minutos depois)
-Oiii! Faz tempo que você chegou?
-Não. Apenas... [olhando o relógio] 37 minutos.
-É o suficiente para eu não ganhar um beijo?
-Não...
[Smaaa.....................................aaack!]
-Humm... você tá cheiroso.
-E você tá linda, essa blusa parece que realça... não sei, parece que te dá mais... respeito!
-É, né safado? Tá com os ingressos aí?
-Não.
-Ouxi! Tu não disse na mensagem que ia comprar?
-Disse. Mas eu imaginei que você ia se atrasar e poderíamos perder a sessão. E como já faz... [olhando o relógio] 13 minutos que a sessão começou, acho que fiz bem [sorriso triunfal]!
-Eu já disse que você tá cheiroso hoje?

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-Tá nos traillers ainda, tu vai ver o quê, menina?
-Vou ver se tá passando algum outro filme bom, que eu queira assistir.
-Ave! Vamo fazer um acordo?
-O quê?
-Não assistimos mais nenhum filme bom juntos.
-Certo, mas este filme parece que é bom, eu não quero pagar pra ver ele de novo.
[pausa]
-Pronto. Começou. Mas não precisa prestar atenção agora, ainda tá nos créditos.
-Nos créditos é, animal? Hehehe. Os créditos são só no final!
-Ave! Que menina ignorante... Ainda tá mostrando esses nomes brancos, você entendeu!
-Tá, entendi. Mas é melhor ver o comecinho pra saber se vale a pena assistir o filme todo.
-Certo. (Droga, o outro filme era perfeito, era uma droga!)

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-E aí, o que você achou do filme, menino?
-Nunca vi um filme tão violento... e sinistro. E o povo apanha, apanha e nem morre. Além de ter umas partes nojentas...
-Nem me fale, depois da parte da privada eu não consegui mais assistir.
-Você não viu nada! Precisava ter visto o Frodo morrendo! Nem eu consegui ver tudo. E a Rory? Aqueles olhos nem chamavam atenção... Mas massa mesmo foi a Jessica Alba!
-É né, safado! Eu toda carinhosa com você e você só queria saber da bunda daquela mulher!
-Ah, eu gosto da sua também...
-É, eu percebi!
-Percebeu!? Ouxi, e como eu não levei tapa?
-É que você foi discreto dessa vez...
-Ah, quer dizer que se eu for discreto eu posso...
-É. Talvez.
-Bom saber.
-Vamo lanchar.
-Bora.

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-Abre aqui a maionese pra mim.
-Abro, menina, perai. Pronto.
-Bigadinho.
-O pessoal da minha antiga turma vai fazer um luau, tu acha que tu pode ir?
-Acho que não.
-Imaginei. Tou pensando em levar o violão também, pra tocar.
-Ouxi! Mas tu nao toca quase nada!
-...
-Só algumas de Legião, Nirvana...
-E VOCÊ ACHA QUE SE TOCA O QUÊ EM LUAU!?
-Ave!
-...
-...
-...
-Quer coca?

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*Talvez o começo do fim? Quem sabe?
*Um doce pra quem descobrir qual é o filme (você não, dudu!)
*Ouvindo: Cream - Sunshine of your love (é a nova!!)
*Italo veste:
-camisas de banda;
-camisas do Avalon.

7 de nov. de 2005

No consultório

-Danilo? Sua vez. Pode entrar!
[entra]
-Boa tarde.
-Boa tarde.
-Sente-se.
[pequena pausa]
-E então, Danilo, qual é o seu problema?
-Não, doutor, assim, eu nem sei se eu devia estar aqui, não sei se o que eu tenho seja sua especialidade...
-Me conte o problema e eu verei se posso ajudar.
-Assim, meu problema é... uma menina. Não que ela seja um problema, não! Muito pelo contrário, é que...
-Calma, rapaz. Respire, relaxe e me conte mais sobre essa menina.
-Ela é linda, muito legal e seu sorriso... [leve suspiro]
-Então, você está apaixonado por ela?
-É! Não! Quer dizer, não sei, eu...
-Calma. Devagar. Você tem que relaxar, estou aqui para lhe ajudar. Fale mais sobre o que você sente em relação a essa moça.
-Bem, doutor, vamos lá. Camila é uma amiga em quem penso com carinho, estudamos um tempo juntos e já naquela época eu tinha uma “quedinha” por ela, mas eu nunca investi muito nisso porque eu jamais percebi nas atitudes dela algo que me desse mais esperanças... Apesar de termos deixado de estudar juntos, ainda mantivemos um certo contato pela internet; às vezes tínhamos umas conversas tão legais! Nisso passou mó tempão, às vezes a gente passava mais de um mês sem se falar, mas nunca passou muito disto. É irônico que a gente tenha estudado todo esse tempo juntos e agora que estamos “distantes” minha “quedinha” tenha virado um “estouro”.
[pausa pra respirar]
-Sabe, doutor, eu não sei o que sinto por ela. Às vezes penso que poderíamos dar um passo além da amizade, mas é difícil sentir-se seguro quando não se estar perto da outra pessoa e quando você não tem idéia do que ela sente, pior ainda!
-Bom, Danilo, o seu caso é mais comum do que você pensa. Você não vai saber o que ela sente ou se vocês podem ficar juntos se você não se abrir com ela; é arriscado sim, mas não tem como conseguir se não tentar e a dúvida vai te torturar por um bom tempo.
-Eu sei, doutor. Na verdade, eu... já contei a ela, já me abri, mas não foi como eu esperava. Eu estava preparado para um “sim” ou para um “não”, mas o que eu recebi foi um pouco... frustrante.
-Como assim?
-É porque eu me abri com ela usando um sentido figurado, meio indireto digamos assim. [gesticulando massivamente] Sendo que ela respondeu meio que nesse sentido figurado também e não foi uma resposta que eu consegui “traduzir” para o sentido real, entendeu?
[o doutor franze a testa]
-Eu não sei se ela quis dizer um “talvez” ou se ela não quis dizer um “não” diretamente para não ficar uma situação chata entre a gente, eu não sei... Eu não sei mais de nada, já faz quase uma semana que nós tivemos essa conversa e eu não a achei mais na net.... Eu só espero que ela não evite falar comigo de agora em diante, o que eu menos quero é ter nossa amizade abalada; se isso acontecer eu não sei se devo mais acreditar nesse negócio de “tentar”, “arriscar” e tal...
-Bom, Danilo, você não devia desistir ainda. Acho que você devia tentar deixar mais claro o que você sente, mesmo que isso implique falar nesse seu “sentido figurado”, vai evitar um choque direto e talvez possíveis mágoas.
-Tá certo, doutor. Acho que vou fazer isso mesmo. Pelo menos eu tentei, né? Até mais, doutor, e obrigado!
-De nada! Até mais.
[pequena pausa]
- Ai ai, esses jovens, se esses fossem os únicos problemas do mundo...

4 de nov. de 2005

Combinando o cinema

-Alô?

-Oi, Danilo. Teu irmão tá aí?

-Tá. Vou chamar.

-DIEGOOOO!

-OOOOOI!

-TELEFOOOONE!

-Quem é?

-Atenda!

-Alô?

-Oi ninino!

-Oi ninina!

-Quer saber mais de mim não, é? A gente nem se viu hoje, se eu não ligo, a gente nem se falava.

-Tá bom, a gente tem que se ver todo dia, é!? Vamo casar logo, então!

-...

-Que foi?

-...

-Vai falar comigo não, é?

-...

-Ô, desculpa, é que eu não tô legal...

-Sei.

-É sério. Hoje eu levei um esPOrro de painho porque eu não devolvi o filme na locadora e a gente vai ter que pagar uma multa de “5 reais”, fui fazer a lista de cálculo e num consegui fazer UMA questão se quer e ainda perdi pra Danilo no Winning Eleven...

-Ô, tá bom, entendi. Eu te liguei pra combinar de a gente ir pro cinema amanhã, bora?

-Amanhã de que horas?

-Ah, de tarde, né?

-Pode ser. Com quem era aquele filme que tu tava querendo assistir?

-É com aquela atriz... esqueci o nome dela, a ruivinha das Panteras.

-Ah, sei qual é, a mesma que fez ET.

-ET? Que ET? ET de “ET, telefone, minha casa...” ?

-Ouxi, tu não sabia, não? Ela é aquela pirralhinha que tem no filme, irmã do outro boy que cuida do ET...

-Caramba! Sabia não... Vixe! Esse filme é velho então...

(pequena pausa)

-E então? A gente vai assistir o filme com ela?

-... Eu tava combinando de assistir esse filme com as meninas lá do cursinho...

-Então, quais são os outros filmes que tá passando?

-Na verdade, eu queria que você olhasse isso pra mim. Tou sem internet aqui em casa, lembra?

-Beleza, então. Vou me esforçar pra escolher o filme mais chato!

-O filme mais chato? Por quê?

-Pra gente não correr o risco de prestar atenção nele...

-Hehehe, ah tah. Tá bom, pode ser.

-Então tá combinado.

-De que horas?

-Eu mando uma mensagem pro teu celular dizendo a hora pra tu tá lá.

-Tá certo. Bezinho.

-Beijo. Boa noite, ninina

-Boa noite, ninino

-Tchau.

-Tchau.

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Tô gostando de escrever, vou tentar manter o hábito... Talvez o próximo post seja um contozinho que eu rascunhei já faz alguns meses, espero que gostem.

De uma semana pra cá aconteceu tanta coisa... coisas "incomuns", mas legais... sei lá, acho que eu gostaria de agradecer... Thanx!