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30 de abr. de 2011

Cylon Party

ALERTA DE SPOILERS


Esse conto é baseado na série de TV Battlestar Galactica e, cronologicamente, se passaria por volta do episódio 10 da 3ª  Temporada. Se preferir, volte quando tiver assistido até esse episódio. xD


*********

- Você tem que admitir que é um pouco estranho. - afirmou Baltar enquanto caminhavam.

- O que há de estranho nisso? - replicou a Seis. Por que não podemos comemorar também?

Os dois caminhavam pelos corredores da basestar. A Seis usava um belo vestido vermelho com um generoso decote e as luzes nas paredes faziam seu cabelo reluzir como ouro. Gaius Baltar fez o possível para estar apresentável, mas sua roupa estava levemente amassada e a barba e os cabelos, mal-cuidados; ainda assim, ele não parecia um prisioneiro.

- Tecnicamente, os membros de sua raça não nascem, são construídos, fabricados - explicou. Hoje não é o dia do aniversário dela, é sua... data de fabricação.

- Não seja tão insensível, Gaius! - respondeu impaciente. Hoje nos lembra o dia em que D'anna passou a existir, a pensar, a sentir, a viver... É algo especial.

- Um aniversário é uma coisa única para cada ser humano, é uma celebração dedicada a um indivíduo, não a um número de lote: "0003".

- É isso o que você pensa? - retrucou com raiva. Eu sou apenas mais uma Seis? Só uma cópia de um produto?

- E-eu não...

- Isso é o que você pensa de todas nós, não? Não apenas cylons, mas fêmeas em geral.

- I-isso não é o que eu quis - tentou explicar-se -, Caprica, me deixe...

- Exato. Caprica! Eu não sou apenas outra Seis. Além disso, nem todas as D'annas foram ativadas no mesmo dia.

- Eu não... sabia disso. Interessante.

Levou algum tempo até eles chegarem a ampla sala onde ocorreria a festa. O chão e as paredes eram de um cinza metálico e, exceto pelos cylons que ali se encontravam, o lugar estava vazio. Gaius observou curioso a ausência de mesas, cadeiras e comida e se perguntou como seria uma festa cylon.

Havia várias Seis e Três, alguns Dois e Oito. No centro, D'anna conversa com um irmão Cavil, Boomer e um Leoben quando Caprica e Gaius chegaram.

- Olá, D'anna. Meus parabéns. - desejou Caprica com um sorriso.

- Minhas... hmmm felicitações, D'anna. - disse Gaius.

- Eu lhe trouxe um presente. - disse a Seis entregando um pequeno frasco à aniversariante. É um perfume que eu trouxe de Caprica.

D'anna abriu o frasco e inspirou profundamente os vapores que ele exalava. Suas feições mudaram, indo do espanto ao sorriso. Seu olfato nunca recebera um estímulo como aquele. Ela ficou impressionada e não soube o que dizer.

- Obrigada, Seis. Eu nunca senti um cheiro tão bom.

- Que desperdício de tempo - comentou bruscamente o irmão Cavil. Qual é o sentido de ter um frasco frágil com esse líquido se você pode simplesmente projetar a sensação de um bom odor direto para sua mente?

- Não seja ridículo, irmão - respondeu D'anna. Como eu poderia projetar um perfume desses se eu nunca o senti antes?

- Por que não começamos logo com isso? - sugeriu Cavil impaciente.

Em poucos segundos os cylons estavam segurando as mãos uns dos outros num curioso arranjo losangular. Depois, fecharam os olhos de forma solene. Gaius achou que a cena parecia algum tipo de oração silenciosa até ele notar mudanças nas feições de cada um deles: sorrisos, murmuros, suspiros... Até o irmão Cavil esboçou um sorriso eventualmente.

A projeção levara os cylons para lugares muito diferentes da vazia sala metálica onde seus corpos estavam. O alto de uma montanha, uma ilha deserta, um bosque frutífero, uma cidade barulhenta... Eles comeram, beberam, conversaram, dançaram... se divertiram. Esqueceram por algumas horas que estavam em guerra. E sempre os acompanhava a bela fragância do perfume de Caprica.

Gaius Baltar observara a cena muito interessado, imaginava-se o que exatamente eles faziam durante a projeção. Seu interesse, contudo, durou apenas alguns minutos. D'anna pedira pessoalmente que duas Oito lhe fizessem companhia e aquele era um modelo que ele ainda não tivera a chance de... conhecer muito bem. Não demorou muito a convencê-las a levá-lo aos seus aposentos, de modo que os três também tiveram sua própria festa.

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Esse é meu post do mês de abril para a Liga Narrativa. O tema é "Festas/Bailes" (provavelmente o último com '/' xD). É, obviamente, um fanfic de Battlestar Galactica e quem não viu nada da série provavelmente deve ter se perguntado "Que PORRA foi isso?". Sinto muito... mas a culpa também é sua! Quem mandou não ter visto Battlestar!? Shame on you!


Posts de outros membros da Liga:
Jagunço - Diálogos Feéricos

16 de jul. de 2010

Prisão Perpétua

Era noite, estava escuro, mas Alex podia avistar a floresta a certa distância; não estava muito certo porque, mas era pra lá que deveria ir. Caminhou tranquilamente, recebendo de bom grado o vento frio que soprava daquele lugar; estranhamente, perambular pela mata àquela hora parecia algo normal. Os passos seguiram despreocupados até que a floresta ficou muito próxima e a escuridão se adensou. Procurou nos bolsos e descobriu que trouxera consigo uma lanterna, bastou um pequeno “click” para a paisagem se iluminar.

Não eram árvores, nem plantas ou arbustos... eram pessoas! Centenas e centenas de cadáveres amontoados formando bizarras esculturas semelhantes a árvores. Alguns corpos estavam mutilados, outros tinham a pele rasgada ou pareciam virados ao avesso. Muitos deles eram fundidos uns nos outros como siameses  - era difícil dizer onde terminava um e começava o outro.

Perturbado, Alex tentou segurar o vômito, mas foi em vão. Por mais que quisesse, também não conseguia fechar os olhos - as mórbidas criaturas pareciam encará-lo e em suas faces paralisadas haviam expressões de dor, tristeza, raiva e medo. Com passos vacilantes, o pobre homem avançou um pouco mais pela floresta até encontrar, em outra “árvore”, a figura de uma mulher com o estômago aberto e uma criança projetando-se assustadoramente para fora.

Alex correu o mais rápido que pôde, tudo o que queria era sair o mais rápido possível dali. Por um instante, ele pensou ter visto uma pessoa de preto sentada sobre um "galho" de braços e pernas, mas o medo não lhe permitiu olhar com mais cuidado. Quando o fôlego faltou, caiu de joelhos com a respiração ofegante.

“Não podem ser pessoas, não pode ser real...” Convenceu-se de que deviam ser apenas estátuas, criadas por alguém de mau gosto para assustar quem passasse por ali. Ousou encarar uma delas para provar que estava certo: observou por alguns minutos o pilar de corpos à sua frente até notar que o peito de um deles arqueava levemente. “Não é possível... estaria respirando?”

Enchendo-se de coragem, aproximou-se do cadáver e com a mão trêmula tocou-lhe o peito. A pele era fria ao toque, mas Alex pôde sentir claramente uma pulsação vindo de dentro. Estava vivo! Naquele momento, ele teve certeza de que estavam todos vivos. Os rostos passaram a fitá-lo nos olhos quando ele descobriu a verdade.

Possuído de medo, Alex correu ainda mais rápido do que antes, mas braços e pernas projetavam-se no caminho para deter o seu avanço. Algo agarrou o seu pé com força, fazendo-lhe cair ao chão e, por mais que se debatesse, era inútil resistir ao mar de mãos que lhe apertavam, arranhavam e puxavam... Alex sentiu que logo se tornaria um deles, preso para sempre naquele bosque macabro.

E então, ele acordou. Estava ofegante, suado e com as imagens ainda vívidas em sua mente. Olhou pela janela e viu o céu de Londres... estava em seu apartamento afinal. Saiu da cama e foi ao banheiro, encarou o espelho e viu um rosto cansado e com olheiras. “Que sonho maluco!”

- Meoooow.

Alex deu um pulo ao ouvir o estranho miado. Procurou a origem do som e tudo que viu foi um vulto passando de relance pela janela, parecia um grande gato preto. O coração batia disparado, mas ele tentava se recompor. “Calma, calma. Não há nada de errado, foi só um gato... e só um sonho.” Voltou-se novamente ao espelho e... havia um corvo em seu ombro!

Tentou espantá-lo, mas a criatura não se mexia. Na verdade, não havia pássaro algum em seu ombro, mas a imagem no espelho mostrava claramente a sinistra ave fitando-lhe ameaçadoramente. Antes que Alex pudesse correr, o corvo começou a bicar-lhe furiosamente, cavando buracos por todo seu rosto como uma tesoura afiada. Sentiu o sangue quente escorrendo enquanto pele, carne e olhos eram cortados e rasgados como papel. A dor dilacerante só aumentava, fazendo Alex gritar e contorcer-se... em vão.

...até que ele acordou mais uma vez. E assim prosseguia o Eterno Despertar, o ciclo infinito de pesadelos ao qual estava preso Alex Burgess. Este fora seu castigo por ter ousado aprisionar o Senhor dos Sonhos por muitos anos...


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Inspirografia:

- Sandman
- D&D, mais especificamente "As Infinitas Camadas do Abismo"
- Fatal Frame 2: Crimson Butterfly

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Esse é meu texto de Junho (obviamente atrasado) da Liga Narrativa. O tema desse mês foi “Masmorras, calabouços, prisões”. Segue abaixo o link para os textos dos outros membros:


Allana (Brainstorm) – Grilhões
Daniel (Dois contos) - In vitro
Erick Patrick (RPG do Mestre) – Lá no Fundo | Morrendo pela Boca
Juca 999 (Juca´s Blog) – Advogado do Diabo


20 de set. de 2009

The Haunted Ghost

The blade of chaos swung through the air and hit the man's ankle. He fell to the ground screaming like a nearly slaughtered animal, his leg was bleeding and burnt. Kratos bent down and looked at his face:

- WHERE LIVES THE WITCH? – his voice was pure fury.

- I-I don’t know… - the man could barely speak.

- That girl over there is your daughter, isn't she? – the warrior said pointing to a young woman laying on the floor - She’s still alive. If you tell me where the witch lives I’ll let her go unharmed. If you don’t… I’ll rape her a hundred times then cut her in a thousand pieces and let her to the pigs.

The horror overwhelmed the old man. He could barely breath, his hands and lips were shaking.

- F-follow the old road up the hills… it’s near the grove. – whispered the man.

- Thanks. – answered Kratos with a wicked smile.

The blade of chaos pierced the man’s heart in a blink of eyes. Kratos stood up and moved to the door. Several bodies lied inside that tavern including the man’s daughter – she was already dead when the Spartan talked to him.


The tiny village was covered on fire and blood. An onslaught had happened, just a few villagers were able to flee to the plains. The responsible for all those deaths was a cursed man with a pale white skin, on his shoulders was the weight of thousands of deaths, the heaviest of them was the burden of his own family.

He met no one on his way to the witch’s lair. It was a tiny cabin made of old wood, when Kratos got close enough, he saw a white owl on the window staring at him with big yellow eyes. He ignored the animal and yelled at the door:

- Show yourself, witch! I know you live here!

It took only a few seconds for the sounds of steps to come out from the house. A old woman dressed with white rags appeared at the door. She pointed at the warrior and said in a prophetic way:

- I know who you are, Ghost of Sparta. Why have you come to me? Why have you spilled so much blood just to find me?

- If you know who I am, you know why I am here. – shouted the Spartan – The gods have cursed me, I want you to use your powers to take it off from me.

The old woman laughed in a wicked way then looked to the warrior with sharp eyes.

- What the gods have done, only the gods can undo.

- Then your life has no meaning to me.

The Blades of Chaos danced once again. The flesh and bones of the old woman were cut and crushed several times. Kratos was covered in blood and pain. It had been a long journey to that village – it was all in vain. Every single night in the last years that warrior had nightmares with the day he killed his own family in a blind rage. He looked to the sky searching for any sign of hope but the only thing he saw was a white owl flying away…

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Kratos é o protagonista do jogo God of War lançado para Playstation 2 em 2005. O game, ambientado na Grécia Mitológica, é recheado de elementos fantásticos, ação desenfreada e muita violência. Somando isso a uma história bem elaborada e uma trilha sonora bastante empolgante dá pra ter uma idéia porque ele ganhou vários prêmios em 2005 e foi considerado um dos melhores jogos lançados para PS2. Segue abaixo uma pequena amostra.

God of War I – Gameplay


God of War III - Trailer