A pequena vila de Zay estava agitada, as pessoas andavam de um lado para o outro naquela tarde. O inverno se fora, e nas próximas semanas muitos produtos seriam comprados e vendidos, algumas caravanas já haviam passado pela vila e até o final da primavera várias outras tinham Zay no seu percurso. Muito havia a ser feito. Por isso, poucos notaram o pequeno halfling subir em um dos bancos da humilde praça da cidade antes de anunciar a plenos pulmões:
Ouçam todos! Ouçam todos! De acordo com o decreto de Lorde Llachior Blackthorn, Duque do Cabo Velen e Lorde Real do Comércio, a partir da próxima semana, as taxas de mercado sobem para 3 donsars ao dia. Atenção, mercadores! O não pagamento da taxa pode resultar na confiscação dos produtos e na cobrança de multas. A medida perdurará por todo período da Colheita e será usada para a contratação de mercenários visando a proteção das cidades e estradas.
Neeb Voz-da-manhã era o nome do pequeno. Ele era um arauto viajante, uma profissão que foi quase extinta durante o período de caos pelo qual o Reino passou. O pequeno Neeb viajava de cidade em cidade, de vila em vila, anunciando os novos decretos e comunicando noticias de longe e era assim que as pessoas comuns sabiam o que estava acontecendo em Tethyr e além.
Poucas pessoas em Zay deram atenção ao halfling, os que o observavam e o ouviam, faziam-no mais por curiosidade e davam-lhe pouca importância, mas Neeb já estava acostumado, na verdade prefiria ignorância à agressividade: alguns mercadores furiosos de Myratma tentaram espancá-lo certa vez quando anunciou aumento de impostos.
Ouçam! Ouçam! As cidades amnianas de Riatavin e Trailstone se rebelaram contra os Reis Mercadores e declararam lealdade à Coroa de Tethyr. Embaixadores foram enviados de Darromar para negociar com Amn, mas os Reis Mercadores não querem negociar, declararam que Tethyr deveria se manter longe das duas cidades. Será isso o prelúdio de uma nova guerra?
Os transeuntes continuavam passando como se alheios ao discurso do halfling, mas a maioria apenas fingia que não ouvira as últimas palavras do arauto. Guerra era uma palavra que eles não queriam ouvir, não depois de terem passados tantos anos a mercê dos tiranos de Ithmong. Teriam sido os dois últimos anos apenas uma ilusão de tempos melhores?
O arauto apenas desceu do banco, acendeu seu cachimbo e partiu para a próxima vila.
7 de ago. de 2008
28 de jul. de 2008
Disciplina
Ragorth caminhou a passos hesitantes em direção à pequena gruta. Olhou para o céu poente, certo de que não teria uma agradável noite de sono, e entrou. A gruta era ocupada por seu senhor, alguém a quem Ragorth temia, respeitava e admirava incondicionalmente. Não havia nenhuma iluminação dentro, mas nenhum dos dois precisava de luz para enxergar. Assim que avistou o dono da gruta em seu assento de pedra, Ragorth se postou de joelhos.
- Traz-me notícias, tenente? - a voz reverberou na escuridão da gruta.
- Si-sim, meu senhor.
- Assumo que os seus homens já lidaram com os gnolls, estou certo?
- Sim, meu senhor. Os gnolls não serão mais problema.
- Não, os gnolls não, mas algo mais será, não é mesmo?
A insinuação atingiu o tenente Ragorth como uma flecha, por um instante ele sentiu uma vertigem se apoderá de seus sentidos, mas sabia que mesmo trazendo más notícias ele não podia hesitar, não podia demonstrar fraqueza. Demorou apenas um instante para se recobrar e responder:
- Tivemos problemas, meu senhor. Um grupo de viajantes, certamente mercenários ou aventureiros, atravessou a região e matou meia dúzia dos nossos batedores. Eles rumaram para...
- Deixe-me ver se entendi direito: esses viajantes passaram por nossos domínios, mataram alguns de seus homens e saíram ilesos. Foi isso que aconteceu, tenente? - a calma inabalável em suas palavras apenas deixava Ragorth mais temeroso.
- T-temo que sim, meu senhor.
- Algum de seus homens foi levado como prisioneiro?
- Não, meu senhor.
A figura levantou subitamente de seu assento e avançou com sua mão pesada no pescoço do tenente. Uma manopla de aço apertou-lhe a garganta com uma força sobre-humana. Ragorth tentava inutilmente respirar quando foi arremessado ao chão. Depois, uma pesada bota metálica começou a atingir violenta e sucessivamente o seu rosto, quebrando o seu nariz e cobrindo os seus olhos de sangue. O tenente já não conseguia mais ver o mundo ao seu redor. Quando achou que a dor não poderia piorar, ouviu o seu senhor tirar o chicote preso ao cinto.
As chibatas vieram fortes e contínuas. Para Ragorth, parecia que, a cada golpe, uma dúzia de lanças perfurava a sua pele. Depois do que pareceu uma eternidade sob açoite, as chicotadas cessaram. O tenente não acreditou que estava vivo. Seu corpo estava em brasas e a dor mal permitia que ele se mexesse. Seu senhor ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar.
- Venha, irmão, erga-se. - falou imponente a figura ajudando Ragorth a ficar de pé.
O tenente estendeu o braço e fez um esforço imenso para conseguir levantar.
- O sacerdote Farruk pode ajudá-lo com seus ferimentos... amanhã e apenas amanhã.
Ragorth fez um leve aceno com a cabeça. Queria procurar o sacerdote imediatamente, mas sabia que desobedecer o seu senhor traria consequências bem piores do que as chicotadas que sofreu hoje.
- Tome, levo-o. - falou a Ragorth entregando-lhe o chicote - Seus homens precisam de disciplina.
- Traz-me notícias, tenente? - a voz reverberou na escuridão da gruta.
- Si-sim, meu senhor.
- Assumo que os seus homens já lidaram com os gnolls, estou certo?
- Sim, meu senhor. Os gnolls não serão mais problema.
- Não, os gnolls não, mas algo mais será, não é mesmo?
A insinuação atingiu o tenente Ragorth como uma flecha, por um instante ele sentiu uma vertigem se apoderá de seus sentidos, mas sabia que mesmo trazendo más notícias ele não podia hesitar, não podia demonstrar fraqueza. Demorou apenas um instante para se recobrar e responder:
- Tivemos problemas, meu senhor. Um grupo de viajantes, certamente mercenários ou aventureiros, atravessou a região e matou meia dúzia dos nossos batedores. Eles rumaram para...
- Deixe-me ver se entendi direito: esses viajantes passaram por nossos domínios, mataram alguns de seus homens e saíram ilesos. Foi isso que aconteceu, tenente? - a calma inabalável em suas palavras apenas deixava Ragorth mais temeroso.
- T-temo que sim, meu senhor.
- Algum de seus homens foi levado como prisioneiro?
- Não, meu senhor.
A figura levantou subitamente de seu assento e avançou com sua mão pesada no pescoço do tenente. Uma manopla de aço apertou-lhe a garganta com uma força sobre-humana. Ragorth tentava inutilmente respirar quando foi arremessado ao chão. Depois, uma pesada bota metálica começou a atingir violenta e sucessivamente o seu rosto, quebrando o seu nariz e cobrindo os seus olhos de sangue. O tenente já não conseguia mais ver o mundo ao seu redor. Quando achou que a dor não poderia piorar, ouviu o seu senhor tirar o chicote preso ao cinto.
As chibatas vieram fortes e contínuas. Para Ragorth, parecia que, a cada golpe, uma dúzia de lanças perfurava a sua pele. Depois do que pareceu uma eternidade sob açoite, as chicotadas cessaram. O tenente não acreditou que estava vivo. Seu corpo estava em brasas e a dor mal permitia que ele se mexesse. Seu senhor ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar.
- Venha, irmão, erga-se. - falou imponente a figura ajudando Ragorth a ficar de pé.
O tenente estendeu o braço e fez um esforço imenso para conseguir levantar.
- O sacerdote Farruk pode ajudá-lo com seus ferimentos... amanhã e apenas amanhã.
Ragorth fez um leve aceno com a cabeça. Queria procurar o sacerdote imediatamente, mas sabia que desobedecer o seu senhor traria consequências bem piores do que as chicotadas que sofreu hoje.
- Tome, levo-o. - falou a Ragorth entregando-lhe o chicote - Seus homens precisam de disciplina.
Keywords:
Campanha Tethyr,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
RPG
6 de jul. de 2008
A Floresta do Amanhecer
A Floresta do Amanhecer nem sempre foi conhecida por esse nome. Por muitas anos ela foi chamada de Floresta do Ninho da Aranha e era o lar de numerosas aranhas gigantes que faziam a mata ser temida e evitada. Os habitantes das aldeias próximas sabiam o quão perigoso era o local e por isso evitavam se aproximar da floresta, raramente tendo problemas com as aranhas que a habitavam. Esse quadro, contudo, mudou drasticamente quinze anos atrás, quando pequenos grupos de aranhas começaram a aparecer fora dos limites da mata, atacando o gado e os viajantes da Estrada do Norte.
As terríveis notícias chegaram aos ouvidos de Adennon e dos millikars. O arqui-ranger já andara muito pelas regiões selvagens em torno dos Vales e desconfiava que havia algo não-natural naquela floresta, mas ele nunca conseguira adentrar profundamente na mata, por ela ser muito fechada e as aranhas serem bastante hostis. Dessa vez, contudo, ele não estaria sozinho: mais de trinta millikars decidiram ajudá-lo e vários caçadores e aldeões da região se juntaram ao grupo.
Foram quase três meses de patrulhas e incursões, de ataques e fugas, uma verdadeira guerra foi travada entre homens e aracnídeos. Adennon e os outros descobriram que as criaturas eram comandadas por uma aranha ainda maior que as demais, dotada de grande inteligência e perversidade, Hasgeron era o seu nome.
Uma luta terrível foi travada entre os rangers e a criatura. Vários millikars morreram nesse combate, mas os sobreviventes lutavam com tamanha ferocidade que o número de aliados parecia aumentar, e não diminuir, a cada companheiro caído. O senhor das aranhas, no fim, foi derrotado.
E foi com os primeiros raios da aurora que os sobreviventes chegaram à aldeia mais próxima às bordas da floresta. Eles traziam consigo o corpo de Hasgeron como símbolo de sua vitória. Sua carcaça fétida foi queimada pelos camponeses e enterrada sob uma pilha de pedras e maldições. Sem o comando da malévola criatura, as poucas aranhas restantes fugiram para as montanhas que cercavam a floresta.
Vários aldeões e quase metade dos millikars tombaram no conflito. As mortes foram lamentadas e a vitória comemorada, alegria e tristeza andaram lado-a-lado naqueles que ficaram conhecidos como "os dias do vinho e das lágrimas". Adennon e outros rangers decidiram se fixar na floresta e ajudá-la a se recuperar dos danos causados pela influência de Hasgeron. As vilas próximas estavam seguras novamente.
______________________________________________
Inspirografia:
- Tolkien, J.R.R.
- Forgotten Realms
As terríveis notícias chegaram aos ouvidos de Adennon e dos millikars. O arqui-ranger já andara muito pelas regiões selvagens em torno dos Vales e desconfiava que havia algo não-natural naquela floresta, mas ele nunca conseguira adentrar profundamente na mata, por ela ser muito fechada e as aranhas serem bastante hostis. Dessa vez, contudo, ele não estaria sozinho: mais de trinta millikars decidiram ajudá-lo e vários caçadores e aldeões da região se juntaram ao grupo.
Foram quase três meses de patrulhas e incursões, de ataques e fugas, uma verdadeira guerra foi travada entre homens e aracnídeos. Adennon e os outros descobriram que as criaturas eram comandadas por uma aranha ainda maior que as demais, dotada de grande inteligência e perversidade, Hasgeron era o seu nome.
Uma luta terrível foi travada entre os rangers e a criatura. Vários millikars morreram nesse combate, mas os sobreviventes lutavam com tamanha ferocidade que o número de aliados parecia aumentar, e não diminuir, a cada companheiro caído. O senhor das aranhas, no fim, foi derrotado.
E foi com os primeiros raios da aurora que os sobreviventes chegaram à aldeia mais próxima às bordas da floresta. Eles traziam consigo o corpo de Hasgeron como símbolo de sua vitória. Sua carcaça fétida foi queimada pelos camponeses e enterrada sob uma pilha de pedras e maldições. Sem o comando da malévola criatura, as poucas aranhas restantes fugiram para as montanhas que cercavam a floresta.
Vários aldeões e quase metade dos millikars tombaram no conflito. As mortes foram lamentadas e a vitória comemorada, alegria e tristeza andaram lado-a-lado naqueles que ficaram conhecidos como "os dias do vinho e das lágrimas". Adennon e outros rangers decidiram se fixar na floresta e ajudá-la a se recuperar dos danos causados pela influência de Hasgeron. As vilas próximas estavam seguras novamente.
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Inspirografia:
- Tolkien, J.R.R.
- Forgotten Realms
30 de jun. de 2008
Rebirth - Part 1(2ª versão)
...fechei os olhos com força, tentando apagar da mente a imagem do mundo à minha volta, mas não adiantou. Senti o vento frio da madrugada tocar o meu rosto, o cheiro do mar a invadir minhas narinas e o som das ondas distantes entrando em meus ouvidos... Mesmo de olhos fechados, eu sabia exatamente onde estava a lua - branca e pálida - a testemunhar meu último ato. E quando as sensações pareceram ser apenas lembranças, eu julguei que estava pronto.
- Socorro! Socorro!
O grito me trouxe de volta à realidade. A voz era de mulher e o tom, eu conhecia bem: era de completo desespero. Normalmente, eu deixaria que os gritos ecoassem até a voz se extinguir - e sentiria um mórbido prazer quando o silêncio finalmente chegasse. Dessa vez foi diferente: um força inexplicável me impulsionou na direção da voz - eu precisava ajudá-la.
Pouco depois, eu a encontrei: estava maltrapilha, acuada, rastejando em um beco escuro. Um homem imenso cheirando a bebida caminhava em sua direção como um caçador diante da presa. Ela soluçava e implorava-lhe para parar, mas isso não o deteu. O brutamontes provavelmente a espancaria, violaria o seu corpo e quando estivesse satisfeito a descartaria como um brinquedo. Eu não deixaria que ele fizesse isso.
Bastava uma punhalada no pescoço e ele cairia morto. Ao vê-lo bater na mulher, contudo, o sangue ferveu em minhas veias e nublou minha visão: num piscar de olhos eu estava atrás dele com meu punhal entrando profundamente em suas costas. Deliciei-me ao sentir o sangue dele escorrendo e ao ouvir o seu berro de dor ecoar. No entanto, eu o havia subestimado: o desgraçado virou-se para trás rapidamente e acertou meu rosto com uma clava enorme.
A força do golpe quase me tirou a consciência: minha vista escureceu e minhas pernas fraquejaram, mas eu me recusei cair. Vi o maldito retirar o punhal das costas como se fosse um mero espinho incômodo e jogá-lo no chão. Eu estava tonto, cansado e desarmado, mas ainda assim eu o provoquei a me atacar. Ele segurou a clava com as duas mãos e avançou em minha direção.
Golpe após golpe, evitei seus ataques: ele era lento e estava bêbado. O idiota mordera a isca. Mas à medida que o tempo passava, meu corpo ficava mais pesado e o desgraçado não parecia se cansar.
Me encostei na parede quando minha respiração começou a ofegar, eu não sabia se poderia desviar de mais um ataque. Meu adversário tomou distância e segurou a arma com ainda mais força, apenas para soltá-la em seguida e cair de bruços no chão. Não pude deixar de sorrir quando constatei que o veneno finalmente fizera efeito.
Deixei o cansaço tomar o meu corpo e minha consciência se esvair. Mas antes da escuridão me engolir eu tive a impressão de ouvir o eco de uma voz trêmula e distante:
- O-obrig-gada.
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Inspirografia:
-Forgotten Realms
-Salvatore, R.A.
- Socorro! Socorro!
O grito me trouxe de volta à realidade. A voz era de mulher e o tom, eu conhecia bem: era de completo desespero. Normalmente, eu deixaria que os gritos ecoassem até a voz se extinguir - e sentiria um mórbido prazer quando o silêncio finalmente chegasse. Dessa vez foi diferente: um força inexplicável me impulsionou na direção da voz - eu precisava ajudá-la.
Pouco depois, eu a encontrei: estava maltrapilha, acuada, rastejando em um beco escuro. Um homem imenso cheirando a bebida caminhava em sua direção como um caçador diante da presa. Ela soluçava e implorava-lhe para parar, mas isso não o deteu. O brutamontes provavelmente a espancaria, violaria o seu corpo e quando estivesse satisfeito a descartaria como um brinquedo. Eu não deixaria que ele fizesse isso.
Bastava uma punhalada no pescoço e ele cairia morto. Ao vê-lo bater na mulher, contudo, o sangue ferveu em minhas veias e nublou minha visão: num piscar de olhos eu estava atrás dele com meu punhal entrando profundamente em suas costas. Deliciei-me ao sentir o sangue dele escorrendo e ao ouvir o seu berro de dor ecoar. No entanto, eu o havia subestimado: o desgraçado virou-se para trás rapidamente e acertou meu rosto com uma clava enorme.
A força do golpe quase me tirou a consciência: minha vista escureceu e minhas pernas fraquejaram, mas eu me recusei cair. Vi o maldito retirar o punhal das costas como se fosse um mero espinho incômodo e jogá-lo no chão. Eu estava tonto, cansado e desarmado, mas ainda assim eu o provoquei a me atacar. Ele segurou a clava com as duas mãos e avançou em minha direção.
Golpe após golpe, evitei seus ataques: ele era lento e estava bêbado. O idiota mordera a isca. Mas à medida que o tempo passava, meu corpo ficava mais pesado e o desgraçado não parecia se cansar.
Me encostei na parede quando minha respiração começou a ofegar, eu não sabia se poderia desviar de mais um ataque. Meu adversário tomou distância e segurou a arma com ainda mais força, apenas para soltá-la em seguida e cair de bruços no chão. Não pude deixar de sorrir quando constatei que o veneno finalmente fizera efeito.
Deixei o cansaço tomar o meu corpo e minha consciência se esvair. Mas antes da escuridão me engolir eu tive a impressão de ouvir o eco de uma voz trêmula e distante:
- O-obrig-gada.
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-Salvatore, R.A.
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Assassino,
Fantasia Medieval,
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