- Com licença.
- Por favor, sente-se, senhor... Macllister. – disse o psicólogo consultando seus arquivos. Como vai?
William tentava mostrar-se confiante, mas sentia-se muito desconfortável – não tivera boas experiências com psicólogos e psiquiatras antes. Observou discretamente o consultório: a pequena mesa tinha pouco mais do que um notebook e um calendário, havia atrás do psicólogo uma estante com vários livros e as paredes tinham quadros de paisagens. Voltou-se novamente para o homem à sua frente e respondeu:
- Eu estou bem, doutor. Mas, sinceramente, eu acho que não deveria estar aqui. Eu não concordo com essa “política da empresa” de obrigar seus funcionários a fazer tratamento psicológico.
- Eu sei, senhor Macllister – respondeu pacientemente o psicólogo. A maioria acha isso estranho no começo mesmo. Entenda que o senhor não está aqui para fazer um tratamento, ninguém está afirmando que há algo de errado com o senhor ou qualquer outro funcionário. A empresa na qual trabalha está interessada em aumentar sua produtividade através da melhoria na eficiência de seus empregados.
- O que tem uma coisa a ver com a outra, doutor? - Will observava curioso, a racionalidade do homem o surpreendera.
- É simples, William, as empresas hoje estão exigindo cada vez mais de seus funcionários: a jornada de trabalho é longa, a demanda por resultados é constante... Tudo isso somado aos problemas pessoais de cada indivíduo costumam causar um estresse – e estresse implica em queda da produtividade. Isso, obviamente, é algo que os empresários não querem. Pesquisas recentes mostram que empregados que tem sessões periódicas com psicólogos apresentam, em média, um desempenho maior que os demais.
- Fascinante! A empresa egoisticamente preocupa-se com o bem-estar dos seus funcionários como forma de aumentar seus lucros.
- Exatamente – disse o Drº Jones sorrindo. Minha dissertação foi sobre esse tema, tenho uma cópia aqui, caso lhe interesse...
- Não, não. Tudo bem, doutor, já estou convencido.
- Ótimo, agora já podemos começar. Fale-me um pouco sobre você.
E Will falou. Seu nome era William Macllister, estava com 29 anos e era um contador. Tinha um irmão mais velho e não se dava bem com o pai, sua mãe morrera num acidente de carro quando ele tinha 15 anos. Era viciado em romances policiais quando adolescente e queria tornar-se um escritor quando adulto, mas acabou entrando na Universidade e formando-se em Contabilidade.
A sessão caminhara por assuntos de pouca importância. Mas, em dado momento, o Drº Jones deu uma olhada em seus arquivos e disse:
- Vi em sua ficha, senhor Macllister, que esteve por mais de 1 ano internado numa clínica psiquiátrica. Não gostaria de falar mais a respeito?
Por um instante, William foi tomado de fúria, teve vontade de esmurrar a cara daquele velho, como podia pedir-lhe para contar sobre algo tão traumático? Mas, tão rápida quanto surgiu, a raiva passou. Will acabara de perceber que havia um som suave no ambiente, parecia música clássica e seu efeito era tranqüilizador – não notara antes, mas havia pequenas caixas de som na estante do psicólogo. Recostou-se na poltrona – e como ela era confortável! – e olhou distraído para o lado: percebeu que um dos quadros não era de paisagens e sim uma réplica da pintura de Michelangelo, “A Criação de Adão”. Parecia que estava num ambiente diferente daquele que vira meia hora atrás quando entrara por aquela porta.
- Muito bem, doutor – respondeu após um longo momento de silêncio. Vou lhe contar tudo a respeito.
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14 de out. de 2009
19 de jul. de 2009
Carta ao Capitão Baleog
Saudações, Capitão Baleog
Conforme solicitado pelo senhor, novos recrutas estão a caminho para juntarem-se ao acampamento do Tenente Volkar. Eles chegarão em Quaervarr nos próximos dias e possuem instruções explícitas para procurá-lo e receberem ordens do senhor. Seus nomes são: Barundar Bloodaxe, Arya Moonstar, Lander Braveheart, Jullian Redwine e Lars Stoneshield. Tomei a liberdade de pesquisar um pouco sobre a origem de cada um deles; nunca se sabe quando um desses recrutas pode ser um espião da Irmandade Arcana ou dos Zhentarimm.
O jovem Barundar é um anão do clã Bloodaxe, conhecido por seus guerreiros ferozes; eles já defenderam Sundabar em incontáveis batalhas contra invasores orcs, sempre lutando de forma selvagem e determinada. Apesar de não serem muito bem vistos pelos outros anões da cidade, todos reconhecem o valor e a importância dos guerreiros do clã. Meu conselho é que dêem um machado para ele, joguem-no no campo de batalha e não cheguem perto.
A senhorita Arya Moonstar é de uma família abastada de Silverymoon; segundo meus contatos, os Moonstar estão quase falidos atualmente. É possível que ela tenha ingressado no exército como uma forma de fugir dos cobradores de débitos. Descobri que Arya estudou magia no Colégio da Senhora por vários anos e estou certo de que alguém versado nas artes arcanas pode ser bem útil ao Tenente Volkar.
Lander Braveheart vem do Poço de Beoruna e pertence ao uthgardt da tribo dos Leões Negros. A informação que eu tenho é que acordos comerciais já foram firmados entre a vila e casas mercantis atuantes nas Fronteiras Prateadas, tudo indica que esses “ex-bárbaros” queiram ingressar na Liga. Braveheart é um guerreiro habilidoso e fiel devoto de Torm e assim como outros jovens guerreiros da tribo parece ter ingressado no exército para demonstrar o apoio bélico que o Poço de Beorunna pode dar ao exército das Fronteiras.
Jullian Redwine é de uma família de halflings que já causou muitas dores de cabeça às autoridades de Everlund, Silverymoon e Sundabar. Responsáveis por dezenas de furtos e contrabandos na região, eles foram capturados a poucos meses nas proximidades de Silverymoon. Ciente do potencial que o jovem Jullian poderia ter como batedor e espadachim, foi proposto um acordo com ele para reduzir sua pena e de sua família. Seus talentos o servirão bem e, embora eu não ache que ele tentará fugir, é sempre bom manter os olhos atentos para seus pertences.
O anão Lars Stoneshield é um jovem guerreiro do Salão de Mitral, cujo clã caíra em desgraça séculos atrás, quando seus membros abandonaram os Battlehammer num momento de grande necessidade. Quando o Rei Bruenor marchou para reconquistar o Salão de Mitral, Lars e seu irmão alistaram-se no exército com o intuito de apagar a mancha no passado do clã. Hoje, o anão é um soldado obstinado, disposto a tudo para resgatar a glória dos Stoneshield.
Bem, essa é toda informação que consegui sobre eles, acho que será suficiente. Gostaria de poder enviar mais homens para reforçar os acampamentos da região, mas infelizmente não haverá mais reforços antes do inverno.
Rogo para que os deuses o guiem nessa árdua tarefa, capitão.
- Comandante Erik Silverblade, III Batalhão da Legião Argêntea
_______________________
Bem, pessoal, como esse é o 100º post do Rascunhos, aqui vai um pequeno bônus para os 1d6+2 leitores do blog: um mini-texto extra e um desenho feito pelo meu irmão. Espero que gostem.
***
- Senhor, um dos batedores está de volta.
O líder dos orcs, ao receber a notícia, logo se aproximou do goblin que voltara ao acampamento e disse:
- Onde estão os outros, goblin? O que aconteceu?
- E-estão m-mortos, senhor. Nós emboscamos um grupo de aventureiros, mas eles eram muito fortes, mataram todos os outros.
- E como VOCÊ sobreviveu?
- Er... eu... estava escondido, senhor; isso, escondido. Por isso eles não me viram.
- Malditos aventureiros! Eu os quero mortos. Procure Skruush, ele é nosso melhor desenhista. Quero um retrato-falado desse grupo de aventureiros.
O goblin sobrevivente passou horas descrevendo ao Skruush aqueles que atacaram e mataram os membros da patrulha a qual pertencera. Quando a ilustração ficou pronta, levou-a a seu líder e disse:
- Chefe, aqui está o desenho.
- Ótimo! Espalhem cartazes com essa imagem por todos os lados. Eu quero esses malditos aventureiros mortos! Depois que eu matá-los, eles pensarão duas vezes antes de atravessar o meu caminho.
- Mas, chefe, como eles vão pensar em qualquer coisa se estiverem mortos?
- Ah... cale-se! Apenas faça o que mandei!
Conforme solicitado pelo senhor, novos recrutas estão a caminho para juntarem-se ao acampamento do Tenente Volkar. Eles chegarão em Quaervarr nos próximos dias e possuem instruções explícitas para procurá-lo e receberem ordens do senhor. Seus nomes são: Barundar Bloodaxe, Arya Moonstar, Lander Braveheart, Jullian Redwine e Lars Stoneshield. Tomei a liberdade de pesquisar um pouco sobre a origem de cada um deles; nunca se sabe quando um desses recrutas pode ser um espião da Irmandade Arcana ou dos Zhentarimm.
O jovem Barundar é um anão do clã Bloodaxe, conhecido por seus guerreiros ferozes; eles já defenderam Sundabar em incontáveis batalhas contra invasores orcs, sempre lutando de forma selvagem e determinada. Apesar de não serem muito bem vistos pelos outros anões da cidade, todos reconhecem o valor e a importância dos guerreiros do clã. Meu conselho é que dêem um machado para ele, joguem-no no campo de batalha e não cheguem perto.
A senhorita Arya Moonstar é de uma família abastada de Silverymoon; segundo meus contatos, os Moonstar estão quase falidos atualmente. É possível que ela tenha ingressado no exército como uma forma de fugir dos cobradores de débitos. Descobri que Arya estudou magia no Colégio da Senhora por vários anos e estou certo de que alguém versado nas artes arcanas pode ser bem útil ao Tenente Volkar.
Lander Braveheart vem do Poço de Beoruna e pertence ao uthgardt da tribo dos Leões Negros. A informação que eu tenho é que acordos comerciais já foram firmados entre a vila e casas mercantis atuantes nas Fronteiras Prateadas, tudo indica que esses “ex-bárbaros” queiram ingressar na Liga. Braveheart é um guerreiro habilidoso e fiel devoto de Torm e assim como outros jovens guerreiros da tribo parece ter ingressado no exército para demonstrar o apoio bélico que o Poço de Beorunna pode dar ao exército das Fronteiras.
Jullian Redwine é de uma família de halflings que já causou muitas dores de cabeça às autoridades de Everlund, Silverymoon e Sundabar. Responsáveis por dezenas de furtos e contrabandos na região, eles foram capturados a poucos meses nas proximidades de Silverymoon. Ciente do potencial que o jovem Jullian poderia ter como batedor e espadachim, foi proposto um acordo com ele para reduzir sua pena e de sua família. Seus talentos o servirão bem e, embora eu não ache que ele tentará fugir, é sempre bom manter os olhos atentos para seus pertences.
O anão Lars Stoneshield é um jovem guerreiro do Salão de Mitral, cujo clã caíra em desgraça séculos atrás, quando seus membros abandonaram os Battlehammer num momento de grande necessidade. Quando o Rei Bruenor marchou para reconquistar o Salão de Mitral, Lars e seu irmão alistaram-se no exército com o intuito de apagar a mancha no passado do clã. Hoje, o anão é um soldado obstinado, disposto a tudo para resgatar a glória dos Stoneshield.
Bem, essa é toda informação que consegui sobre eles, acho que será suficiente. Gostaria de poder enviar mais homens para reforçar os acampamentos da região, mas infelizmente não haverá mais reforços antes do inverno.
Rogo para que os deuses o guiem nessa árdua tarefa, capitão.
- Comandante Erik Silverblade, III Batalhão da Legião Argêntea
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Bem, pessoal, como esse é o 100º post do Rascunhos, aqui vai um pequeno bônus para os 1d6+2 leitores do blog: um mini-texto extra e um desenho feito pelo meu irmão. Espero que gostem.
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- Senhor, um dos batedores está de volta.
O líder dos orcs, ao receber a notícia, logo se aproximou do goblin que voltara ao acampamento e disse:
- Onde estão os outros, goblin? O que aconteceu?
- E-estão m-mortos, senhor. Nós emboscamos um grupo de aventureiros, mas eles eram muito fortes, mataram todos os outros.
- E como VOCÊ sobreviveu?
- Er... eu... estava escondido, senhor; isso, escondido. Por isso eles não me viram.
- Malditos aventureiros! Eu os quero mortos. Procure Skruush, ele é nosso melhor desenhista. Quero um retrato-falado desse grupo de aventureiros.
O goblin sobrevivente passou horas descrevendo ao Skruush aqueles que atacaram e mataram os membros da patrulha a qual pertencera. Quando a ilustração ficou pronta, levou-a a seu líder e disse:
- Chefe, aqui está o desenho.
- Ótimo! Espalhem cartazes com essa imagem por todos os lados. Eu quero esses malditos aventureiros mortos! Depois que eu matá-los, eles pensarão duas vezes antes de atravessar o meu caminho.
- Mas, chefe, como eles vão pensar em qualquer coisa se estiverem mortos?
- Ah... cale-se! Apenas faça o que mandei!

12 de jul. de 2009
Fronteiras Prateadas - Prólogo
Ah... o Norte. Você provavelmente já ouviu em alguma taverna barulhenta ou de algum viajante várias histórias sobre aquela região. Todas dirão que é uma terra gelada e selvagem, habitada por orcs e bárbaros, ameaçada por nevascas e dragões - um lugar onde sobreviver é uma luta diária. Tudo isso é verdade, mas é apenas uma pequena parte da grande verdade. O Norte Selvagem é também uma terra de música e poesia, de arte e magia, de bravos mortais imortalizados por seus feitos valorosos.
Presenciei a criação de majestosos reinos élficos e esplêndidas cidadelas anãs naquela região. Infelizmente também as vi sendo destruídas por hordas de orcs, batalhões de demônios e exércitos de drows. Quantas histórias foram enterradas? Quantas vidas interrompidas? Quantos heróis sacrificados?
Mas, mesmo diante de tantas dificuldades, eu vi o povo do Norte se reerguer sobre os escombros de seus lares, marchar sobre os cemitérios de seus ancestrais e lutar. Humanos, elfos e anões, embora não soubessem, lutavam lado-a-lado contra os mesmos perigos que ameaçaram seus antepassados. E é essa teimosia resoluta aliada a um espírito singular de companheirismo que faz esses homens e mulheres perdurarem nessa terra indomável.
Recentemente, adensaram-se os rumores de que o temível Rei Obould está forjando um grande exército de orcs para conquistar as terras ao sul da Espinha do Mundo. Num esforço conjunto para resistir à iminente invasão, os líderes das cidades da região firmaram um acordo de proteção mútua que culminou na formação da Liga das Fronteiras Prateadas. Sob a liderança da Alta Senhora Alustriel Silverhand, a confederação representa uma nova esperança ao povo do Norte contra os perigos que ameaçam sua terra.
Uma das primeiras medidas tomadas pela Liga foi montar vários postos de observação nas proximidades das montanhas. Acredita-se que detectar antecipadamente qualquer movimentação do Rei Obould seja a chave para formar uma defesa adequada contra sua horda de orcs. Jovens de cada cidade da Liga foram convocados para servirem ao exército das Fronteiras Prateadas e mandados a regiões inóspitas para atuarem como batedores. Estarão eles preparados quando o perigo iminente surgir?
Uma tempestade se aproxima e nem eu posso prever o que está por vir. Minha experiência diz que o destino nunca fica nas mãos dos grandes líderes, ele sempre recai sobre os ombros de desconhecidos e as ações destes determinam se morrerão no anonimato ou se viverão o bastante para tornarem-se lendas. Resta-nos apenas aguardar.
PS: Estou ficando velho demais para isso.
- Elminster do Vale das Sombras
Presenciei a criação de majestosos reinos élficos e esplêndidas cidadelas anãs naquela região. Infelizmente também as vi sendo destruídas por hordas de orcs, batalhões de demônios e exércitos de drows. Quantas histórias foram enterradas? Quantas vidas interrompidas? Quantos heróis sacrificados?
Mas, mesmo diante de tantas dificuldades, eu vi o povo do Norte se reerguer sobre os escombros de seus lares, marchar sobre os cemitérios de seus ancestrais e lutar. Humanos, elfos e anões, embora não soubessem, lutavam lado-a-lado contra os mesmos perigos que ameaçaram seus antepassados. E é essa teimosia resoluta aliada a um espírito singular de companheirismo que faz esses homens e mulheres perdurarem nessa terra indomável.
Recentemente, adensaram-se os rumores de que o temível Rei Obould está forjando um grande exército de orcs para conquistar as terras ao sul da Espinha do Mundo. Num esforço conjunto para resistir à iminente invasão, os líderes das cidades da região firmaram um acordo de proteção mútua que culminou na formação da Liga das Fronteiras Prateadas. Sob a liderança da Alta Senhora Alustriel Silverhand, a confederação representa uma nova esperança ao povo do Norte contra os perigos que ameaçam sua terra.
Uma das primeiras medidas tomadas pela Liga foi montar vários postos de observação nas proximidades das montanhas. Acredita-se que detectar antecipadamente qualquer movimentação do Rei Obould seja a chave para formar uma defesa adequada contra sua horda de orcs. Jovens de cada cidade da Liga foram convocados para servirem ao exército das Fronteiras Prateadas e mandados a regiões inóspitas para atuarem como batedores. Estarão eles preparados quando o perigo iminente surgir?
Uma tempestade se aproxima e nem eu posso prever o que está por vir. Minha experiência diz que o destino nunca fica nas mãos dos grandes líderes, ele sempre recai sobre os ombros de desconhecidos e as ações destes determinam se morrerão no anonimato ou se viverão o bastante para tornarem-se lendas. Resta-nos apenas aguardar.
PS: Estou ficando velho demais para isso.
- Elminster do Vale das Sombras
30 de mai. de 2009
Conselho de Guerra
O clangor de aço reverberava pelo ar. Centenas de forjas estavam acesas, os martelos batiam e batiam como instrumentos de uma sinfonia demoníaca. Uma fumaça escura subia aos céus e fuligem cobria os rostos dos ferreiros. O cheiro de suor e cinzas impregnava a Cidadela. Estava quente, muito quente, como se um portão para os Nove Infernos tivesse sido aberto em meio àquelas montanhas geladas.
O rei caminhava pelas vielas da cidade, queria constatar pessoalmente o cumprimento de suas ordens. Muitos de seu próprio povo e mais centenas de escravos trabalhavam até a exaustão, muitas vezes sob chicotadas. Em alguns pontos, corpos mutilados eram exibidos para mostrar o destino daqueles que não executaram suas tarefas apropriadamente.
O sol começava a se esconder no oeste distante quando um mensageiro aproximou-se do rei e disse:
- Meu senhor, Lorog acaba de retornar à Cidadela.
- Ótimo. – respondeu Obould satisfeito – Traga-a até mim.
- Não será necessário, meu senhor. – disse uma voz perto deles – aqui estou.
Mesmo o rei Obould ainda se surpreendia com as aparições de Lorog, a negra. Ela era uma fêmea alta e corpulenta, mas se movimentava de forma silenciosa sob suas vestes escuras. Dotada de uma mente arguta e versada nas artes da feitiçaria, tornara-se a principal conselheira do rei e a líder espiritual do Forte da Flecha Negra.
- Que notícias traz de Scrauth? – perguntou abruptamente o rei.
- Lamento informar, meu senhor, mas seu filho reuniu os soldados que tinha e rumou para o sul, em direção ao Salão de Mitral.
- Insolente! – esbravejou Obould – Como ousa desobedecer minhas ordens!?
- As informações que obtive indicam que Scrauth havia descoberto um caminho secreto até o Salão de Mitral através da face leste das montanhas.
- Tolo, só vai conseguir a própria morte e a dos seus subordinados com essa atitude impensada.
- Meu senhor, – disse Lorog após um instante de silêncio – aceite meu conselho: ataque o Salão de Mitral pelo oeste. A investida de Scrauth não tem chance de tomar a cidade dos anões, mas pode prover a distração necessária para o senhor esmagar os desgraçados com sua força principal. Conceda-me não mais que 100 homens e eu serei capaz de proteger o Forte da Flecha Negra contra possíveis ataques das tribos do oeste.
Obould sorriu por um instante, depois olhou para a fêmea e respondeu:
- Não, Lorog. As tribos do oeste não são mais uma ameaça. Numath e os gigantes já lidaram com eles.
A fêmea ficou visivelmente surpresa com a notícia.
- Araug liderará o ataque ao Salão de Mitral – continuou Obould – e você irá com ele. Se meus filhos estão ansiosos em matar anões e pilhar seus tesouros, não posso negar isso a eles. Mas você proverá Araug com conselhos e feitiços.
- Como quiser, meu senhor.
- A queda de Bruenor e de sua cidade não passará despercebida. Logo Lua Argêntea mandará reforços, e eu estarei esperando.
___________________________________
- Continuação desse aqui.
- Se a inspiração surgir, escreverei um pouco sobre cada um dos líderes orcs envolvidos na história. Ah, e talvez sobre os PJs também. =P
O rei caminhava pelas vielas da cidade, queria constatar pessoalmente o cumprimento de suas ordens. Muitos de seu próprio povo e mais centenas de escravos trabalhavam até a exaustão, muitas vezes sob chicotadas. Em alguns pontos, corpos mutilados eram exibidos para mostrar o destino daqueles que não executaram suas tarefas apropriadamente.
O sol começava a se esconder no oeste distante quando um mensageiro aproximou-se do rei e disse:
- Meu senhor, Lorog acaba de retornar à Cidadela.
- Ótimo. – respondeu Obould satisfeito – Traga-a até mim.
- Não será necessário, meu senhor. – disse uma voz perto deles – aqui estou.
Mesmo o rei Obould ainda se surpreendia com as aparições de Lorog, a negra. Ela era uma fêmea alta e corpulenta, mas se movimentava de forma silenciosa sob suas vestes escuras. Dotada de uma mente arguta e versada nas artes da feitiçaria, tornara-se a principal conselheira do rei e a líder espiritual do Forte da Flecha Negra.
- Que notícias traz de Scrauth? – perguntou abruptamente o rei.
- Lamento informar, meu senhor, mas seu filho reuniu os soldados que tinha e rumou para o sul, em direção ao Salão de Mitral.
- Insolente! – esbravejou Obould – Como ousa desobedecer minhas ordens!?
- As informações que obtive indicam que Scrauth havia descoberto um caminho secreto até o Salão de Mitral através da face leste das montanhas.
- Tolo, só vai conseguir a própria morte e a dos seus subordinados com essa atitude impensada.
- Meu senhor, – disse Lorog após um instante de silêncio – aceite meu conselho: ataque o Salão de Mitral pelo oeste. A investida de Scrauth não tem chance de tomar a cidade dos anões, mas pode prover a distração necessária para o senhor esmagar os desgraçados com sua força principal. Conceda-me não mais que 100 homens e eu serei capaz de proteger o Forte da Flecha Negra contra possíveis ataques das tribos do oeste.
Obould sorriu por um instante, depois olhou para a fêmea e respondeu:
- Não, Lorog. As tribos do oeste não são mais uma ameaça. Numath e os gigantes já lidaram com eles.
A fêmea ficou visivelmente surpresa com a notícia.
- Araug liderará o ataque ao Salão de Mitral – continuou Obould – e você irá com ele. Se meus filhos estão ansiosos em matar anões e pilhar seus tesouros, não posso negar isso a eles. Mas você proverá Araug com conselhos e feitiços.
- Como quiser, meu senhor.
- A queda de Bruenor e de sua cidade não passará despercebida. Logo Lua Argêntea mandará reforços, e eu estarei esperando.
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- Continuação desse aqui.
- Se a inspiração surgir, escreverei um pouco sobre cada um dos líderes orcs envolvidos na história. Ah, e talvez sobre os PJs também. =P
26 de abr. de 2009
Incentivo Familiar
Certo dia, o garoto chegou para o pai e disse:
- Papai, me decidi: quando eu crescer, quero ser um bardo!
- Bardo? - replicou o pai fazendo uma careta.
- É, papai. Quero viajar pelo mundo, declamar poemas em praças públicas, cantar músicas em tavernas, descobrir livros antigos e um dia escrever meu próprio romance.
- Meu filho, você já ouviu a história da Formiga e da Cigarra?
- Não, papai.
- Vou lhe contar, então.
---
Era outono e as formigas trabalhavam dia e noite levando folhas para o formigueiro. Uma delas costumava encontrar uma cigarra que ficava sentada na sombra cantando o dia todo. E a formiga sempre dizia:
- O inverno está chegando, você não devia estar arranjando um abrigo ou juntando comida?
E a cigarra respondia:
- O inverno ainda está muito longe, prefiro ficar aqui cantando do que me preocupar com essas coisas.
Mas naquele ano, o inverno chegou mais cedo. As formigas se abrigaram dentro do formigueiro onde tinha bastante comida, mas a cigarra - que só ficara cantando durante o outono - não tinha um abrigo, estava com fome e com frio. Bateu na porta do formigueiro e disse:
- Deixem-me entrar, estou morrendo de frio.
A formiga do outro lado respondeu:
- Nós trabalhamos duro o outono todo enquanto você ficava só cantando. Do que adianta sua música agora? Morra de frio!
E a cigarra então vagou por dias até morrer congelada sob a neve.
---
- Nossa, papai! Que história triste! - disse o garoto.
- É sim, meu filho. E sabe qual é a moral da história?
- Qual?
- Você pode até se tornar um aventureiro quando crescer, mas... ESCOLHA UMA CLASSE DE VERDADE, PORRA!
________________________
- Isso é o que acontece quando a cretinice é maior que a criatividade. =P
- Allana, nada pessoal, tá? xD
- Antes que o sindicato dos bardos me processe, eu lembro que já fiz um post legal sobre os bardos antes.
- Papai, me decidi: quando eu crescer, quero ser um bardo!
- Bardo? - replicou o pai fazendo uma careta.
- É, papai. Quero viajar pelo mundo, declamar poemas em praças públicas, cantar músicas em tavernas, descobrir livros antigos e um dia escrever meu próprio romance.
- Meu filho, você já ouviu a história da Formiga e da Cigarra?
- Não, papai.
- Vou lhe contar, então.
---
Era outono e as formigas trabalhavam dia e noite levando folhas para o formigueiro. Uma delas costumava encontrar uma cigarra que ficava sentada na sombra cantando o dia todo. E a formiga sempre dizia:
- O inverno está chegando, você não devia estar arranjando um abrigo ou juntando comida?
E a cigarra respondia:
- O inverno ainda está muito longe, prefiro ficar aqui cantando do que me preocupar com essas coisas.
Mas naquele ano, o inverno chegou mais cedo. As formigas se abrigaram dentro do formigueiro onde tinha bastante comida, mas a cigarra - que só ficara cantando durante o outono - não tinha um abrigo, estava com fome e com frio. Bateu na porta do formigueiro e disse:
- Deixem-me entrar, estou morrendo de frio.
A formiga do outro lado respondeu:
- Nós trabalhamos duro o outono todo enquanto você ficava só cantando. Do que adianta sua música agora? Morra de frio!
E a cigarra então vagou por dias até morrer congelada sob a neve.
---
- Nossa, papai! Que história triste! - disse o garoto.
- É sim, meu filho. E sabe qual é a moral da história?
- Qual?
- Você pode até se tornar um aventureiro quando crescer, mas... ESCOLHA UMA CLASSE DE VERDADE, PORRA!
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- Isso é o que acontece quando a cretinice é maior que a criatividade. =P
- Allana, nada pessoal, tá? xD
- Antes que o sindicato dos bardos me processe, eu lembro que já fiz um post legal sobre os bardos antes.
30 de mar. de 2009
O Missionário Mercenário
Tempus é o deus da guerra e ele favorece os bravos guerreiros de ambos os lados de uma batalha. Mas ele não aprecia derramamento de sangue gratuito, sua igreja ensina a sempre lutarmos pelo que acreditamos e, em Amn, não há crença maior que o dinheiro.
Garret não pôde deixar de sorrir diante das palavras do jovem sacerdote, mas abafou o riso e falou com um leve tom de desdém:
- E o que você tem a oferecer afinal?
Eu ofereço meus serviços como homem-de-armas e curandeiro para a sua companhia. Que os seus adversários sejam os meus e, com as bênçãos de Tempus, seus homens tornar-se-ão lutadores ainda mais fortes e destemidos. Juntos, propagaremos minha fé e multiplicaremos suas riquezas. Tudo por um preço - é claro.
O velho mercenário abriu um sorriso ainda mais largo e sincero, olhou o garoto dos pés à cabeça e respondeu em Thorass:
- Welcome to the Gold Vultures, boy.
_______________________________________
Thorass é o nome de um idioma antigo de Forgotten Realms do qual derivou o atual "comum". Em Amn, o Thorass é amplamente utilizado em documentos oficiais, negociações e contratos comerciais.
Garret não pôde deixar de sorrir diante das palavras do jovem sacerdote, mas abafou o riso e falou com um leve tom de desdém:
- E o que você tem a oferecer afinal?
Eu ofereço meus serviços como homem-de-armas e curandeiro para a sua companhia. Que os seus adversários sejam os meus e, com as bênçãos de Tempus, seus homens tornar-se-ão lutadores ainda mais fortes e destemidos. Juntos, propagaremos minha fé e multiplicaremos suas riquezas. Tudo por um preço - é claro.
O velho mercenário abriu um sorriso ainda mais largo e sincero, olhou o garoto dos pés à cabeça e respondeu em Thorass:
- Welcome to the Gold Vultures, boy.
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Thorass é o nome de um idioma antigo de Forgotten Realms do qual derivou o atual "comum". Em Amn, o Thorass é amplamente utilizado em documentos oficiais, negociações e contratos comerciais.
11 de jan. de 2009
O Adeus de Levy
Caros amigos,
Primeiramente, eu gostaria de dizer que foi uma honra imedível ter viajado e lutado ao lado de vocês durante esses dias. Foram apenas duas semanas, é verdade, mas foi suficiente para que a lembrança de vocês jamais se apague de minha mente. A nobreza de caráter e a convicção com que lutam por seus ideais são lições que carregarei para o resto da vida.
Victarion, eu sei que você jurou fazer tudo em seu alcance para levar Gamble em segurança para Tethyr, e eu entendo suas motivações. Mas eu, ao ver o meu clã exterminado, também tinha feito um juramento: jurei que não teria paz até que tirasse a vida do demônio que cometera tal atrocidade. Eu não espero que você entenda, apenas que aceite.
Eu estou partindo para o norte, levarei o corpo do gnomo às autoridades de Tethyr, eles precisam saber que essa ameaça teve um fim. Lamento que as coisas tenham acontecido dessa forma.
Arienne, Victarion, estou certo de que serão muito felizes juntos, teria sido uma honra inestimável estar presente no casamento de vocês.
Vance, adoraria poder degustar aquele adorável elixir espumante em sua companhia novamente.
Que os deuses os guiem nessa importante jornada. Sinto muito por não poder acompanhá-los.
Adeus, amigos.
- Levy Escama de Bronze
______________________________________________
Gamble era um gnomo ilusionista procurado em Tethyr por vários crimes, incluindo roubo, contrabando e falsificação. Levy, que é um kobold espadachim, juntou-se ao grupo de aventureiros afirmando que caçava o criminoso; o que eles não sabiam era que o kobold tinha motivos pessoais para isso, eles achavam que o espadachim era apenas um caçador de recompensas. Quando o gnomo foi encontrado, houve um momento tenso no grupo: Levy e Vance queriam matá-lo, enquanto Arienne e Victarion prometeram levá-lo vivo às autoridades de Tethyr.
Primeiramente, eu gostaria de dizer que foi uma honra imedível ter viajado e lutado ao lado de vocês durante esses dias. Foram apenas duas semanas, é verdade, mas foi suficiente para que a lembrança de vocês jamais se apague de minha mente. A nobreza de caráter e a convicção com que lutam por seus ideais são lições que carregarei para o resto da vida.
Victarion, eu sei que você jurou fazer tudo em seu alcance para levar Gamble em segurança para Tethyr, e eu entendo suas motivações. Mas eu, ao ver o meu clã exterminado, também tinha feito um juramento: jurei que não teria paz até que tirasse a vida do demônio que cometera tal atrocidade. Eu não espero que você entenda, apenas que aceite.
Eu estou partindo para o norte, levarei o corpo do gnomo às autoridades de Tethyr, eles precisam saber que essa ameaça teve um fim. Lamento que as coisas tenham acontecido dessa forma.
Arienne, Victarion, estou certo de que serão muito felizes juntos, teria sido uma honra inestimável estar presente no casamento de vocês.
Vance, adoraria poder degustar aquele adorável elixir espumante em sua companhia novamente.
Que os deuses os guiem nessa importante jornada. Sinto muito por não poder acompanhá-los.
Adeus, amigos.
- Levy Escama de Bronze
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Gamble era um gnomo ilusionista procurado em Tethyr por vários crimes, incluindo roubo, contrabando e falsificação. Levy, que é um kobold espadachim, juntou-se ao grupo de aventureiros afirmando que caçava o criminoso; o que eles não sabiam era que o kobold tinha motivos pessoais para isso, eles achavam que o espadachim era apenas um caçador de recompensas. Quando o gnomo foi encontrado, houve um momento tenso no grupo: Levy e Vance queriam matá-lo, enquanto Arienne e Victarion prometeram levá-lo vivo às autoridades de Tethyr.
5 de jan. de 2009
Era of Skyfire
Conta-se que a milênios atrás, quando estas terras eram cobertas de imensas florestas dominadas pelos elfos e as montanhas ocupadas pelos senhores anões, os humanos viviam rusticamente como nômades nas planícies e savanas do sul. Aquela era um época de paz, ameaçada apenas de tempos em tempos pelos gigantes e dragões. Mas as coisas mudaram com a chegada de Calim.
Calim era um nobre djinni, um poderoso gênio vindo do Plano Elemental do Ar, que comandava um imenso número de membros de sua espécie, além de escravos humanos e halflings. Em pouco tempo, ele conquistou uma grande área onde hoje é o sul de Calimshan, expulsando os dragões, gigantes e elfos da região. Estava formado o Califato de Calim.
Os 1000 anos que se sucederam foram relativamente pacíficos dentro dos domínios de Calim, à exceção de pequenos conflitos com os elfos e gigantes nas fronteiras. Até que chegaram os mais odiados inimigos dos djinn, os efreet. O Exército de Fogo, como era chamada a horda de efreet, liderado pelo Grande Paxá Memnom surgiu no norte da atual Calimshan. Nos anos que se seguiram, os gênios do fogo conquistaram muitas das terras que tinham pertencido aos elfos e anões, reduzindo florestas inteiras a cinzas e estabelecendo o Reino de Memnonnar.
Demorou 200 anos até começar a inevitável guerra entre Calim e Memnom, período que ficou conhecido como Era of Skyfire. Os exércitos dos gênios se enfrentaram durante séculos em grandes batalhas que destruíram colinas, florestas e montanhas. Ninguém sabe muito bem como a guerra acabou. Alguns dizem que Calim e Memnom se enfrentaram num duelo que durou 100 dias e 100 noites e acabou com a destruição de ambos e de tudo que havia num raio de vários quilômetros. Outros falam que os elfos, buscando vingança pela morte de seus semelhantes e pela destruição causada pelos gênios, realizaram um poderoso ritual que arrancou as almas dos dois de seus corpos e as aprisionou dentro de um cristal.
O que aconteceu de verdade talvez ninguém saiba. Mas as conseqüências desses eventos marcaram para sempre essas terras.
______________________________________________
Referências:
- Lands of Intrigue, 1997
- Empires of the Shinning Sea, 1998
- Forgotten Realms Campaign Setting, 2001
- Lost Empires of Faerûn, 2005
Calim era um nobre djinni, um poderoso gênio vindo do Plano Elemental do Ar, que comandava um imenso número de membros de sua espécie, além de escravos humanos e halflings. Em pouco tempo, ele conquistou uma grande área onde hoje é o sul de Calimshan, expulsando os dragões, gigantes e elfos da região. Estava formado o Califato de Calim.
Os 1000 anos que se sucederam foram relativamente pacíficos dentro dos domínios de Calim, à exceção de pequenos conflitos com os elfos e gigantes nas fronteiras. Até que chegaram os mais odiados inimigos dos djinn, os efreet. O Exército de Fogo, como era chamada a horda de efreet, liderado pelo Grande Paxá Memnom surgiu no norte da atual Calimshan. Nos anos que se seguiram, os gênios do fogo conquistaram muitas das terras que tinham pertencido aos elfos e anões, reduzindo florestas inteiras a cinzas e estabelecendo o Reino de Memnonnar.
Demorou 200 anos até começar a inevitável guerra entre Calim e Memnom, período que ficou conhecido como Era of Skyfire. Os exércitos dos gênios se enfrentaram durante séculos em grandes batalhas que destruíram colinas, florestas e montanhas. Ninguém sabe muito bem como a guerra acabou. Alguns dizem que Calim e Memnom se enfrentaram num duelo que durou 100 dias e 100 noites e acabou com a destruição de ambos e de tudo que havia num raio de vários quilômetros. Outros falam que os elfos, buscando vingança pela morte de seus semelhantes e pela destruição causada pelos gênios, realizaram um poderoso ritual que arrancou as almas dos dois de seus corpos e as aprisionou dentro de um cristal.
O que aconteceu de verdade talvez ninguém saiba. Mas as conseqüências desses eventos marcaram para sempre essas terras.
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Referências:
- Lands of Intrigue, 1997
- Empires of the Shinning Sea, 1998
- Forgotten Realms Campaign Setting, 2001
- Lost Empires of Faerûn, 2005
Keywords:
Calimshan,
Campanha Tethyr,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
Gênios,
Guerra,
RPG
11 de dez. de 2008
O clérigo e o monge
O clérigo estava tomando uma cerveja no balcão da taverna quando chegou um monge perto dele e perguntou:
- O que você faz?
O clérigo respondeu:
- Eu lanço magias, expulso mortos-vivos e luto razoavelmente bem. E você?
- Ah... eu não solto magias, nem expulso mortos-vivos, mas luto razoavelmente bem. - respondeu o monge.
- Ah, é? Então você não faz nada que eu não sei fazer. - disse o clérigo triunfante.
- Não é verdade - retrucou o monge ofendido -, eu sei fazer estrelinha.
- O que você faz?
O clérigo respondeu:
- Eu lanço magias, expulso mortos-vivos e luto razoavelmente bem. E você?
- Ah... eu não solto magias, nem expulso mortos-vivos, mas luto razoavelmente bem. - respondeu o monge.
- Ah, é? Então você não faz nada que eu não sei fazer. - disse o clérigo triunfante.
- Não é verdade - retrucou o monge ofendido -, eu sei fazer estrelinha.
29 de nov. de 2008
A Herança de Obould
Cavada no sopé da montanha, poucos quilômetros ao sul do Forte da Flecha Negra, fica a guarnição do Anão Morto. Local de treinamento de soldados, forjaria de armas e construção de máquinas de guerra para o exército do Rei Obould Muitas Flechas. Nesse lugar, não é permitida a presença de fêmeas, mas nenhum dos soldados ousou protestar ou mesmo olhar duas vezes para a figura alta e de manto negro que perambulava pelos túneis do lugar.
A fama de Lorog, a negra, era bem conhecida pelos orcs daquela região. Dizia-se que era uma bruxa cruel que sentia prazer em aterrorizar os guerreiros do exército de Obould para testar sua lealdade. Aqueles a quem ela considerava indignos eram torturados e punidos com seus venenos e maldições.
Lorog deslizou pelo Salão de Armas até ficar a poucos metros de um corpulento guerreiro que estava vestindo uma armadura de placas. O orc, que pareceu não notar a presença da bruxa, exibia uma infinidade de cicatrizes ao longo do corpo, marcas de dezenas de batalhas. A fêmea permaneceu em silêncio, quando ele começou a calçar as botas, ela perguntou:
- Preparando-se para partir, soldado?
O macho a olhou sobre o ombro por um instante, voltou a atenção para as botas e respondeu:
- Foi meu pai que mandou você me espionar, bruxa?
- Talvez. Ou talvez eu tenha vindo por conta própria.
- Lacaios não têm vontade própria, ainda mais uma fêmea. - respondeu o guerreiro, agora calçando um par de manoplas.
- Tem razão. É por isso que você está aqui. Porque o seu pai ordenou e você acata suas ordens como uma fêmea obediente, não é, Scrauth?
Scrauth mal conseguiu disfarçar sua fúria ao embainhar bruscamente sua espada. Ele sabia, no entanto, que ameaçar Lorog era estupidez: ainda que conseguisse matá-la, ele seria severamente punido pelo seu pai, já que a bruxa era a principal conselheira do Rei Obould. Scrauth apenas segurou o elmo ao lado do corpo, virou-se para a fêmea e retorquiu em tom de ira incontida:
- O que você quer de mim afinal? Preciso partir logo.
- O Rei Obould está ficando velho, Scrauth. Muitos acham que ele não tem mais a força de antes, depois da queda da Cidadela Muitas Flechas. Alguém terá que substituí-lo mais cedo ou mais tarde.
- Quando ele fraquejar, eu estarei pronto para tomar o seu lugar! - retorquiu o guerreiro em tom desafiador.
- Mas você precisa se mexer, Scrauth. Seu irmão Brymoel já está se mexendo. Soube que ele rumou para a Passagem da Lança Partida mais ao sul e está procurando alguma coisa por lá.
- O quê? Mas ele foi mandado para o leste, para espionar aquela vila dos Uthgard!
- Ele é um sacerdote, um fiel seguidor de Gruumsh. E Grummsh às vezes concede visões aos seus servos mais dedicados. Há algo importante ao sul, Scrauth. Algo que faz a diferença para aquele que almeja se tornar o Rei Muitas Flechas.
- Hmmm... entendo. Mas você não ia preferir um clérigo de Grummsh como o novo Rei Obould? - perguntou o guerreiro.
- É preciso ser um veterano de batalha para sentar-se no Trono Muitas Flechas - respondeu a bruxa -, alguém capaz de comandar um exército e fazer seus súditos obedecerem. Brymoel é um acólito fervoroso, mas não tem a força necessária.
- Então você veio aqui para me ajudar a tomar o lugar de meu pai? Quer dizer que você, Lorog, está me oferecendo uma aliança?
- Talvez. Ou talvez seu pai tenha me mandado aqui para lhe espionar.
A fama de Lorog, a negra, era bem conhecida pelos orcs daquela região. Dizia-se que era uma bruxa cruel que sentia prazer em aterrorizar os guerreiros do exército de Obould para testar sua lealdade. Aqueles a quem ela considerava indignos eram torturados e punidos com seus venenos e maldições.
Lorog deslizou pelo Salão de Armas até ficar a poucos metros de um corpulento guerreiro que estava vestindo uma armadura de placas. O orc, que pareceu não notar a presença da bruxa, exibia uma infinidade de cicatrizes ao longo do corpo, marcas de dezenas de batalhas. A fêmea permaneceu em silêncio, quando ele começou a calçar as botas, ela perguntou:
- Preparando-se para partir, soldado?
O macho a olhou sobre o ombro por um instante, voltou a atenção para as botas e respondeu:
- Foi meu pai que mandou você me espionar, bruxa?
- Talvez. Ou talvez eu tenha vindo por conta própria.
- Lacaios não têm vontade própria, ainda mais uma fêmea. - respondeu o guerreiro, agora calçando um par de manoplas.
- Tem razão. É por isso que você está aqui. Porque o seu pai ordenou e você acata suas ordens como uma fêmea obediente, não é, Scrauth?
Scrauth mal conseguiu disfarçar sua fúria ao embainhar bruscamente sua espada. Ele sabia, no entanto, que ameaçar Lorog era estupidez: ainda que conseguisse matá-la, ele seria severamente punido pelo seu pai, já que a bruxa era a principal conselheira do Rei Obould. Scrauth apenas segurou o elmo ao lado do corpo, virou-se para a fêmea e retorquiu em tom de ira incontida:
- O que você quer de mim afinal? Preciso partir logo.
- O Rei Obould está ficando velho, Scrauth. Muitos acham que ele não tem mais a força de antes, depois da queda da Cidadela Muitas Flechas. Alguém terá que substituí-lo mais cedo ou mais tarde.
- Quando ele fraquejar, eu estarei pronto para tomar o seu lugar! - retorquiu o guerreiro em tom desafiador.
- Mas você precisa se mexer, Scrauth. Seu irmão Brymoel já está se mexendo. Soube que ele rumou para a Passagem da Lança Partida mais ao sul e está procurando alguma coisa por lá.
- O quê? Mas ele foi mandado para o leste, para espionar aquela vila dos Uthgard!
- Ele é um sacerdote, um fiel seguidor de Gruumsh. E Grummsh às vezes concede visões aos seus servos mais dedicados. Há algo importante ao sul, Scrauth. Algo que faz a diferença para aquele que almeja se tornar o Rei Muitas Flechas.
- Hmmm... entendo. Mas você não ia preferir um clérigo de Grummsh como o novo Rei Obould? - perguntou o guerreiro.
- É preciso ser um veterano de batalha para sentar-se no Trono Muitas Flechas - respondeu a bruxa -, alguém capaz de comandar um exército e fazer seus súditos obedecerem. Brymoel é um acólito fervoroso, mas não tem a força necessária.
- Então você veio aqui para me ajudar a tomar o lugar de meu pai? Quer dizer que você, Lorog, está me oferecendo uma aliança?
- Talvez. Ou talvez seu pai tenha me mandado aqui para lhe espionar.
Keywords:
Diálogo,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
Fronteiras Prateadas,
Orcs,
RPG
24 de ago. de 2008
Com as próprias mãos
- Você faria o mesmo se estivesse no meu lugar!
Não, Ariene não faria. Mas aquelas palavras reverberavam na sua mente, indo e voltando sem parar. Ariene Crownshield, cavaleira sagrada da Ordem do Cálice Prateado de Siamorphe, não venderia sua honra tentando matar alguém em troca de um punhado de moedas de ouro. Mas será que ela, nascida sem lar, sem ninguém que a ensinasse que valores deveria preservar, não se deixaria levar pela situação?
Segurou entre os dedos o cálice prateado, que usava sempre com tanto orgulho. Apertou-o forte, como se buscasse na deusa uma resposta para essas indagações. Não gostava da sensação de ter a vida de alguém em suas mãos – nunca se achou preparada para aquilo, na verdade. Já presenciara execuções antes – seu pai a preparara desde criança – mas isso não quer dizer que gostava de vê-las. Fechou os olhos azuis com força, como se tentasse apagar a lembrança, mas foi em vão.
**********
- Não vire o rosto, pequena. Seu pai está olhando você.
Quem lhe falava era Tersus, embora a criança não estivesse realmente dando importância a sua voz. Ariene não queria olhar, mas não conseguia tirar os olhos daquele a quem chamavam de traidor. Os ombros estavam caídos e marcas profundas adornavam o seu rosto, compondo o quadro de um derrotado. Não em combate, não em batalha... mas na vida. Profundas olheiras e olhos finos como linhas se esgueiravam pela multidão, como se não conseguissem encará-los. Ariene não desviou o olhar, e teve certeza: ele olhou para ela.
Mesmo nos dias de hoje, não conseguiu entender se ele buscava por ajuda ou pura redenção. Os olhos daquele homem eram de uma inexpressividade descomunal, mas ainda assim intensos como a pior das tempestades. Prendeu a respiração, e então ouviu a voz do seu pai soar acima do cochichar da multidão:
- Você, homem de armas conhecido por Saemon, foi acusado de traição para com seus companheiros de armas. Graças a informações, passada por você a comparsas dos exércitos da velha e corrupta corte, três valorosos guerreiros perderam suas vidas. Entre seus pertences, foi encontrada a quantia de trezentas moedas de ouro, cunhadas pelas formas da corte que você costumava combater. – pausou a fala por um instante, enrolando o pergaminho com as acusações. – O que tem a dizer em sua defesa?
Por um instante, o homem permaneceu calado, assim como a multidão. Seus olhos se viraram para seu acusador, Kelvan Crownshield, e Saemon apenas deu de ombros.
- Nada. Eu fiz tudo o que disse, meu senhor. Apenas me dê uma morte rápida.
A displicência do homem apenas irritou mais o lorde, e Ariene sabia disso. No entanto, ele manteve sua postura. Desembainhou sua espada bastarda, que refletiu por um instante a luz do sol, e disse:
- Pelo poder a mim investido, por mérito e berço, és declarado culpado, homem de armas Saemon.
***
Voltaram para o solar improvisado, em um silêncio quase mórbido. Ariene não conseguia parar de pensar nos olhos inertes daquele homem, e ainda assim tão intensos. E não conseguia também encarar seu pai. Como se adivinhasse seus pensamentos, Kelvan falou:
- Eu tive que fazer aquilo. Aquele homem cometeu um crime que matou três pais de família. É uma questão de justiça. E você deve acostumar-se com isso, minha filha. Um dia, você tomará conta desse lugar.
O silêncio perdurou até chegarem à casa. Ariene viu o pai dar-lhe as costas e dirigir ordens a alguns homens, e só então conseguiu dizer:
- E quem somos nós para julgar quando tirar a vida de alguém?
**********
- Ele não carrega o mal no coração. – disse por fim Arienne, e só então percebeu que demorara a tomar sua decisão.
- Preciso lembrar-lhe, minha noiva, que este homem tentou matar você? E foi uma tentativa premeditada? – a voz de Victarion se fez soar. – De acordo com as leis de Tethyr...
- Nós não estamos em Tethyr. – lembrou Vance, que era a favor de deixar o homem vivo.
- E mesmo de acordo com as leis dos homens do mar, traição a esse nível é passível de punição com morte. Arienne, eu negociei sua vida por duzentas moedas...
- Os deuses decidirão. – a jovem disse, e ouvir sua própria voz a deixou mais segura de si. – Se ele aceitar, largue-o no mar. Não estamos tão longe de terra firme, e qualquer provação que passar será o suficiente para que repense suas ações. Se, do contrário, ele perecer, teremos adiado o inevitável. Agora, se me derem licença, vou para os meus aposentos.
*****
Na manhã seguinte, os homens foram levados para o convés, para receber sua punição diante de todos – o exemplo também era uma ótima forma de coagir os membros de uma tripulação, a capitã lhe explicara. E assim era em qualquer lugar.
Aquele que mentira no intuito de salvar a vida teve uma morte rápida pelas lâminas de Vance. O outro, por sua vez, foi lançado na imensidão do mar, e se sobreviveu ou não a paladina não poderia dizer. No entanto, tinha a sensação de que a justiça, de fato, havia sido feita.
Não, Ariene não faria. Mas aquelas palavras reverberavam na sua mente, indo e voltando sem parar. Ariene Crownshield, cavaleira sagrada da Ordem do Cálice Prateado de Siamorphe, não venderia sua honra tentando matar alguém em troca de um punhado de moedas de ouro. Mas será que ela, nascida sem lar, sem ninguém que a ensinasse que valores deveria preservar, não se deixaria levar pela situação?
Segurou entre os dedos o cálice prateado, que usava sempre com tanto orgulho. Apertou-o forte, como se buscasse na deusa uma resposta para essas indagações. Não gostava da sensação de ter a vida de alguém em suas mãos – nunca se achou preparada para aquilo, na verdade. Já presenciara execuções antes – seu pai a preparara desde criança – mas isso não quer dizer que gostava de vê-las. Fechou os olhos azuis com força, como se tentasse apagar a lembrança, mas foi em vão.
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- Não vire o rosto, pequena. Seu pai está olhando você.
Quem lhe falava era Tersus, embora a criança não estivesse realmente dando importância a sua voz. Ariene não queria olhar, mas não conseguia tirar os olhos daquele a quem chamavam de traidor. Os ombros estavam caídos e marcas profundas adornavam o seu rosto, compondo o quadro de um derrotado. Não em combate, não em batalha... mas na vida. Profundas olheiras e olhos finos como linhas se esgueiravam pela multidão, como se não conseguissem encará-los. Ariene não desviou o olhar, e teve certeza: ele olhou para ela.
Mesmo nos dias de hoje, não conseguiu entender se ele buscava por ajuda ou pura redenção. Os olhos daquele homem eram de uma inexpressividade descomunal, mas ainda assim intensos como a pior das tempestades. Prendeu a respiração, e então ouviu a voz do seu pai soar acima do cochichar da multidão:
- Você, homem de armas conhecido por Saemon, foi acusado de traição para com seus companheiros de armas. Graças a informações, passada por você a comparsas dos exércitos da velha e corrupta corte, três valorosos guerreiros perderam suas vidas. Entre seus pertences, foi encontrada a quantia de trezentas moedas de ouro, cunhadas pelas formas da corte que você costumava combater. – pausou a fala por um instante, enrolando o pergaminho com as acusações. – O que tem a dizer em sua defesa?
Por um instante, o homem permaneceu calado, assim como a multidão. Seus olhos se viraram para seu acusador, Kelvan Crownshield, e Saemon apenas deu de ombros.
- Nada. Eu fiz tudo o que disse, meu senhor. Apenas me dê uma morte rápida.
A displicência do homem apenas irritou mais o lorde, e Ariene sabia disso. No entanto, ele manteve sua postura. Desembainhou sua espada bastarda, que refletiu por um instante a luz do sol, e disse:
- Pelo poder a mim investido, por mérito e berço, és declarado culpado, homem de armas Saemon.
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Voltaram para o solar improvisado, em um silêncio quase mórbido. Ariene não conseguia parar de pensar nos olhos inertes daquele homem, e ainda assim tão intensos. E não conseguia também encarar seu pai. Como se adivinhasse seus pensamentos, Kelvan falou:
- Eu tive que fazer aquilo. Aquele homem cometeu um crime que matou três pais de família. É uma questão de justiça. E você deve acostumar-se com isso, minha filha. Um dia, você tomará conta desse lugar.
O silêncio perdurou até chegarem à casa. Ariene viu o pai dar-lhe as costas e dirigir ordens a alguns homens, e só então conseguiu dizer:
- E quem somos nós para julgar quando tirar a vida de alguém?
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- Ele não carrega o mal no coração. – disse por fim Arienne, e só então percebeu que demorara a tomar sua decisão.
- Preciso lembrar-lhe, minha noiva, que este homem tentou matar você? E foi uma tentativa premeditada? – a voz de Victarion se fez soar. – De acordo com as leis de Tethyr...
- Nós não estamos em Tethyr. – lembrou Vance, que era a favor de deixar o homem vivo.
- E mesmo de acordo com as leis dos homens do mar, traição a esse nível é passível de punição com morte. Arienne, eu negociei sua vida por duzentas moedas...
- Os deuses decidirão. – a jovem disse, e ouvir sua própria voz a deixou mais segura de si. – Se ele aceitar, largue-o no mar. Não estamos tão longe de terra firme, e qualquer provação que passar será o suficiente para que repense suas ações. Se, do contrário, ele perecer, teremos adiado o inevitável. Agora, se me derem licença, vou para os meus aposentos.
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Na manhã seguinte, os homens foram levados para o convés, para receber sua punição diante de todos – o exemplo também era uma ótima forma de coagir os membros de uma tripulação, a capitã lhe explicara. E assim era em qualquer lugar.
Aquele que mentira no intuito de salvar a vida teve uma morte rápida pelas lâminas de Vance. O outro, por sua vez, foi lançado na imensidão do mar, e se sobreviveu ou não a paladina não poderia dizer. No entanto, tinha a sensação de que a justiça, de fato, havia sido feita.
Keywords:
Ariene,
Campanha Tethyr,
Fantasia Medieval,
RPG
7 de ago. de 2008
O arauto
A pequena vila de Zay estava agitada, as pessoas andavam de um lado para o outro naquela tarde. O inverno se fora, e nas próximas semanas muitos produtos seriam comprados e vendidos, algumas caravanas já haviam passado pela vila e até o final da primavera várias outras tinham Zay no seu percurso. Muito havia a ser feito. Por isso, poucos notaram o pequeno halfling subir em um dos bancos da humilde praça da cidade antes de anunciar a plenos pulmões:
Ouçam todos! Ouçam todos! De acordo com o decreto de Lorde Llachior Blackthorn, Duque do Cabo Velen e Lorde Real do Comércio, a partir da próxima semana, as taxas de mercado sobem para 3 donsars ao dia. Atenção, mercadores! O não pagamento da taxa pode resultar na confiscação dos produtos e na cobrança de multas. A medida perdurará por todo período da Colheita e será usada para a contratação de mercenários visando a proteção das cidades e estradas.
Neeb Voz-da-manhã era o nome do pequeno. Ele era um arauto viajante, uma profissão que foi quase extinta durante o período de caos pelo qual o Reino passou. O pequeno Neeb viajava de cidade em cidade, de vila em vila, anunciando os novos decretos e comunicando noticias de longe e era assim que as pessoas comuns sabiam o que estava acontecendo em Tethyr e além.
Poucas pessoas em Zay deram atenção ao halfling, os que o observavam e o ouviam, faziam-no mais por curiosidade e davam-lhe pouca importância, mas Neeb já estava acostumado, na verdade prefiria ignorância à agressividade: alguns mercadores furiosos de Myratma tentaram espancá-lo certa vez quando anunciou aumento de impostos.
Ouçam! Ouçam! As cidades amnianas de Riatavin e Trailstone se rebelaram contra os Reis Mercadores e declararam lealdade à Coroa de Tethyr. Embaixadores foram enviados de Darromar para negociar com Amn, mas os Reis Mercadores não querem negociar, declararam que Tethyr deveria se manter longe das duas cidades. Será isso o prelúdio de uma nova guerra?
Os transeuntes continuavam passando como se alheios ao discurso do halfling, mas a maioria apenas fingia que não ouvira as últimas palavras do arauto. Guerra era uma palavra que eles não queriam ouvir, não depois de terem passados tantos anos a mercê dos tiranos de Ithmong. Teriam sido os dois últimos anos apenas uma ilusão de tempos melhores?
O arauto apenas desceu do banco, acendeu seu cachimbo e partiu para a próxima vila.
Ouçam todos! Ouçam todos! De acordo com o decreto de Lorde Llachior Blackthorn, Duque do Cabo Velen e Lorde Real do Comércio, a partir da próxima semana, as taxas de mercado sobem para 3 donsars ao dia. Atenção, mercadores! O não pagamento da taxa pode resultar na confiscação dos produtos e na cobrança de multas. A medida perdurará por todo período da Colheita e será usada para a contratação de mercenários visando a proteção das cidades e estradas.
Neeb Voz-da-manhã era o nome do pequeno. Ele era um arauto viajante, uma profissão que foi quase extinta durante o período de caos pelo qual o Reino passou. O pequeno Neeb viajava de cidade em cidade, de vila em vila, anunciando os novos decretos e comunicando noticias de longe e era assim que as pessoas comuns sabiam o que estava acontecendo em Tethyr e além.
Poucas pessoas em Zay deram atenção ao halfling, os que o observavam e o ouviam, faziam-no mais por curiosidade e davam-lhe pouca importância, mas Neeb já estava acostumado, na verdade prefiria ignorância à agressividade: alguns mercadores furiosos de Myratma tentaram espancá-lo certa vez quando anunciou aumento de impostos.
Ouçam! Ouçam! As cidades amnianas de Riatavin e Trailstone se rebelaram contra os Reis Mercadores e declararam lealdade à Coroa de Tethyr. Embaixadores foram enviados de Darromar para negociar com Amn, mas os Reis Mercadores não querem negociar, declararam que Tethyr deveria se manter longe das duas cidades. Será isso o prelúdio de uma nova guerra?
Os transeuntes continuavam passando como se alheios ao discurso do halfling, mas a maioria apenas fingia que não ouvira as últimas palavras do arauto. Guerra era uma palavra que eles não queriam ouvir, não depois de terem passados tantos anos a mercê dos tiranos de Ithmong. Teriam sido os dois últimos anos apenas uma ilusão de tempos melhores?
O arauto apenas desceu do banco, acendeu seu cachimbo e partiu para a próxima vila.
Keywords:
Campanha Tethyr,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
RPG
28 de jul. de 2008
Disciplina
Ragorth caminhou a passos hesitantes em direção à pequena gruta. Olhou para o céu poente, certo de que não teria uma agradável noite de sono, e entrou. A gruta era ocupada por seu senhor, alguém a quem Ragorth temia, respeitava e admirava incondicionalmente. Não havia nenhuma iluminação dentro, mas nenhum dos dois precisava de luz para enxergar. Assim que avistou o dono da gruta em seu assento de pedra, Ragorth se postou de joelhos.
- Traz-me notícias, tenente? - a voz reverberou na escuridão da gruta.
- Si-sim, meu senhor.
- Assumo que os seus homens já lidaram com os gnolls, estou certo?
- Sim, meu senhor. Os gnolls não serão mais problema.
- Não, os gnolls não, mas algo mais será, não é mesmo?
A insinuação atingiu o tenente Ragorth como uma flecha, por um instante ele sentiu uma vertigem se apoderá de seus sentidos, mas sabia que mesmo trazendo más notícias ele não podia hesitar, não podia demonstrar fraqueza. Demorou apenas um instante para se recobrar e responder:
- Tivemos problemas, meu senhor. Um grupo de viajantes, certamente mercenários ou aventureiros, atravessou a região e matou meia dúzia dos nossos batedores. Eles rumaram para...
- Deixe-me ver se entendi direito: esses viajantes passaram por nossos domínios, mataram alguns de seus homens e saíram ilesos. Foi isso que aconteceu, tenente? - a calma inabalável em suas palavras apenas deixava Ragorth mais temeroso.
- T-temo que sim, meu senhor.
- Algum de seus homens foi levado como prisioneiro?
- Não, meu senhor.
A figura levantou subitamente de seu assento e avançou com sua mão pesada no pescoço do tenente. Uma manopla de aço apertou-lhe a garganta com uma força sobre-humana. Ragorth tentava inutilmente respirar quando foi arremessado ao chão. Depois, uma pesada bota metálica começou a atingir violenta e sucessivamente o seu rosto, quebrando o seu nariz e cobrindo os seus olhos de sangue. O tenente já não conseguia mais ver o mundo ao seu redor. Quando achou que a dor não poderia piorar, ouviu o seu senhor tirar o chicote preso ao cinto.
As chibatas vieram fortes e contínuas. Para Ragorth, parecia que, a cada golpe, uma dúzia de lanças perfurava a sua pele. Depois do que pareceu uma eternidade sob açoite, as chicotadas cessaram. O tenente não acreditou que estava vivo. Seu corpo estava em brasas e a dor mal permitia que ele se mexesse. Seu senhor ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar.
- Venha, irmão, erga-se. - falou imponente a figura ajudando Ragorth a ficar de pé.
O tenente estendeu o braço e fez um esforço imenso para conseguir levantar.
- O sacerdote Farruk pode ajudá-lo com seus ferimentos... amanhã e apenas amanhã.
Ragorth fez um leve aceno com a cabeça. Queria procurar o sacerdote imediatamente, mas sabia que desobedecer o seu senhor traria consequências bem piores do que as chicotadas que sofreu hoje.
- Tome, levo-o. - falou a Ragorth entregando-lhe o chicote - Seus homens precisam de disciplina.
- Traz-me notícias, tenente? - a voz reverberou na escuridão da gruta.
- Si-sim, meu senhor.
- Assumo que os seus homens já lidaram com os gnolls, estou certo?
- Sim, meu senhor. Os gnolls não serão mais problema.
- Não, os gnolls não, mas algo mais será, não é mesmo?
A insinuação atingiu o tenente Ragorth como uma flecha, por um instante ele sentiu uma vertigem se apoderá de seus sentidos, mas sabia que mesmo trazendo más notícias ele não podia hesitar, não podia demonstrar fraqueza. Demorou apenas um instante para se recobrar e responder:
- Tivemos problemas, meu senhor. Um grupo de viajantes, certamente mercenários ou aventureiros, atravessou a região e matou meia dúzia dos nossos batedores. Eles rumaram para...
- Deixe-me ver se entendi direito: esses viajantes passaram por nossos domínios, mataram alguns de seus homens e saíram ilesos. Foi isso que aconteceu, tenente? - a calma inabalável em suas palavras apenas deixava Ragorth mais temeroso.
- T-temo que sim, meu senhor.
- Algum de seus homens foi levado como prisioneiro?
- Não, meu senhor.
A figura levantou subitamente de seu assento e avançou com sua mão pesada no pescoço do tenente. Uma manopla de aço apertou-lhe a garganta com uma força sobre-humana. Ragorth tentava inutilmente respirar quando foi arremessado ao chão. Depois, uma pesada bota metálica começou a atingir violenta e sucessivamente o seu rosto, quebrando o seu nariz e cobrindo os seus olhos de sangue. O tenente já não conseguia mais ver o mundo ao seu redor. Quando achou que a dor não poderia piorar, ouviu o seu senhor tirar o chicote preso ao cinto.
As chibatas vieram fortes e contínuas. Para Ragorth, parecia que, a cada golpe, uma dúzia de lanças perfurava a sua pele. Depois do que pareceu uma eternidade sob açoite, as chicotadas cessaram. O tenente não acreditou que estava vivo. Seu corpo estava em brasas e a dor mal permitia que ele se mexesse. Seu senhor ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar.
- Venha, irmão, erga-se. - falou imponente a figura ajudando Ragorth a ficar de pé.
O tenente estendeu o braço e fez um esforço imenso para conseguir levantar.
- O sacerdote Farruk pode ajudá-lo com seus ferimentos... amanhã e apenas amanhã.
Ragorth fez um leve aceno com a cabeça. Queria procurar o sacerdote imediatamente, mas sabia que desobedecer o seu senhor traria consequências bem piores do que as chicotadas que sofreu hoje.
- Tome, levo-o. - falou a Ragorth entregando-lhe o chicote - Seus homens precisam de disciplina.
Keywords:
Campanha Tethyr,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
RPG
24 de fev. de 2008
A Profecia da Chama Eterna
Uma vez mais a Chama Branca será acesa
O fogo que tudo queima será o prelúdio de uma nova era
A terra, a água e o ar se curvarão diante da chama alva
Suas labaredas queimarão as trevas, o caos e mesmo o fogo impuro
Quando isso acontecer, nascerá Alashtah,
O fogo que não se apaga, a chama imortal
O mundo, então, arderá
E mesmo as sombras derreterão
Terá surgido um novo tempo,
A Era do Fogo
O fogo que tudo queima será o prelúdio de uma nova era
A terra, a água e o ar se curvarão diante da chama alva
Suas labaredas queimarão as trevas, o caos e mesmo o fogo impuro
Quando isso acontecer, nascerá Alashtah,
O fogo que não se apaga, a chama imortal
O mundo, então, arderá
E mesmo as sombras derreterão
Terá surgido um novo tempo,
A Era do Fogo
5 de nov. de 2007
A Queda do Dragão
O dragão finalmente cai. Seu corpo é arrastado até a superfície da lagoa, como se as próprias águas de seu covil rejeitassem sua presença maligna. Instantes de silêncio cobrem o local, interrompidos apenas pela respiração ofegante dos heróis. De repente, um raio de luz parece atravessar a rocha sólida e chega ao lugar. Ele anuncia: o inverno chegou ao fim. De toda Faerûn, é ali - em meio a escuridão traiçoeira e entre fungos e musgos - que desabrocha a primeira flor da primavera. Suas pétalas brancas irradiam uma beleza incomparável, como se todos os deuses bondosos tivessem sorrido naquele exato momento e sussurrassem aos heróis: "Bom trabalho".
São com essas palavras que essa história será contada - em prosa e em verso - durante muitos anos. "A Queda do Dragão" alguns chamarão, outros de "A Libertação dos Picos do Trovão" e por muitos outros nomes ela será conhecida. Muitas versões surgirão, mas esse trecho o tempo pouco mudará. Até que séculos tenham se passado e a história vire lenda, a lenda vire mito e o mito se dissolva na memória dos mais velhos...
______________________________________________
*Esse texto narra uma cena importante da campanha que mestro em Forgotten Realms.
*Depois de meses espalhando terror e tirania entre as vilas de bárbaros que habitam os Picos do Trovão, o imperador dragão Mgnorthrond é finalmente derrotado por um grupo de heróis. Mas isso é apenas um trecho de uma história bem maior, que está escrita numa linguagem secreta em pergaminhos antigos...
São com essas palavras que essa história será contada - em prosa e em verso - durante muitos anos. "A Queda do Dragão" alguns chamarão, outros de "A Libertação dos Picos do Trovão" e por muitos outros nomes ela será conhecida. Muitas versões surgirão, mas esse trecho o tempo pouco mudará. Até que séculos tenham se passado e a história vire lenda, a lenda vire mito e o mito se dissolva na memória dos mais velhos...
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*Esse texto narra uma cena importante da campanha que mestro em Forgotten Realms.
*Depois de meses espalhando terror e tirania entre as vilas de bárbaros que habitam os Picos do Trovão, o imperador dragão Mgnorthrond é finalmente derrotado por um grupo de heróis. Mas isso é apenas um trecho de uma história bem maior, que está escrita numa linguagem secreta em pergaminhos antigos...
18 de set. de 2007
Mal-entendido
E lá estavam os amigos sentados à mesa. Muitas e muitas sessões os levaram àquela ocasião. Seus personagens finalmente iriam enfrentar o cruel e terrível dragão. Não seria fácil derrotá-lo, eles precisavam pensar como realizariam tamanho feito.
Jogador 1: E aí, como a gente vai fazer pra matar ele?
Jogador 2: Por mim, eu pego um machado e enfio no buxo dele com toda porra!
Jogador 1: Eu prefiro esperar ele dormir, daí vou até ele em silêncio e corto a garganta dele!
Jogador 2: E você, "Jogador 3", o que sugere?
O Jogador 3 estava parado, pensativo, com o olhar distante... girava um dado entre os dedos.
- Eu posso invocar... demônios. - respondeu finalmente o Jogador 3.
Mas é claro que a velhinha que passou naquele instante com o seu netinho de 6 anos sabia que se tratava de um jogo saudável, educativo, que incentivava a imaginação e nada mais. É óbvio que em nenhum momento ela veio a pensar que eles eram loucos ou que cultuavam o diabo. Claro que não! Que motivos ela teria para isso?
______________________________________________
*qualquer semelhança com a realidade é mero plágio.
*infelizmente as histórias de Cristoph vão ficar de molho por algum tempo, não tou tendo tempo para escrevê-las. sorry, guys.
*como o layout do blog tava todo cagado, então mudei temporariamente pra esse novo aqui. agradecimentos ao leitor Thiago, que entrou em contato conosco, avisando sobre o problema. valeu, Thiago!
Jogador 1: E aí, como a gente vai fazer pra matar ele?
Jogador 2: Por mim, eu pego um machado e enfio no buxo dele com toda porra!
Jogador 1: Eu prefiro esperar ele dormir, daí vou até ele em silêncio e corto a garganta dele!
Jogador 2: E você, "Jogador 3", o que sugere?
O Jogador 3 estava parado, pensativo, com o olhar distante... girava um dado entre os dedos.
- Eu posso invocar... demônios. - respondeu finalmente o Jogador 3.
Mas é claro que a velhinha que passou naquele instante com o seu netinho de 6 anos sabia que se tratava de um jogo saudável, educativo, que incentivava a imaginação e nada mais. É óbvio que em nenhum momento ela veio a pensar que eles eram loucos ou que cultuavam o diabo. Claro que não! Que motivos ela teria para isso?
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*qualquer semelhança com a realidade é mero plágio.
*infelizmente as histórias de Cristoph vão ficar de molho por algum tempo, não tou tendo tempo para escrevê-las. sorry, guys.
*como o layout do blog tava todo cagado, então mudei temporariamente pra esse novo aqui. agradecimentos ao leitor Thiago, que entrou em contato conosco, avisando sobre o problema. valeu, Thiago!
19 de jan. de 2007
A Taverna do Orc Manco
Olá! Entre, entre, entre. Seja bem-vindo à Taverna do Orc Manco. Nunca vi sua cara por aqui, ´cê é novo na cidade? Ah, um viajante cansado? Veio pro canto certo. Minha taverna é um lugar onde ´cê pode encontrar todo tipo de gente, tomar uma boa cerveja e ouvir boas estórias.
Pensando em abrir um negócio por essas bandas, hein? Hah! Lajedo é um canto cheio de oportunidades, mesmo. Senta aí, vou mandar a Gillian trazer uma cerveja pr´ocê. Antes que eu me esqueça, meu nome é Gronmir... A propósito, ´cê tem algum cobre aí, né? Eu posso até ser um orc gentil, mas não sou um orc trouxa!
_______________________________________________
Apresento-lhes a Taverna do Orc Manco, um lugar importante de uma saudosa campanha de AD&D mestrada por mim. *suspiro*. Pretendo postar algumas estórias contadas na taverna de agora em diante, lembrando fatos ligados ou não com a campanha. Tentarei fazer isso mensalmente. Tenho certeza de que pelo menos duas pessoas ficarão satisfeitas em recordar esse ambiente agradável. =D
Pensando em abrir um negócio por essas bandas, hein? Hah! Lajedo é um canto cheio de oportunidades, mesmo. Senta aí, vou mandar a Gillian trazer uma cerveja pr´ocê. Antes que eu me esqueça, meu nome é Gronmir... A propósito, ´cê tem algum cobre aí, né? Eu posso até ser um orc gentil, mas não sou um orc trouxa!
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Apresento-lhes a Taverna do Orc Manco, um lugar importante de uma saudosa campanha de AD&D mestrada por mim. *suspiro*. Pretendo postar algumas estórias contadas na taverna de agora em diante, lembrando fatos ligados ou não com a campanha. Tentarei fazer isso mensalmente. Tenho certeza de que pelo menos duas pessoas ficarão satisfeitas em recordar esse ambiente agradável. =D
25 de dez. de 2006
A história do Príncipe Corran
Eu sou o quinto regente de minha família. Nossa linhagem foi breve. Nenhuma outra família real governou Tholatin por menos que sete gerações. Mas a minha família é uma das mais antigas, acredito que a última realmente nobre do planeta. Chegamos aqui pouco depois dos verdadeiros fundadores, os Alloth´In, e nossas relações foram amigáveis por séculos.
Tholatin costumava ser governada por um Conselho Real, formado pelo Holl e por seus filhos. Havia também a Assembléia dos Anciões que resolvia questões mais corriqueiras e, às vezes era consultada pelo Conselho. Nossa família, contudo, não pôde continuar essa tradição. Pouco depois de o primeiro de minha casa assumir o título de Holl, ele sofreu um terrível atentado: foi vítima de um potente veneno, que não tirou-lhe a vida, mas deixou-lhe praticamente estéril.
E essa tem sido a sina de nossa linhagem por essas cinco gerações. Todos os meus antecessores só conseguiram gerar 1 filho durante toda a vida, dessa forma nossa linhagem perdurou. Meu pai, contudo, conseguiu fazer o que parecia impossível, deu origem a dois filhos, eu e... meu irmão.
Meu irmão, sendo o mais velho, foi preparado desde criança para se tornar o novo regente de Tholatin. Meu nascimento, anos mais tarde, foi considerado uma benção, um sinal de que nossa linhagem continuaria por muitos séculos. Não havia dúvida, no entanto, de que meu irmão Dorran seria o novo regente. Ele era o mais velho, tinha esse direito, e já estava sendo preparado desde muito pequeno. Além do mais, eu nunca tive vontade de assumir a regência de Tholatin. Desde cedo, meu interesse era a ciência...
Com dez anos, meu pai ajudou a realizar meu sonho: estudar na Academia Galática de Bio-Engenharia, em Mon Calamari. Lá passei longos anos estudando. Me dedicando a que eu acreditava ser meu destino... Mas não era. Pouco depois de eu completar meus 16 anos, uma imensa tragédia abateu-se sobre minha família. Vítima de uma grave doença, meu pai veio a falecer. Semanas depois, meu irmão teve o mesmo destino. A perda foi... incalculável.
Voltei a Tholatin e larguei meus estudos. Eu, obviamente, tinha o direito à regência, mas nenhum treinamento para tal. Difíceis foram os anos seguintes. Muitos "grandes amigos de minha família" ofereceram os seus conselhos. Aproveitadores, em sua maioria. Mas contei com a ajuda de alguns amigos verdadeiros. Ou assim eu pensava...
______________________________________________
*um dos npcs da campanha de Star Wars. ^^
Tholatin costumava ser governada por um Conselho Real, formado pelo Holl e por seus filhos. Havia também a Assembléia dos Anciões que resolvia questões mais corriqueiras e, às vezes era consultada pelo Conselho. Nossa família, contudo, não pôde continuar essa tradição. Pouco depois de o primeiro de minha casa assumir o título de Holl, ele sofreu um terrível atentado: foi vítima de um potente veneno, que não tirou-lhe a vida, mas deixou-lhe praticamente estéril.
E essa tem sido a sina de nossa linhagem por essas cinco gerações. Todos os meus antecessores só conseguiram gerar 1 filho durante toda a vida, dessa forma nossa linhagem perdurou. Meu pai, contudo, conseguiu fazer o que parecia impossível, deu origem a dois filhos, eu e... meu irmão.
Meu irmão, sendo o mais velho, foi preparado desde criança para se tornar o novo regente de Tholatin. Meu nascimento, anos mais tarde, foi considerado uma benção, um sinal de que nossa linhagem continuaria por muitos séculos. Não havia dúvida, no entanto, de que meu irmão Dorran seria o novo regente. Ele era o mais velho, tinha esse direito, e já estava sendo preparado desde muito pequeno. Além do mais, eu nunca tive vontade de assumir a regência de Tholatin. Desde cedo, meu interesse era a ciência...
Com dez anos, meu pai ajudou a realizar meu sonho: estudar na Academia Galática de Bio-Engenharia, em Mon Calamari. Lá passei longos anos estudando. Me dedicando a que eu acreditava ser meu destino... Mas não era. Pouco depois de eu completar meus 16 anos, uma imensa tragédia abateu-se sobre minha família. Vítima de uma grave doença, meu pai veio a falecer. Semanas depois, meu irmão teve o mesmo destino. A perda foi... incalculável.
Voltei a Tholatin e larguei meus estudos. Eu, obviamente, tinha o direito à regência, mas nenhum treinamento para tal. Difíceis foram os anos seguintes. Muitos "grandes amigos de minha família" ofereceram os seus conselhos. Aproveitadores, em sua maioria. Mas contei com a ajuda de alguns amigos verdadeiros. Ou assim eu pensava...
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*um dos npcs da campanha de Star Wars. ^^
26 de nov. de 2006
Os Flambos Vermelhos
Os Flambos Vermelhos foi criado por meu antecessor cerca de duas décadas antes da formação do Império. Seu fundador era um oficial aposentado da República. O grupo tinha o objetivo inicial de servir como uma força militar secundária em alguns setores do Anel Intermediário e Exterior.
Um dos primeiros feitos notáveis dos Flambos foi descobrir e avisar à Coruscant sobre o Bloqueio imposto pela Federação do Comércio ao planeta Naboo. Apesar disso, quando o Supremo Chanceler Valorum descobriu a respeito do grupo, ele quis extingui-lo. Disse que a existência de tal organização feria os sentimentos primordiais da República. Passamos a atuar de forma não-oficial e de maneira mais discreta.
Inicialmente o grupo era formado principalmente por batedores, espiões e informantes. Mas, com o início das Guerras Clônicas, foi necessário que os Flambos realizassem - também - outros tipos de missões. Se associaram ao grupo: ex-soldados da República, mercenários, caçadores de recompensa, ex-escravos...
Quando Palpatine assumiu o título de Supremo Chanceler, nosso grupo cresceu e ganhou mais liberdade. Atuamos em vários sistemas de modo a desestabilizar a influência dos Separatistas nos planetas em que haviam tomado. Já nos últimos dias da República, durante uma grande batalha, um cruzador abatido colidiu com nossa principal base de operações. Destruindo quase todos os nossos equipamentos e... *respira fundo* nossos principais homens.
Restamos poucos após o incidente e - com o fim da República - nós quase fomos extintos também. Mas - agora sob minha liderança - o bando sobreviveu. Com a criação do Império, nossa atuação ficou totalmente restrita aos setores mais periféricos da Galáxia. Utilizamos o conhecimento e experiência adquiridos para sobrevivermos nesses novos tempos...
- Mannalius Vorusk, líder dos Flambos Vermelhos
_____________________________________________________
Os flambos são aves de rapina nativas do planeta Rodia. Predadores habilidosos e versáteis. Caçam vários mamíferos no inverno e na primavera, peixes no verão e outras aves no outono. Com garras afiadas e excelente visão, essas aves são temidas nos mais deiversos ambientes.
Dentre as várias espécies de flambos, uma se destaca: os flambos vermelhos. Apesar de ser menor que as demais espécies, os vermelhos são mais rápidos e ferozes, caçando até outros flambos. Era de se esperar que um caçador tão temível reinasse as selvas de Rodia, mas - na verdade - essas aves estão quase extintas. Elas são caçadas por predadores ainda mais temíveis: os rodians.
_____________________________________________________
*Tá aí, esses são os Flambos Vermelhos, um grupo de "mercenários"
que realiza "serviços legais e semilegais" por preços "justos"
(e viva as aspas! \o/)
*Mas isso vai mudar, muito em breve...
Um dos primeiros feitos notáveis dos Flambos foi descobrir e avisar à Coruscant sobre o Bloqueio imposto pela Federação do Comércio ao planeta Naboo. Apesar disso, quando o Supremo Chanceler Valorum descobriu a respeito do grupo, ele quis extingui-lo. Disse que a existência de tal organização feria os sentimentos primordiais da República. Passamos a atuar de forma não-oficial e de maneira mais discreta.
Inicialmente o grupo era formado principalmente por batedores, espiões e informantes. Mas, com o início das Guerras Clônicas, foi necessário que os Flambos realizassem - também - outros tipos de missões. Se associaram ao grupo: ex-soldados da República, mercenários, caçadores de recompensa, ex-escravos...
Quando Palpatine assumiu o título de Supremo Chanceler, nosso grupo cresceu e ganhou mais liberdade. Atuamos em vários sistemas de modo a desestabilizar a influência dos Separatistas nos planetas em que haviam tomado. Já nos últimos dias da República, durante uma grande batalha, um cruzador abatido colidiu com nossa principal base de operações. Destruindo quase todos os nossos equipamentos e... *respira fundo* nossos principais homens.
Restamos poucos após o incidente e - com o fim da República - nós quase fomos extintos também. Mas - agora sob minha liderança - o bando sobreviveu. Com a criação do Império, nossa atuação ficou totalmente restrita aos setores mais periféricos da Galáxia. Utilizamos o conhecimento e experiência adquiridos para sobrevivermos nesses novos tempos...
- Mannalius Vorusk, líder dos Flambos Vermelhos
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Os flambos são aves de rapina nativas do planeta Rodia. Predadores habilidosos e versáteis. Caçam vários mamíferos no inverno e na primavera, peixes no verão e outras aves no outono. Com garras afiadas e excelente visão, essas aves são temidas nos mais deiversos ambientes.
Dentre as várias espécies de flambos, uma se destaca: os flambos vermelhos. Apesar de ser menor que as demais espécies, os vermelhos são mais rápidos e ferozes, caçando até outros flambos. Era de se esperar que um caçador tão temível reinasse as selvas de Rodia, mas - na verdade - essas aves estão quase extintas. Elas são caçadas por predadores ainda mais temíveis: os rodians.
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*Tá aí, esses são os Flambos Vermelhos, um grupo de "mercenários"
que realiza "serviços legais e semilegais" por preços "justos"
(e viva as aspas! \o/)
*Mas isso vai mudar, muito em breve...
25 de nov. de 2006
Episódio 3,5?
13 anos se passaram desde o fim das Guerras Clônicas.
Os Separatistas foram derrotados e a insurreição do Conselho Jedi detida.
Enfraquecida, devastada e corrompida, a Velha Repúlica ruiu.
Sobre suas cinzas, foi construído o Império Galático.
Nesses 13 anos, o Império cresceu em poder e influência.
Planetas inteiros foram tomados por suas esquadras
e transformados em Colônias Imperiais.
Outros tiveram seus antigos governantes depostos
e substituídos por marionetes do Império.
Nesse tempo sombrio, a sobrevivência é uma luta diária.
Espécies alienígenas são perseguidas e escravizadas.
A influência tirânica do Imperador pode ser sentida
mesmo nos mais distantes sistemas da Galáxia.
Cada vez mais frequente, contudo, são os rumores
sobre a formação de uma força rebelde capaz
de combater o Império...
_________________________________________________
*Não tão épico como eu gostaria, mas dá pro gasto! =D
*Esse é um prólogo ou prefácio, índice, sumário...(sei lá como se chama!)
da campanha de Star Wars que estou mestrando. A história começa em 6BBY
(6 anos antes da batalha de Yavin - Episódio IV)
e sabe-se lá até quando vai... XD
*Pretendo postar mais aqui sobre a campanha, mostrando histórias dos
personagens dos jogadores ou secundários, "logs" de sessões ou
o que der na telha. É isso aê. Falow.
May the Force be with you all.
Os Separatistas foram derrotados e a insurreição do Conselho Jedi detida.
Enfraquecida, devastada e corrompida, a Velha Repúlica ruiu.
Sobre suas cinzas, foi construído o Império Galático.
Nesses 13 anos, o Império cresceu em poder e influência.
Planetas inteiros foram tomados por suas esquadras
e transformados em Colônias Imperiais.
Outros tiveram seus antigos governantes depostos
e substituídos por marionetes do Império.
Nesse tempo sombrio, a sobrevivência é uma luta diária.
Espécies alienígenas são perseguidas e escravizadas.
A influência tirânica do Imperador pode ser sentida
mesmo nos mais distantes sistemas da Galáxia.
Cada vez mais frequente, contudo, são os rumores
sobre a formação de uma força rebelde capaz
de combater o Império...
_________________________________________________
*Não tão épico como eu gostaria, mas dá pro gasto! =D
*Esse é um prólogo ou prefácio, índice, sumário...(sei lá como se chama!)
da campanha de Star Wars que estou mestrando. A história começa em 6BBY
(6 anos antes da batalha de Yavin - Episódio IV)
e sabe-se lá até quando vai... XD
*Pretendo postar mais aqui sobre a campanha, mostrando histórias dos
personagens dos jogadores ou secundários, "logs" de sessões ou
o que der na telha. É isso aê. Falow.
May the Force be with you all.
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