O clangor de aço reverberava pelo ar. Centenas de forjas estavam acesas, os martelos batiam e batiam como instrumentos de uma sinfonia demoníaca. Uma fumaça escura subia aos céus e fuligem cobria os rostos dos ferreiros. O cheiro de suor e cinzas impregnava a Cidadela. Estava quente, muito quente, como se um portão para os Nove Infernos tivesse sido aberto em meio àquelas montanhas geladas.
O rei caminhava pelas vielas da cidade, queria constatar pessoalmente o cumprimento de suas ordens. Muitos de seu próprio povo e mais centenas de escravos trabalhavam até a exaustão, muitas vezes sob chicotadas. Em alguns pontos, corpos mutilados eram exibidos para mostrar o destino daqueles que não executaram suas tarefas apropriadamente.
O sol começava a se esconder no oeste distante quando um mensageiro aproximou-se do rei e disse:
- Meu senhor, Lorog acaba de retornar à Cidadela.
- Ótimo. – respondeu Obould satisfeito – Traga-a até mim.
- Não será necessário, meu senhor. – disse uma voz perto deles – aqui estou.
Mesmo o rei Obould ainda se surpreendia com as aparições de Lorog, a negra. Ela era uma fêmea alta e corpulenta, mas se movimentava de forma silenciosa sob suas vestes escuras. Dotada de uma mente arguta e versada nas artes da feitiçaria, tornara-se a principal conselheira do rei e a líder espiritual do Forte da Flecha Negra.
- Que notícias traz de Scrauth? – perguntou abruptamente o rei.
- Lamento informar, meu senhor, mas seu filho reuniu os soldados que tinha e rumou para o sul, em direção ao Salão de Mitral.
- Insolente! – esbravejou Obould – Como ousa desobedecer minhas ordens!?
- As informações que obtive indicam que Scrauth havia descoberto um caminho secreto até o Salão de Mitral através da face leste das montanhas.
- Tolo, só vai conseguir a própria morte e a dos seus subordinados com essa atitude impensada.
- Meu senhor, – disse Lorog após um instante de silêncio – aceite meu conselho: ataque o Salão de Mitral pelo oeste. A investida de Scrauth não tem chance de tomar a cidade dos anões, mas pode prover a distração necessária para o senhor esmagar os desgraçados com sua força principal. Conceda-me não mais que 100 homens e eu serei capaz de proteger o Forte da Flecha Negra contra possíveis ataques das tribos do oeste.
Obould sorriu por um instante, depois olhou para a fêmea e respondeu:
- Não, Lorog. As tribos do oeste não são mais uma ameaça. Numath e os gigantes já lidaram com eles.
A fêmea ficou visivelmente surpresa com a notícia.
- Araug liderará o ataque ao Salão de Mitral – continuou Obould – e você irá com ele. Se meus filhos estão ansiosos em matar anões e pilhar seus tesouros, não posso negar isso a eles. Mas você proverá Araug com conselhos e feitiços.
- Como quiser, meu senhor.
- A queda de Bruenor e de sua cidade não passará despercebida. Logo Lua Argêntea mandará reforços, e eu estarei esperando.
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- Continuação desse aqui.
- Se a inspiração surgir, escreverei um pouco sobre cada um dos líderes orcs envolvidos na história. Ah, e talvez sobre os PJs também. =P
5 comentários:
Aê!!!! Fala sobre os PJ's!!!!!!
Massa geral. =] O pau vai comer, heuheuheuehuehe. xD
Só uma sugestão: Se meus filhos estão ansiosos em matar anões e pilhar seus tesouros, não posso negar isso a eles. Eu usaria "negar-lhes", menor e soa bem. Anyway, só por sugestão mesmo.
Quando a preguiça deixa eu ler esses textos eu sempre me sinto bem, muitas imagens se formam, eu ganho mais idéias (perdeu o acento?) e tento melhorar algumas coisas na interpretação do meu personagem, mas estou com medo de Obould.:(
Puff aquele fracote de nivel 7?? fala serio...
Ele passou por um curso preparatório para poder entrar na minha campanha. xD
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