O brilho brando de Istrahlia contrastava ferozmente com a pele negra dos oito drows que se encontravam na caverna. Os elfos negros estavam sentados em confortáveis assentos ao redor de uma grande mesa de pedra. Eles discutiam assuntos menores e lançavam proteções mágicas no local enquanto esperavam o batedor voltar.
Kelnozz, um espião talentoso e espadachim mortífero, supostamente estava verificando se alguém poderia ter seguido os vhaeraunitas até o local do conclave. Os nove eram os maiores servos do deus Vhaeraun, uma das poucas divindades drow que ousava se opôr à posição dominante de Lolth; sem dúvida, as sacerdotisas da Rainha Aranha adorariam descobrir onde eles eles estavam reunidas e assassiná-los em nome de sua deusa.
Não demorou muito tempo até Kelnozz aparecer à entrada da caverna e anunciar:
- O humano está aqui.
Os outros drows se entreolharam confusos.
- Mande-o entrar, Kelnozz. - ordenou Malaggar, o mais velho e respeitado dos nove.
Poucos instantes depois, os conselheiros ouviram passos de botas pesadas e algo sendo arrastado pela rocha fria. Não demorou a surgir uma figura na gruta arrastando algo grande e pesado pelo chão. O homem era alto e exibia grande vigor físico, possuía um bigode espesso e longos cabelos ruivos. Ele vestia uma armadura decorada com temas de morte e carregava uma maça pesada presa ao cinto. Seus olhos brilhavam com astúcia.
- Mas quem é... - começou a questionar um dos elfos negros. O recém-chegado, no entanto, não permitiu que o drow terminasse sua pergunta:
- Fzoul Chembryl. Sumo sacerdote de Bane e Alto Lorde dos Zhentarim. - falou o recém-chegado, demonstrando claro domínio do idioma dos drows.
Os vhaeraunitas ficaram em silêncio por alguns instantes, surpresos com a firmeza com que o humano se apresentou diante deles.
- Líder dos Zhentarim? - questionou o mago Vyltar em um tom levemente irônico - Achei que esse título pertencesse a seu aliado, o mago Manshoon.
Fzoul, então, ergueu o prisioneiro puxando-o pelos cabelos negros. O homem - que aparentava cerca de 30 anos - estava num estado miserável. Seu outrora elegante robe negro estava rasgado em vários pontos e manchado de sangue seco. Um de seus olhos estava completamente fechado devido a hematomas. Filetes de sangue ainda escorriam de seu nariz e de sua boca. Todo o seu corpo parecia ter sido vítima de inúmeras pancadas. Seus braços estavam presos às costas por correntes.
- Manshoon? - falou o sacerdote de Bane. Todo seu. - concluiu Fzoul jogando o prisioneiro, que caiu de cara no chão próximo, ao mago drow.
O homem estremeceu ao cair e soltou um guincho esquisito de dor. Com enorme esforço, pôs-se de joelhos e tossiu mais sangue. Vyltar observou por alguns segundos o rosto sujo e desfigurado do miserável aos seus pés e então perguntou desconfiado:
- Ora, todos sabem que Manshoon é um mago poderoso. Se este homem diante de mim era mesmo o líder dos Zhentarim, por que ele não tentou usar um de seus feitiços para fugir de você, clérigo de Bane? Afinal, você veio trazendo ele por um longo caminho até chegar a Istrahlia e ele nem mesmo está amordaçado.
Fzoul sorriu malevolamente ao ouvir a pergunta e então respondeu calmamente:
- Não era necessário. Ele não pode falar.
E dizendo essas palavras, o sacerdote de Bane retirou um pequeno objeto de um saco de couro sujo que estava preso ao seu cinto. Ergueu a mão para que todos pudessem ver o que parecia ser um pequeno músculo ensaguentado.
Incrédulo, o mago drow olhou de Fzoul ao prisioneiro e, então, abriu a boca do miserável aos seus pés e constatou que ele não tinha mais língua.
O sacerdote drow Mallagar, que esteve observando a cena com um sorriso nos lábios, finalmente levantou de sua poltrona esculpida na pedra e disse:
- Já basta, Ryltar! Eu não teria convidado Fzoul para o nosso conclave se ele não fosse quem ele clama ser. Tenho plena confiança nas habilidades de meus informantes na superfície.
- Estou ansioso para ouvir o que tem a me falar, drow. - disse Fzoul.
Nós, vhaeraunitas, há muito tempo temos interesse em abandonar o subterrâneo e conquistar nosso próprios territórios na superfície - deixando as sacerdotisas vadias de Lolth se destruírem em suas guerras estúpidas. Existe uma região em especial na superfície que poderíamos chamar de lar mais do que qualquer caverna de Underdark, pois de lá veio o nosso povo. Lá, sobre as cinzas dos reinos élficos de outrora, onde hoje cresce a "Floresta da Fronteira" - como vocês a chamam - lá, pretendemos contruir nosso reino.
Fzoul sorriu levemente ao ouvir o sacerdote drow revelar a região que pretendia conquistar.
Sabemos, contudo, que a região está sob os olhos cobiçosos dos Zhentarim. Como nunca foi nosso interesse lutar contra a Fortaleza Negra, tentei convencer Manshoon de que tínhamos mais a ganhar como aliados do que como inimigos. Mas esse tolo e aquele discípulo dele, Sememon, recusaram.
- E agora que o comando da Rede Negra mudou de mãos, você resolveu tentar novamente uma aliança com os Zhentarim - concluiu Fzoul.
- Exatamente - respondeu Mallagar -. E pelo gentil símbolo de boa vontade que você nos trouxe - falou o sacerdote apontando pra Manshoon -... acredito que esteja mais suscetível ao diálogo do que o seu antecessor.
- Não tenha dúvida, amigo - respondeu o sacerdote de Bane -. Posso em poucos dias mobilizar um grande exército a partir da Fortaleza Negra e ajudá-los a conquistar a região da Floresta da Fronteira. Mas, o que vocês me ofereceriam em troca?
Mallagar encarou Fzoul por alguns segundos - um leve sorriso se esboçava em seus lábios - e então disse serenamente:
- Cormyr.
______________________________________________
*Como fica claro pelo título, é a continuação de "Rede de Intrigas - Parte um" (veja aqui), post que escrevi a quase um ano e nunca tinha conseguido fazer a continuação. Não acho que a parte dois tenha ficado muito legal, mas eu precisava escrevê-la para que se possa entender a "parte 3" - que aliás já está escrita a muito tempo. Juntos, esses três textos explicam parte do plot de uma campanha de D&D que eu comecei a mestrar, mas não deu certo. =\
*Quanto ao layout: estamos temporariamente voltando às origens. =]
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30 de set. de 2007
18 de jul. de 2007
Fugindo do Inferno
Os passos ecoavam ruidosamente por longos metros. Ela sabia que o barulho poderia atrair dezenas de ameaças naqueles túneis, mas nenhum perigo poderia ser maior do que aquele do qual estava fugindo. Fazia horas que corria sem parar. A fadiga ameaçara roubar-lhe a consciência mais de uma vez, mas ela resistira até aquele instante.
As passadas pararam abruptamente. A fugitiva encontrara uma pequena gruta, havia alguma água lá dentro. Bebeu um pouco, mas ela logo foi tomada pelo cansaço. Engolido pela escuridão, seu corpo caiu sem consciência na rocha fria, restando apenas um silêncio mortal. Não verificou se a água era envenenada ou se o lugar era seguro. Mas não faria diferença: não há lugar seguro em Underdark.
Sob a superfície, existe uma imensa rede túneis que se estende indefinidamente. Preenchida por sombras mais escuras que a noite. Neste lugar - onde a escuridão é quase tangível -, o perigo espreita em cada canto. Isto é Underdark. Para as criaturas da superfície, este lugar pode ser o inferno sob a terra. As criaturas subterrâneas o chamam apenas de... lar.
Milhares de escravos vivem na cidade drow de Menzoberranzan . Os elfos negros da cidade costumam realizar incursões à superfície onde saqueam e matam os humanos que encontram, mas também trazem alguns prisioneiros para serem vendidos como escravos. Foi assim que a camponesa Eleen tornou-se propriedade da Casa Kenafin.
Maltratada e molestada pelo filho mais velho da Casa, ela viveu os anos mais amargos de sua vida na cidade subterrânea dos elfos negros, sua dor era suavizada apenas pelas orações que prestava ao Senhor da Manhã. Pouco mais de um ano após sua captura, ela deu a luz à meio-drow Elisha. A menina tornou-se tudo para a pobre mulher - que dedicou os próximos anos tentando fazer a vida de sua filha menos miserável do que a sua própria.
Os meio-drows não têm qualquer aceitação na sociedade dos elfos negros, são considerados inferiores assim como qualquer não-drow. Uma filha de escrava, então, não seria nada mais do que uma escrava também. Desde pequena, Elisha foi maltratada e castigada, mas demonstrou-se mais forte e resistente que uma criança normal, por isso foi mandada para trabalhos braçais ainda na infância.
Foi um milagre a garota ter sobrevivido por tantos anos - "Crianças não dão bons escravos, mas são excelentes sacrifícios" - os elfos negros costumam dizer. O amor incondicional de sua mãe foi a principal razão para ela ter se mantido viva. Mas outro motivo foi o interesse que o filho mais novo da Casa Kenafin tinha pela menina. Ele não se importava nem um pouco com ela, ao contrário, era um garoto cruel que se deliciava em maltratar a "cadela mestiça". Essa fixação fez o menino intervir mais de uma vez para que ela não fosse descartada.
Quando sua mãe morreu, Elisha ainda não era adulta, mas também não era mais uma criança. Ela perdera a única coisa boa de sua vida, a única coisa boa naquele lugar amaldiçoado. Já havia decidido: fugiria de qualquer maneira. A oportunidade veio durante uma batalha entre Casas.
São muito comuns os conflitos entre Casas Nobres de Menzoberranzan. Elas conspiram e destroem umas às outras para conseguir o favor de Lolth - a impiedosa deusa Aranha. Embora Casas rivais possam passar anos na expectativa de um embate, as batalhas propriamente ditas costumam durar pouco. Quando o palácio da Casa Kenafin foi atacado pela Casa Vandree, Elisha viu sua chance de fuga.
Um feitiço lançado por magos da Casa Vandree resultou num explosão mágica que destruiu parte da estrutura onde os escravos eram mantidos. Quando viu o imenso buraco na parede, a meio-drow não pensou duas vezes: fugiu o mais rápido que pôde - aproveitando-se do caos causado pela batalha. Sua herança drow ajudou a disfarçar sua condição de escrava fugitiva - permitindo-lhe chegar até os portões da cidade. Mas ela percebeu que estava sendo seguida - e então, correu como nunca havia corrido em toda sua vida...
_____________________________________
*E eis a origem de Elisha. Eu, particularmente, não apreciei muito esse texto. Ele parece mais um relato do que um texto literário. Está pouco épico para o meu gosto. Mas, eu precisava documentar a história dela. E, bem, ainda há muito mais a ser escrito.
*Passei bem uns 20 dias só tentando bolar um título legal para esse texto. Na falta de algo melhor, vai esse mesmo. Thiago, sem piadas infames sobre o título, ok?
*Mais sobre Lolth e os drows vocês podem ler aqui.
*Mais sobre Elisha vocês podem ler aqui.
As passadas pararam abruptamente. A fugitiva encontrara uma pequena gruta, havia alguma água lá dentro. Bebeu um pouco, mas ela logo foi tomada pelo cansaço. Engolido pela escuridão, seu corpo caiu sem consciência na rocha fria, restando apenas um silêncio mortal. Não verificou se a água era envenenada ou se o lugar era seguro. Mas não faria diferença: não há lugar seguro em Underdark.
Sob a superfície, existe uma imensa rede túneis que se estende indefinidamente. Preenchida por sombras mais escuras que a noite. Neste lugar - onde a escuridão é quase tangível -, o perigo espreita em cada canto. Isto é Underdark. Para as criaturas da superfície, este lugar pode ser o inferno sob a terra. As criaturas subterrâneas o chamam apenas de... lar.
Milhares de escravos vivem na cidade drow de Menzoberranzan . Os elfos negros da cidade costumam realizar incursões à superfície onde saqueam e matam os humanos que encontram, mas também trazem alguns prisioneiros para serem vendidos como escravos. Foi assim que a camponesa Eleen tornou-se propriedade da Casa Kenafin.
Maltratada e molestada pelo filho mais velho da Casa, ela viveu os anos mais amargos de sua vida na cidade subterrânea dos elfos negros, sua dor era suavizada apenas pelas orações que prestava ao Senhor da Manhã. Pouco mais de um ano após sua captura, ela deu a luz à meio-drow Elisha. A menina tornou-se tudo para a pobre mulher - que dedicou os próximos anos tentando fazer a vida de sua filha menos miserável do que a sua própria.
Os meio-drows não têm qualquer aceitação na sociedade dos elfos negros, são considerados inferiores assim como qualquer não-drow. Uma filha de escrava, então, não seria nada mais do que uma escrava também. Desde pequena, Elisha foi maltratada e castigada, mas demonstrou-se mais forte e resistente que uma criança normal, por isso foi mandada para trabalhos braçais ainda na infância.
Foi um milagre a garota ter sobrevivido por tantos anos - "Crianças não dão bons escravos, mas são excelentes sacrifícios" - os elfos negros costumam dizer. O amor incondicional de sua mãe foi a principal razão para ela ter se mantido viva. Mas outro motivo foi o interesse que o filho mais novo da Casa Kenafin tinha pela menina. Ele não se importava nem um pouco com ela, ao contrário, era um garoto cruel que se deliciava em maltratar a "cadela mestiça". Essa fixação fez o menino intervir mais de uma vez para que ela não fosse descartada.
Quando sua mãe morreu, Elisha ainda não era adulta, mas também não era mais uma criança. Ela perdera a única coisa boa de sua vida, a única coisa boa naquele lugar amaldiçoado. Já havia decidido: fugiria de qualquer maneira. A oportunidade veio durante uma batalha entre Casas.
São muito comuns os conflitos entre Casas Nobres de Menzoberranzan. Elas conspiram e destroem umas às outras para conseguir o favor de Lolth - a impiedosa deusa Aranha. Embora Casas rivais possam passar anos na expectativa de um embate, as batalhas propriamente ditas costumam durar pouco. Quando o palácio da Casa Kenafin foi atacado pela Casa Vandree, Elisha viu sua chance de fuga.
Um feitiço lançado por magos da Casa Vandree resultou num explosão mágica que destruiu parte da estrutura onde os escravos eram mantidos. Quando viu o imenso buraco na parede, a meio-drow não pensou duas vezes: fugiu o mais rápido que pôde - aproveitando-se do caos causado pela batalha. Sua herança drow ajudou a disfarçar sua condição de escrava fugitiva - permitindo-lhe chegar até os portões da cidade. Mas ela percebeu que estava sendo seguida - e então, correu como nunca havia corrido em toda sua vida...
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*E eis a origem de Elisha. Eu, particularmente, não apreciei muito esse texto. Ele parece mais um relato do que um texto literário. Está pouco épico para o meu gosto. Mas, eu precisava documentar a história dela. E, bem, ainda há muito mais a ser escrito.
*Passei bem uns 20 dias só tentando bolar um título legal para esse texto. Na falta de algo melhor, vai esse mesmo. Thiago, sem piadas infames sobre o título, ok?
*Mais sobre Lolth e os drows vocês podem ler aqui.
*Mais sobre Elisha vocês podem ler aqui.
Keywords:
Elfos Negros,
Elisha,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
Underdark
15 de out. de 2006
Rede de Intrigas - Parte Um
A milhas abaixo da superfície, uma caverna de rochas cristalinas se abre em meio à escuridão ininterrupta do subterrâneo. O lugar resplandece de suave beleza luminosa. Um ar de enigma circula pelo local e um eco de mistério se propaga através de suas formações rochosas.
A caverna tem nome: Istrahlia. Era considerado um local sagrado para os gnomos subterrâneos[1], onde eles prestavam homenagens e realizavam cerimônias a Callarduran[2] - o Senhor da Rochas. Por séculos, os pequenos utilizaram a caverna como um refúgio físico e espiritual; mas o lugar acabou sendo tomado e os gnomos expulsos por seus mais terríveis inimigos: os drows.
Os drows um dia habitaram a superfície, mas - ao contrário dos outros elfos - eles possuíam o coração negro como a noite. Punidos por seus crimes, os elfos negros foram banidos das florestas. Fugiram para a escuridão do subterrâneo, onde lutaram por várias gerações até conquistar seus territórios sob a terra, firmando-se como a mais temida raça de Underdark.
Istrahlia foi escolhida para sediar uma importante reunião. Elfos negros vindos de todas as direções, de cavernas mais fundas e mais rasas, foram convocados para este encontro. Eles fazem parte da minoria dentre os drows que se opõe à posição dominante de Lolth[3] - a Rainha Aranha. Eles são os Tentáculos de Vhaeraun[4].
O mesmo lago de águas quentes que esculpiu a caverna a milênios atrás; hoje, transporta os convidados para a reunião. Um a um, eles chegam ansiosos e soturnos ao local demarcado. E, embora os vhaeraunitas somem nove, dez convidados comparecem à caverna para o conclave.
_________________________________________________
[1] Também chamados de svirfneblins, os gnomos subterrâneos constituem uma das muitas raças que habita os corredores escuros de Underdark.
[2] Callarduran é o principal deus cultuado pelos svirfneblins. Uma divindade protetora com uma seita bem organizada, sempre atenta às ameaças do subterrâneo, especialmente os drows.
[3] Lolth é a líder do panteão drow, uma matriarca cruel e ciumenta que não admite rivais. Suas sacerdotisas ocupam as posições mais altas nas cidades dos elfos negros e estão sempre envolvidas em tramas umas contra as outras.
[4] Vhaeraun é um deus cultuado principalmente por drows machos, ladinos, espiões e assassinos. Seu culto sobrevive nas sombras, já que seus sacerdotes são implacavelmente caçados pelos servos de Lolth quando identificados.
A caverna tem nome: Istrahlia. Era considerado um local sagrado para os gnomos subterrâneos[1], onde eles prestavam homenagens e realizavam cerimônias a Callarduran[2] - o Senhor da Rochas. Por séculos, os pequenos utilizaram a caverna como um refúgio físico e espiritual; mas o lugar acabou sendo tomado e os gnomos expulsos por seus mais terríveis inimigos: os drows.
Os drows um dia habitaram a superfície, mas - ao contrário dos outros elfos - eles possuíam o coração negro como a noite. Punidos por seus crimes, os elfos negros foram banidos das florestas. Fugiram para a escuridão do subterrâneo, onde lutaram por várias gerações até conquistar seus territórios sob a terra, firmando-se como a mais temida raça de Underdark.
Istrahlia foi escolhida para sediar uma importante reunião. Elfos negros vindos de todas as direções, de cavernas mais fundas e mais rasas, foram convocados para este encontro. Eles fazem parte da minoria dentre os drows que se opõe à posição dominante de Lolth[3] - a Rainha Aranha. Eles são os Tentáculos de Vhaeraun[4].
O mesmo lago de águas quentes que esculpiu a caverna a milênios atrás; hoje, transporta os convidados para a reunião. Um a um, eles chegam ansiosos e soturnos ao local demarcado. E, embora os vhaeraunitas somem nove, dez convidados comparecem à caverna para o conclave.
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[1] Também chamados de svirfneblins, os gnomos subterrâneos constituem uma das muitas raças que habita os corredores escuros de Underdark.
[2] Callarduran é o principal deus cultuado pelos svirfneblins. Uma divindade protetora com uma seita bem organizada, sempre atenta às ameaças do subterrâneo, especialmente os drows.
[3] Lolth é a líder do panteão drow, uma matriarca cruel e ciumenta que não admite rivais. Suas sacerdotisas ocupam as posições mais altas nas cidades dos elfos negros e estão sempre envolvidas em tramas umas contra as outras.
[4] Vhaeraun é um deus cultuado principalmente por drows machos, ladinos, espiões e assassinos. Seu culto sobrevive nas sombras, já que seus sacerdotes são implacavelmente caçados pelos servos de Lolth quando identificados.
Keywords:
Elfos Negros,
Fantasia Medieval,
Forgotten,
Underdark
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