Recentemente, meu amigo Amando foi aprovado no concurso da Petrobrás e em sua homenagem fiz essa tirinha.
8 de jun. de 2012
30 de abr. de 2011
Cylon Party
ALERTA DE SPOILERS
Esse conto é baseado na série de TV Battlestar Galactica e, cronologicamente, se passaria por volta do episódio 10 da 3ª Temporada. Se preferir, volte quando tiver assistido até esse episódio. xD
*********
- Você tem que admitir que é um pouco estranho. - afirmou Baltar enquanto caminhavam.
- O que há de estranho nisso? - replicou a Seis. Por que não podemos comemorar também?
Os dois caminhavam pelos corredores da basestar. A Seis usava um belo vestido vermelho com um generoso decote e as luzes nas paredes faziam seu cabelo reluzir como ouro. Gaius Baltar fez o possível para estar apresentável, mas sua roupa estava levemente amassada e a barba e os cabelos, mal-cuidados; ainda assim, ele não parecia um prisioneiro.
- Tecnicamente, os membros de sua raça não nascem, são construídos, fabricados - explicou. Hoje não é o dia do aniversário dela, é sua... data de fabricação.
- Não seja tão insensível, Gaius! - respondeu impaciente. Hoje nos lembra o dia em que D'anna passou a existir, a pensar, a sentir, a viver... É algo especial.
- Um aniversário é uma coisa única para cada ser humano, é uma celebração dedicada a um indivíduo, não a um número de lote: "0003".
- É isso o que você pensa? - retrucou com raiva. Eu sou apenas mais uma Seis? Só uma cópia de um produto?
- E-eu não...
- Isso é o que você pensa de todas nós, não? Não apenas cylons, mas fêmeas em geral.
- I-isso não é o que eu quis - tentou explicar-se -, Caprica, me deixe...
- Exato. Caprica! Eu não sou apenas outra Seis. Além disso, nem todas as D'annas foram ativadas no mesmo dia.
- Eu não... sabia disso. Interessante.
Levou algum tempo até eles chegarem a ampla sala onde ocorreria a festa. O chão e as paredes eram de um cinza metálico e, exceto pelos cylons que ali se encontravam, o lugar estava vazio. Gaius observou curioso a ausência de mesas, cadeiras e comida e se perguntou como seria uma festa cylon.
Havia várias Seis e Três, alguns Dois e Oito. No centro, D'anna conversa com um irmão Cavil, Boomer e um Leoben quando Caprica e Gaius chegaram.
- Olá, D'anna. Meus parabéns. - desejou Caprica com um sorriso.
- Minhas... hmmm felicitações, D'anna. - disse Gaius.
- Eu lhe trouxe um presente. - disse a Seis entregando um pequeno frasco à aniversariante. É um perfume que eu trouxe de Caprica.
D'anna abriu o frasco e inspirou profundamente os vapores que ele exalava. Suas feições mudaram, indo do espanto ao sorriso. Seu olfato nunca recebera um estímulo como aquele. Ela ficou impressionada e não soube o que dizer.
- Obrigada, Seis. Eu nunca senti um cheiro tão bom.
- Que desperdício de tempo - comentou bruscamente o irmão Cavil. Qual é o sentido de ter um frasco frágil com esse líquido se você pode simplesmente projetar a sensação de um bom odor direto para sua mente?
- Não seja ridículo, irmão - respondeu D'anna. Como eu poderia projetar um perfume desses se eu nunca o senti antes?
- Por que não começamos logo com isso? - sugeriu Cavil impaciente.
Em poucos segundos os cylons estavam segurando as mãos uns dos outros num curioso arranjo losangular. Depois, fecharam os olhos de forma solene. Gaius achou que a cena parecia algum tipo de oração silenciosa até ele notar mudanças nas feições de cada um deles: sorrisos, murmuros, suspiros... Até o irmão Cavil esboçou um sorriso eventualmente.
A projeção levara os cylons para lugares muito diferentes da vazia sala metálica onde seus corpos estavam. O alto de uma montanha, uma ilha deserta, um bosque frutífero, uma cidade barulhenta... Eles comeram, beberam, conversaram, dançaram... se divertiram. Esqueceram por algumas horas que estavam em guerra. E sempre os acompanhava a bela fragância do perfume de Caprica.
Gaius Baltar observara a cena muito interessado, imaginava-se o que exatamente eles faziam durante a projeção. Seu interesse, contudo, durou apenas alguns minutos. D'anna pedira pessoalmente que duas Oito lhe fizessem companhia e aquele era um modelo que ele ainda não tivera a chance de... conhecer muito bem. Não demorou muito a convencê-las a levá-lo aos seus aposentos, de modo que os três também tiveram sua própria festa.
_________________________
Esse é meu post do mês de abril para a Liga Narrativa. O tema é "Festas/Bailes" (provavelmente o último com '/' xD). É, obviamente, um fanfic de Battlestar Galactica e quem não viu nada da série provavelmente deve ter se perguntado "Que PORRA foi isso?". Sinto muito... mas a culpa também é sua! Quem mandou não ter visto Battlestar!? Shame on you!
Posts de outros membros da Liga:
Jagunço - Diálogos Feéricos
Esse conto é baseado na série de TV Battlestar Galactica e, cronologicamente, se passaria por volta do episódio 10 da 3ª Temporada. Se preferir, volte quando tiver assistido até esse episódio. xD
*********
- Você tem que admitir que é um pouco estranho. - afirmou Baltar enquanto caminhavam.
- O que há de estranho nisso? - replicou a Seis. Por que não podemos comemorar também?
Os dois caminhavam pelos corredores da basestar. A Seis usava um belo vestido vermelho com um generoso decote e as luzes nas paredes faziam seu cabelo reluzir como ouro. Gaius Baltar fez o possível para estar apresentável, mas sua roupa estava levemente amassada e a barba e os cabelos, mal-cuidados; ainda assim, ele não parecia um prisioneiro.
- Tecnicamente, os membros de sua raça não nascem, são construídos, fabricados - explicou. Hoje não é o dia do aniversário dela, é sua... data de fabricação.
- Não seja tão insensível, Gaius! - respondeu impaciente. Hoje nos lembra o dia em que D'anna passou a existir, a pensar, a sentir, a viver... É algo especial.
- Um aniversário é uma coisa única para cada ser humano, é uma celebração dedicada a um indivíduo, não a um número de lote: "0003".
- É isso o que você pensa? - retrucou com raiva. Eu sou apenas mais uma Seis? Só uma cópia de um produto?
- E-eu não...
- Isso é o que você pensa de todas nós, não? Não apenas cylons, mas fêmeas em geral.
- I-isso não é o que eu quis - tentou explicar-se -, Caprica, me deixe...
- Exato. Caprica! Eu não sou apenas outra Seis. Além disso, nem todas as D'annas foram ativadas no mesmo dia.
- Eu não... sabia disso. Interessante.
Levou algum tempo até eles chegarem a ampla sala onde ocorreria a festa. O chão e as paredes eram de um cinza metálico e, exceto pelos cylons que ali se encontravam, o lugar estava vazio. Gaius observou curioso a ausência de mesas, cadeiras e comida e se perguntou como seria uma festa cylon.
Havia várias Seis e Três, alguns Dois e Oito. No centro, D'anna conversa com um irmão Cavil, Boomer e um Leoben quando Caprica e Gaius chegaram.
- Olá, D'anna. Meus parabéns. - desejou Caprica com um sorriso.
- Minhas... hmmm felicitações, D'anna. - disse Gaius.
- Eu lhe trouxe um presente. - disse a Seis entregando um pequeno frasco à aniversariante. É um perfume que eu trouxe de Caprica.
D'anna abriu o frasco e inspirou profundamente os vapores que ele exalava. Suas feições mudaram, indo do espanto ao sorriso. Seu olfato nunca recebera um estímulo como aquele. Ela ficou impressionada e não soube o que dizer.
- Obrigada, Seis. Eu nunca senti um cheiro tão bom.
- Que desperdício de tempo - comentou bruscamente o irmão Cavil. Qual é o sentido de ter um frasco frágil com esse líquido se você pode simplesmente projetar a sensação de um bom odor direto para sua mente?
- Não seja ridículo, irmão - respondeu D'anna. Como eu poderia projetar um perfume desses se eu nunca o senti antes?
- Por que não começamos logo com isso? - sugeriu Cavil impaciente.
Em poucos segundos os cylons estavam segurando as mãos uns dos outros num curioso arranjo losangular. Depois, fecharam os olhos de forma solene. Gaius achou que a cena parecia algum tipo de oração silenciosa até ele notar mudanças nas feições de cada um deles: sorrisos, murmuros, suspiros... Até o irmão Cavil esboçou um sorriso eventualmente.
A projeção levara os cylons para lugares muito diferentes da vazia sala metálica onde seus corpos estavam. O alto de uma montanha, uma ilha deserta, um bosque frutífero, uma cidade barulhenta... Eles comeram, beberam, conversaram, dançaram... se divertiram. Esqueceram por algumas horas que estavam em guerra. E sempre os acompanhava a bela fragância do perfume de Caprica.
Gaius Baltar observara a cena muito interessado, imaginava-se o que exatamente eles faziam durante a projeção. Seu interesse, contudo, durou apenas alguns minutos. D'anna pedira pessoalmente que duas Oito lhe fizessem companhia e aquele era um modelo que ele ainda não tivera a chance de... conhecer muito bem. Não demorou muito a convencê-las a levá-lo aos seus aposentos, de modo que os três também tiveram sua própria festa.
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Esse é meu post do mês de abril para a Liga Narrativa. O tema é "Festas/Bailes" (provavelmente o último com '/' xD). É, obviamente, um fanfic de Battlestar Galactica e quem não viu nada da série provavelmente deve ter se perguntado "Que PORRA foi isso?". Sinto muito... mas a culpa também é sua! Quem mandou não ter visto Battlestar!? Shame on you!
Posts de outros membros da Liga:
Jagunço - Diálogos Feéricos
23 de dez. de 2010
Amor pulsante
Os olhares se cruzam
O sangue pulsa
Imagem, contemplação, desejo
O sangue pulsa
Aproximação, nervosismo, ansiedade
O sangue pulsa
Respiração, cheiro, toque
O sangue pulsa
Provocação, sussurro, arrepio
O sangue pulsa
Dedos, carícias, massagem
O sangue pulsa
Imagem, contemplação, desejo
O sangue pulsa
Aproximação, nervosismo, ansiedade
O sangue pulsa
Respiração, cheiro, toque
O sangue pulsa
Provocação, sussurro, arrepio
O sangue pulsa
Dedos, carícias, massagem
O sangue pulsa
Pele, lábio, saliva
O sangue pulsa
Pernas, braços, entrelaços
Pele, lábio, saliva
O sangue pulsa
Pernas, braços, entrelaços
O sangue pulsa
Unhas, dentes, língua
O sangue pulsa e pulsa
Força, atrito, calor
O sangue pulsa e pulsa
Dor, gemido, prazer
O sangue pulsa e pulsa e pulsa
Suor, lágrima, grito
O sangue pulsa e pulsa e pulsa e...
.
Unhas, dentes, língua
O sangue pulsa e pulsa
Força, atrito, calor
O sangue pulsa e pulsa
Dor, gemido, prazer
O sangue pulsa e pulsa e pulsa
Suor, lágrima, grito
O sangue pulsa e pulsa e pulsa e...
.
.
.
.
.
.
...pulsaSuspiro, cansaço, sorriso
O sangue pulsa
2 de out. de 2010
R.I.P.
Era um fim de tarde nublado, naquele ano a primavera não fora particularmente vibrante. Pairava no ar um silêncio nostálgico, interrompido vez por outra pelo som do vento agitando as folhas de arbustos e árvores.
Havia poucas pessoas naquele jardim dos mortos, uma delas caminhou a passos hesitantes até uma lápide e parou. Carregava um arranjo de flores nas mãos e o pesar sobre os ombros. Balbuciou coisas sem sentido, indignou-se, lamentou-se, culpou-se... e chorou. Pôs o arranjo junto ao túmulo, enxugou as lágrimas do rosto e disse com a voz ainda embargada:
- Adeus.
Os passos se foram e o jardim tornou-se mudo de novo. O sol ia se pondo no oeste enquanto as flores murchavam diante do túmulo. Gravada na superfície de pedra, havia uma pequena inscrição:
Rascunhos de uma Mente
2005-2010
... FIM
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