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23 de dez. de 2010

Amor pulsante

Os olhares se cruzam
O sangue pulsa
Imagem, contemplação, desejo
O sangue pulsa

Aproximação, nervosismo, ansiedade
O sangue pulsa
Respiração, cheiro, toque
O sangue pulsa

Provocação, sussurro, arrepio
O sangue pulsa
Dedos, carícias, massagem 
O sangue pulsa

Pele, lábio, saliva
O sangue pulsa
Pernas, braços, entrelaços 
O sangue pulsa

Unhas, dentes, língua
O sangue pulsa e pulsa
Força, atrito, calor
O sangue pulsa e pulsa

Dor, gemido, prazer
O sangue pulsa e pulsa e pulsa
Suor, lágrima, grito
O sangue pulsa e pulsa e pulsa e...
.
.
.
.
.
.
...pulsa
Suspiro, cansaço, sorriso
O sangue pulsa

23 de set. de 2008

Colisão

É amanhã...
Não entendi nada...
...a prova de física...
...dessa aula....
...e eu mal estudei...
..que professor ruim!
...a lista tá enorme!
e o trabalho é pra segunda...
preciso tirar nota boa...
...adeus meu final de semana

Choque, colisão
Folhas ao ar, papéis no chão
- Deixa eu ajudar
- Precisa não...

Mãos que tateiam e pegam
Mãos que coletam e guardam
Listas, apostilas, exercícios
Mãos que se encontram em um rascunho de poema

Uma folha, duas mãos
Olhos nos olhos, tensão
Respiração ofegante, batidas de coração
Olhos nos lábios, Olhos nos olhos
Lábios nos lábios, mão sobre mão
Folhas ao vento

31 de dez. de 2007

Versos amargos

Então... é assim que acaba?
Um abraço e um olhar...
Nenhuma gota de lágrima?

Uma porta se fecha
Um sorriso se apaga
Uma luz pela fresta
Uma despedida amarga

Ó, serpente cruel,
Injetas teu veneno
E vais embora?
Me digeres por dentro
E me consolas por fora?

Ris da minha angústia?
Ris do meu lamento?
Bebes da minha dor
E brindas ao meu sofrimento?

Pois bem, por hoje hei de aceitar
O fracasso e a humilhação
Mas me conforta saber
Que será teu sangue de véu
O responsável por silenciar teu coração


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*Sim, o rascunhos ainda existe, não é uma coisa que se diga "minha noooossa, como existe esse blog", mas existe sim.

*Esse poema eu comecei a rascunhar a mais de um ano: a cada X ou Y meses eu parava, olhava pra ele e escrevia uns 2-3 versos e aí, com o tempo, ele foi adquirindo forma, porém eu sempre achava que estava faltando alguma coisa. Bem, ainda acho que falta, mas gostei de como ficou. =]

*Ah, e "não gosto de poesia" de A é B!

11 de ago. de 2006

Dois

Lá no alto está o sol
Todos o vêm redondo
Eu o vejo quadrado
Sua luz, seu calor
Só sinto por fora

Onde estou?
Aqui é escuro, frio, úmido...
Mas lá em cima
Vejo um feixe de luz
E um balde a balançar

Oh, ópio,
Me leve daqui
Me tire dessa prisão
Me dê a liberdade
Oh, saudade...

Mal posso esperar
Para o inverno acabar
O gelo derreter
E a primavera chegar

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Remexendo meus rascunhos, eu encontrei esse poema aqui, rascunhado em maio deste ano.

Eu devia ter fumado muita maconha* quando escrevi isso.

PS: não sei porque escolhi essse título na época, se alguém ler e tiver uma sugestão, por favor: comente.

*falo no sentido figurado, é claro. não faço isso. não preciso. =]

24 de jun. de 2006

Yes!

A garota estava chegando em casa, havia acabado de abrir a porta quando sentiu algo em sua mochila vibrar. Fechou a porta, abriu o zíper da bolsa e puxou o aparelho. A tela dizia: “Nova Mensagem”.

A menina correu em direção ao quarto. Fechou a porta, jogou a bolsa de lado e saltou na cama ansiosa. Com rápidos movimentos do polegar, o texto logo tornou-se visível.

Desde muito pequena, foi acostumada a ter tudo o que queria. Mesmo as coisas mais difíceis eram obtidas com um pouco de insistência, uma cara pidona ou um choro fingido. Naquele dia, não foi diferente.

Após ler a mensagem, a garota abriu um sorriso maroto, quase maquiavélico. Abriu a porta e foi saindo do quarto, mas não sem antes olhar de lado para o espelho e ver seu reflexo cheio de si. Foi em direção a cozinha gritando:

-Manhê, tou morreendo de fome!

O celular da menina repousava em sua cama, a mensagem em sua tela dizia:

"Hm, acho que estou amando você. Namora comigo?"

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*É uma possível continuação para um texto de Allana que
eu "peguei emprestado":
http://ubbibr.fotolog.com/asukachan/?pid=16183017

9 de jun. de 2006

O Primeiro Passo

Era um dia de Junho como outro qualquer. As nuvens e o sol se revezavam no céu naquele fim de outono. Eu tinha muito o que estudar. Subi a rampa rapidamente e procurei um lugar tranquilo para ficar; antes de encontrar algum, eu vi... ela!

Estava sozinha numa mesa, estudando. O vento fazia seu cabelo esvoaçar, deixando descoberto aquele lindo rosto. Era difícil defini-la. "Algo entre uma boneca de porcelana e uma fada de chocolate" - eu pensei.

A matéria parecia complicada, ela franzia a testa com frequência, mas isso nem de longe diminuía seu charme; na verdade, parecia acentuá-lo. Devia ter terminado alguma questão quando a vi abrir aquele sorriso, simplesmente... encantador.

Eu poderia ter passado horas ali observando-a, mas ela levantou o rosto e me viu. Seu olhar me atingiu como uma flecha e eu pude sentir uma batida acelerada no meu peito. Retribui o olhar dela com um sorriso leve e trêmulo. Ela acenou com a mão e eu caminhei até a mesa.

"Essa é a sua chance" - eu pensava. "Você tem que tentar". Eu sabia que se não tentasse poderia ser tarde demais, talvez não tivesse outra chance. Cheguei à mesa e a cumprimentei; antes de pegar meu material, perguntei:

-Posso estudar aqui?
-Claro - ela respondeu.
-Parece difícil esse assunto - eu disse apontando o caderno dela.
-Não, é não, eu é que sou tapada.
-Você sabe que não é - eu retruquei enquanto sentava na cadeira à sua frente. Ela respondeu com um leve sorriso.

Eu não consegui pensar em provas ou trabalhos depois disso. Na minha frente havia livro, caderno, apostila, e anotações, mas tudo parecia ilegível. Minha cabeça estava tão longe e, ao mesmo tempo, tão perto... De repente, ela quebrou o silêncio:

-Alguma coisa errada, tico? Você parece... sei lá, preocupado...

"Essa é sua chance" - repetia aquela voz na minha mente. Mas, o que dizer? Pensei naquela frase que me veio à cabeça no dia anterior: "Quando pousei os olhos em ti, eles não quiseram mais voar"; ela, contudo, ouviu algo diferente:

-Ah... será que... você não gostaria... de sair um dia desses... comigo?

29 de abr. de 2006

Thrown Away

...

Pedi pizza, você tomou sorvete
Trouxe vinho, você queria chá
Sugeri uma comédia, você optou por um suspense
Te ofereci carinho, você queria sossego

Comprei rosas, você preferia lírios
Mandei doces, você tava de dieta
Enviei um cartão, você nem leu
Te liguei, você não atendeu
Te procurei, você me evitou
Insisti, você se irritou
Tentei conversar, você quis gritar
Me dispus a ouvir, você não quis falar
Tentei entender, você não quis aceitar
Tentei reatar, você quis separar...

Quando precisei de um ombro amigo,
Você deu de ombros

Quando eu quis voar,
Você cortou minhas asas...

I fell down, I feel down,
But I'm free now...

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Não é exatamente autobiográfico...

26 de fev. de 2006

Orações ao meu amor

Amo-lhe
Mas não a amo
Não posso amá-la
Não diretamente
Apenas nos meus desejos e sonhos
Ela torna-se meu objeto de amor
Amo-lhe indiretamente

Amo-te de todos os modos
Amo-te sem-modos
Amo-te com certeza
Na dúvida, te amo
Amo-te no sim e no não
No bem e no mal
Hoje e amanhã
Aqui e acolá
Talvez, por acaso, quiçá

Meu amor é circunstancial, atemporal, paradoxal

A este amor estou subordinado
Sou passivo deste amar
Apenas um sujeito tratado como objeto
Apenas um agente para apassivar

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*Fazia "séculos" que não escrevia um poema...
**e "meses" que não escrevia coisa alguma hehehehe